Indicadores de sustentabilidade na gestão de resíduos municipais no município de Salvaterra (Ilha do Marajó-Pará)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i10.32812

Palavras-chave:

Salvaterra; Metodologia de indicadores PEIR; Resíduos sólidos municipais.

Resumo

O município de Salvaterra está localizado na Ilha do Marajó e é um dos municípios brasileiros onde a disposição final de resíduos sólidos ainda ocorre de forma incorreta. Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo analisar o cenário atual do gerenciamento de resíduos sólidos no município de Salvaterra/PA por meio do sistema de indicadores de sustentabilidade PEIR (Pressão-Estado-Impacto-Resposta). Os resultados demonstram que os resíduos gerados no município são descartados em um lixão localizado nas proximidades da cidade e que os resíduos de serviço de saúde, produzidos nos hospitais, são queimados a céu aberto neste mesmo lixão. Não há nenhum tipo de gerenciamento de resíduos sólidos, impermeabilização de solo ou tratamento de gases gerados pela decomposição dos resíduos da cidade, o que agrava ainda mais a situação pois os recursos hídricos e o solo podem ser contaminados pelo chorume, a população fica vulnerável ao contagio de doenças transmitidas por vetores e a queima de resíduos de serviço de saúde contribui para a poluição atmosférica, podendo também causar doenças respiratórias. Assim, nota-se que o sistema de indicadores de sustentabilidade PEIR mostrou-se uma ferramenta eficaz para realizar o primeiro levantamento de dados e o diagnóstico municipal sobre a realidade dos resíduos em Salvaterra, sendo, dessa forma, um ponto de partida que poderá subsidiar ações, estimular e direcionar novos estudos e complementar a construção do plano municipal de gerenciamento dos resíduos.

Biografia do Autor

Maria Eduarda Assunção Ogorodnik , Universidade do Estado do Pará

Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária, pela Universidade do Estado do Pará. Pesquisadora com ênfase em gerenciamento de resíduos sólidos e sustentabilidade.

Heloiza Santos Borges, Universidade do Estado do Pará

Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade do Estado do Pará (UEPA). Mestranda no Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais (PPGCA-UEPA), com ênfase nas áreas de estudo de ecossistemas amazônicos, desenvolvimento urbano e sustentabilidade.

Anne Sanches de Castro , Universidade Federal do Pará

Graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental, pela Universidade Federal do Pará. Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, pela Faculdade Ideal (FACI).

Deyved Leonam Guimarães do Nascimento, Universidade Federal do Pará

Graduado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal do Pará. Mestre em Engenharia Civil (Saneamento) pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPGEC/UFPA). Participou do Grupo de Pesquisa Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Pará. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária e Ambiental, com ênfase em Resíduos Sólidos, Abastecimento de Água, Esgotamento Sanitário, atuando no momento nos seguintes temas: Gerenciamento de Resíduos.

Octavio Cascaes Dourado Junior, Universidade do Estado do Pará

Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade da Amazônia (1997), graduação em Direito pelo Centro Universitário do Estado do Pará (2009), Especialização em Direito Administrativo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2020), Mestrado em Engenharia Civil - Hidráulica pela Universidade de São Paulo (2001) e Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos - NAEA/UFPa (2011). Atualmente é professor Adjunto IV da Universidade do Estado do Pará, na área de Recursos Hídricos. Tem experiência em Direito, nas áreas de Direito Ambiental e Administrativo e Engenharia, com ênfase em meio ambiente e Recursos Hídricos.

 

Andrea Fagundes Ferreira Chaves, Universidade do Estado do Pará

Graduação em Engenharia Sanitaria pela Universidade Federal do Pará (2000), mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (2002) e doutorado em Gestão pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro (2015). Atualmente é professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, pesquisador da Universidade Estadual do Pará e professor assistente iii da Universidade Estadual do Pará. Tem experiência na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em Saneamento Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: meio ambiente, gestão ambiental, aterro sanitário, gerenciamento e saude ambiental.

 

Referências

ABRELPE (2020). Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2020. https://abrelpe.org.br/panorama-2020/.

Barbosa, E. A. (2012). Resíduos sólidos: aspectos conceituais e classificação. In: Batista, R. C.; Barbosa, E. M; Barbosa, M. F. N. (Org.). Gestão dos Recursos Naturais. Rio de Janeiro: Ciência Moderna. p. 169-210.

Bezerra, A. M. S., Silva, A. N. B., Andrade, A. W. N., Honorato, N. R. M., Silva, A. P. F. (2019). Estudo de Impacto Ambiental do lixão municipal de Currais Novos, estado do Reio Grande do Norte – Brasil. Anais do 10º Fórum Internacional de Resíduos Sólidos, João Pessoa, PB, Brasil.

Brandão Júnior, E. L. B., Bernardo, G. P., Bernardo, L. P., do Nascimento, S. I. B., Lima, B. F. R., da Silva, K. V. C. C., & Cavalcante, G. M. E. (2018). Queima Inadequada de Resíduos Sólidos Domésticos, Principais Gases Tóxicos e Manifestações Clínicas: Uma Revisão de Literatura. ID on line. Revista de psicologia, 12(42), 602-612.

Brasil (2010). Lei n.º 12.305/2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Brasília, DF.

Brasil (2020). Lei nº 14.026/2020 – Atualiza o marco legal do saneamento básico. Brasília, DF.

Brito, A. L. C. & Cândido, G. A. (2015). Contribuições do sistema de indicador de sustentabilidade Pressão-Estado-Impacto-Resposta (P-E-I-R) na análise situacional da vulnerabilidade socioambiental das terras indígenas. Espacios, 36 (6), p.116.

Faleiros, F. Kappier, C., Pontes, F. A. R., Silva, S. S. D. C. Goes, F. D. S. N. D. & Cucick, C. D. (2016). Uso de questionário online e divulgação virtual como estratégia de coleta de dados em estudos científicos. Textro & Contexto-Enfermagem, 20.

IBGE (2021). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/salvaterra/panorama.

Gil, A. C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6 ed. São Paulo.

Gouveia, N. (2012). Resíduos sólidos urbanos: impactos socioambientais e perspectiva de manejo sustentável com inclusão social. Ciência & Saúde Coletiva. Rio de Janeiro 17 (6), p.1502-1510.

Lopes, L. (2006). Gestão e Gerenciamento Integrados dos Resíduos Sólidos Urbanos: Alternativas para pequenos municípios. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Dept. de Geografia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

Lopes, M.G.(2019). Propostas de gestão de resíduos sólidos urbanos para municípios considerados como “pequeno porte”: sistematização de diretrizes e procedimentos relacionados à educação ambiental. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária, Centro Universitário UNIFACVEST. Lages.

Marques, R.F.P.V., Silva, A.M., Rodrigues, L.S., Mendes, L.F., & Oliveira, A.S. (2021). Impactos da disposição de resíduos sólidos urbanos no solo em municípios de Minas Gerais–Brasil. Revista Brasileira de Geografia Física, 14(3), 1382-1392.

Mesquita Júnior, J. M. (2007). Gestão integrada de resíduos sólidos. Coordenação de Karin Segala. Rio de Janeiro: IBAM.

Moreira, R. S. (2016). Contribuições do sistema de indicador de sustentabilidade Pressão-Estado-Impacto-Resposta (P-E-I-R) na análise situacional do gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos em Aurora – CE. Monografia. Licenciatura em Ciências Biológicas. Universidade Federal de Campina Grande (UFCG/CFP). Cajazeiras.

Moreira, R.S., Barros, J. D. S, Silva, J. L. A., Araújo, J. T. & Pordeus, A. V. (2017). Sustentabilidade Socioambiental no gerenciamento de resíduos sólidos urbanos: estudo de caso com aplicação do modelo Pressão-Estado-Impacto-Resposta. Revista Espacios. 38 (58), p.5.

OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development. (1998). Towards sustainable development: environmental indicators. Paris.

Oliveira, F. A., Miranda, R. A. & Soares, L. A. (2019). Impactos ambientais em áreas de disposição de resíduos sólidos em Santa Helena de Goiás. Revista Gesrão & Sustentabilidade Ambiental, 8 (1), p. 688-706.

Oliveira, T. B.& Galvão Junior, A. C. (2016). Planejamento municipal na gestão dos resíduos sólidos urbanos e na organização da coleta seletiva. Eng Sanit Ambient, 21 (1), p. 55-64.

Portella, M. O. & Ribeiro, J. C. J. (2014). Aterros sanitários: aspectos gerais e destino final dos resíduos. Revista Direito Ambiental e Sociedade, 4 (1), p. 115-134.

Reis, P.T.B.; Mattos, U.A.O. & Silva, E.R. (2018). Gestão municipal de resíduos sólidos urbanos à luz da Política Nacional de Resíduos: estudo de caso no município de Japeri, RJ, Brasil. Sistemas & Gestão, 13 (3), p. 321-333.

Reis, R. L., Peixoto, F. S., Miranda, C. D. S., Rosa, P. C. M., & Silva, C. H. (2019). Impactos socioambientais causados pela dinâmica do lixão do município de Bragança-PA, Brasil. Anais do 2º Congresso Sul-Americano de Resíduos Sólidos e Sustentabilidade. Foz do Iguaçu, PR, Brasil.

Santos, E. F., Lara, D. M., & Prestes, M. M. B. (2021). Gestão compartilhada dos resíduos sólidos como instrumento para a educação ambiental na escola. Revista Brasileira de Meio Ambiente e Sustentabilidade, 1(2), 167-189.

Salvaterra. (2016). Lei nº 1.189/2016 – Institui a Política Municipal de Resíduos Sólidos; e define metas, princípios e diretrizes e dá outras providências. Salvaterra – PA.

Silva, K. K. B. (2019). Implementação de projeto integrado de compostagem e educação ambiental em uma escola na cidade de Natal-RN. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia, Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal.

Silva, M. E. & Cândido, G. A. (2012). A análise de indicadores de sustentabilidade na problemática de resíduos sólidos em Campina Grande – PB. Reuna, 17 (1), p. 91- 110.

Silva, S. S. F. (2010). Diagnóstico situacional dos resíduos sólidos urbanos no Município de Cuité-PB, através da aplicação do Sistema de Indicador de Sustentabilidade Pressão-Estado-Impacto-Resposta (P-E-I-R). Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Campina Grande. Campina Grande.

Soares, A. M. (2017). Avaliação do gerenciamento de resíduos sólidos através do sistema de indicadores de sustentabilidade Pressão-Estado-Impacto-Resposta (PEIR). Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, CFP/UFCG, Universidade Federal de Campina Grande, Cajazeiras.

Soler, J. A.P., Delgado, F. M., Sanjuán, A. M. B., & García, M. N (2018). Modelos para evaluar la sostenibilidad de las organizacione. Estudios Gerenciales, 34 (146), 63-73.

Tayra, F. & Ribeiro, H. (2006). Modelos de Indicadores de Sustentabilidade: principais experiências. Saúde e Sociedade, 15 (1), p. 8495.

Downloads

Publicado

07/08/2022

Como Citar

OGORODNIK , M. E. A.; BORGES, H. S.; CASTRO , A. S. de .; NASCIMENTO, D. L. G. do; DOURADO JUNIOR, O. C.; CHAVES, A. F. F. Indicadores de sustentabilidade na gestão de resíduos municipais no município de Salvaterra (Ilha do Marajó-Pará). Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 10, p. e480111032812, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i10.32812. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32812. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Engenharias