Variabilidade climática e casos de dengue em cidades do estado da Paraíba, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33256Palavras-chave:
Variabilidade climática; Dengue; Aedes aegypti.Resumo
O presente trabalho teve o objetivo de correlacionar variáveis meteorológicas (precipitação pluviométrica e temperatura média do ar) a casos notificados de dengue em cidades do estado da Paraíba, no período de 2007 a 2017. O estado da Paraíba apresenta variabilidade climática decorrente de fatores físicos e atmosféricos e as variações dessas variáveis geram condições que favorecem o aumento de criadouros, consequentemente o desenvolvimento do vetor Aedes Aegypti e o surgimento de doenças transmitidas por esse mosquito, como a dengue. Para tanto, foram usados dados epidemiológicos obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e dados meteorológicos da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA) e do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Posteriormente, esses dados foram espacializados no software Quantum GIS versão 2.14, através do método IDW de interpolação. Os resultados mostraram baixa correlação entre as duas variáveis meteorológicas e os casos notificados de dengue nas mesorregiões do estado. Constatou-se baixa correlação entre a temperatura do ar e os casos notificados de dengue em todas as mesorregiões do estado em todo o período de estudo, e moderada correlação entre casos notificados de dengue e precipitação pluviométrica em metade do período. Destacam-se as mesorregiões Borborema e o Sertão por apresentar quadros epidêmicos em sete dos onze anos analisados. Esta condição pode ser justificada pela crise hídrica devido a variabilidade climática, no entanto, se faz necessário analisar outros aspectos relacionados a proliferação do vetor, como questões socioeconômicas, com poucos estudos voltados a temática para essas mesorregiões.
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