Análise da Mortalidade Materna no Nordeste Brasileiro entre 2010 e 2019
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.32427Palavras-chave:
Morte materna; Morte; Saúde da mulher.Resumo
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a morte materna a morte de uma mulher durante o período da gestação, parto ou puerpério, até 42 dias após o fim da gestação, tendo como causas as complicações relacionadas ou decorrentes desse período, excluindo as do tipo acidentais ou incidentais. Objetivo: análise da mortalidade materna no Nordeste brasileiro entre os anos de 2010 e 2019, incluindo variáveis como escolaridade, local de ocorrência, faixa etária e estado civil. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo com o objetivo de analisar todos os casos notificados de morte materna ocorridos no Nordeste brasileiro no período de 2010 a 2019. As variáveis analisadas foram: óbitos maternos, tipo causa obstétrica, subcategorias maternas, causa base grupo CID-10, faixa etária, cor/raça, estado civil, escolaridade e local de ocorrência. A razão de mortalidade materna (RMM) foi calculada pela fórmula: número de óbitos por causa materna, sobre o número de NV (nascidos vivos) no período X 100.000. Foi utilizado estatística descritiva simples para análise dos dados, que serão apresentados por meio de gráficos e tabelas. Os programas utilizados foram Excel e o Qgis. Foram incluídos dados entre os anos de 2010 e 2019 e excluídos os que não estejam dentro dos critérios sociodemográficos analisados. A análise espacial foi realizada através do software gratuito Qgis®, aplicando a estatística quantile. Os shapefiles (mapas) foram coletados no banco de dados do IBGE, e os óbitos maternos obtidos de cada estado da região Nordeste coletados através do SIM-DataSUS foram agregados aos mapas. Resultados: Por meio desse estudo obtivemos os seguintes dados: perfil epidemiológico dos óbitos maternos da Região Nordeste - faixa etária de 20 a 29 anos (44,52%), escolaridade 8 a 11 anos (33,27%), pardas (74,25%), solteiras (51,87%) e óbitos em hospitais (98,91%). Conclusão: A mortalidade materna é um tema que requer cuidados e atenções intensivas para que haja embasamento teórico o suficiente que encabece políticas públicas direcionadas ao tema e que tragam mudança desse cenário.
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