A percepção visual das pessoas com Transtorno do Espectro Autista e suas implicações: uma abordagem a partir da Gestalt
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i11.33416Palavras-chave:
Visual perception; Autism Spectrum Disorder; Gestalt; Design and cognition.Resumo
A percepção visual está associada com a aprendizagem e o desenvolvimento da comunicação social, sendo a Gestalt um conjunto de princípios visuais utilizados para sustentar a teoria da percepção visual baseada na psicologia da forma. A cognição envolve um processo mental que permite ao nosso corpo visualizar imagens e conceitos mentais através dos sentidos, e que nos possibilitam a habilidade de raciocínio, criação, expressão e sobrevivência. Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem disfunções sensoriais, em sua maioria manifestadas através da hipersensibilidade, que desencadeiam inúmeros comportamentos atípicos e que influenciam o desenvolvimento e socialização dos mesmos. Em consonância com o exposto, o design e a arte são vistos como ferramentas que se utilizam de interfaces comunicativas e interferem no desenvolvimento visual e cognitivo em relação ao ambiente e a aprendizagem das pessoas. Logo, o presente artigo promove a discussão e elucidação da temática a partir de uma revisão bibliográfica com enfoque na percepção visual e Gestalt, refletindo sobre os impactos destas na compreensão por parte de uma mente neurodiversa. Pretende-se possibilitar uma observação e avaliação sobre a aplicação da linguagem visual de modo mais eficaz, abrangendo a comunicação de maneira mais inclusiva e assertiva.
Referências
APA. (2014). Manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-V. American Psychiatric Association (APA). Artmed.
Andrade, M. P. D. (2012). Autismo e integração sensorial-a intervenção psicomotora como um instrumento facilitador no atendimento de crianças e adolescentes autistas.
Brasil, P. D. C., Rola, S. M., & Silva, J. C. M. D. (2021). A arquitetura escolar sob a ótica do autismo: uma reflexão sobre a percepção visual.
Bortolás, N. O., Boehs, G. E., de Sousa, R. P. L., & Vieira, M. L. H. (2013). O Experimentalismo e a influência da Teoria da Gestalt na área de Design. Estudos em Design, 21(2).
Coelho, L. A. L. (2008). Conceitos-chave em design. Rio de Janeiro: Novas Ideias.
Netto, J. T. C. (1973). Introdução à teoria da informação estética (Vol. 1). Vozes.
Dawson, G., & Watling, R. (2000). Interventions to facilitate auditory, visual, and motor integration in autism: A review of the evidence. Journal of autism and developmental disorders, 30(5), 415-421.
Dondis, D. A., & Camargo, J. L. (1997). Sintaxe da linguagem visual (p. 236). São Paulo: Martins fontes.
Fadda, G. M. (2020). A experiência vivida por pessoas diagnosticadas como autistas, a partir de encontros dialógicos.
Fascioni, L. C., & Horn Vieira, M. L. (2009). Implicações sociais da comunicação gráfica: o analfabetismo visual.
da Fonseca, V. (2007). Cognição, neuropsicologia e aprendizagem: abordagem neuropsicológica e psicopedagógica. Vozes.
Franco, M., Reis, M., & Gil, T. (2003). Comunicação, Linguagem e Fala. Perturbações específicas de linguagem em contexto escolar. Fundamentos.
Frutiger, A. (2001). Sinais e Símbolos: Desenho. Projeto e Significado (2nd ed.) São Paulo: Martins Fontes.
Fundação Hospital de Olhos. (2013). Belo Horizonte: Processamento Visual. Disponível em: http://fundacaoholhos.com.br/processamento-visual/. Acesso em: 02 de julho de 2022.
Gazzaniga, M. S., Ivry, R. B., & Mangun, G. R. (2006). Métodos em Neurociência Cognitiva. Neurociência Cognitiva. A biologia da mente. Porto Alegre, RS: Artmed.
Gilbert, C. (2014). A natureza construtiva do processamento visual. Kandel, E., J. Schwartz, T. Jessel, S. Siegelbaum e A. Hudspethet. Princípios de Neurociências. Porto Alegre: AMGH, 483-501.
Gomes Filho, J. (2022). Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. Universo dos Livros Editora.
Grandin, T. (2015). O cérebro autista: pensando através do espectro. Editora Record.
Hebert, B. B. (2003). Design guidelines of a therapeutic garden for autistic children.
Jorge, L. M. (2010). Avaliação cognitiva de indivíduos autistas: inteligência, atenção e percepção (Doctoral dissertation, Tese (doutorado), Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade São Francisco. Itatiba, SP).
Lima, C. B. D. (2012). Perturbações do Espectro do Autismo: Manual prático de intervenção. Lisboa: Lidel.
Martins, C. B. F., Banhato, E. F. C., & de Oliveira, M. L. C. (2019). Contribuições das teorias psicológicas e neuropsicológicas na compreensão do desenvolvimento cognitivo em crianças com transtorno do espectro autista: uma revisão integrativa. Cadernos de Psicologia, 1(1).
Oliveira, F., & de Oliveira Duarte, I. M. R. (Eds.). (2008). O fascínio da linguagem: actas do Colóquio de homenagem a Fernanda Irene Fonseca,[Universidade do Porto, 2008]. Universidade do Porto.
Mendes, A. R. (2019). A família e o diagnóstico de perturbação de espectro do autismo (Doctoral dissertation).
Mendes, J. I., & Costa, J. R. (2017). Integração sensorial em crianças com transtorno do espectro autista. Cadernos da Escola de Saúde, 17(2), 1-3.
Moreira, A. D. C. (2019). Experiência estética no design: relações entre percepção visual e emoção.
Maleval, J. C. (2015). Porque a hipótese de uma estrutura autística. Opção lacaniana online, 6(18), 1-40.
Norman, D. A. (2004). Emotional design: Why we love (or hate) everyday things. Civitas Books.
Nunes, D., & Walter, C. (2020). AAC and autism in Brazil: a descriptive review. International Journal of Disability, Development and Education, 67(3), 263-279.
Pallasmaa, J. (2009). Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Artmed Editora.
Pignatari, D. (2004). Semiótica & literatura. Ateliê Editorial.
Posar, A., & Visconti, P. (2018). Alterações sensoriais em crianças com transtorno do espectro do autismo. Jornal de Pediatria, 94, 342-350.
Potter, P. A. (2006). Fundamentos de enfermagem. Elsevier Brasil.
Raposo, C. (2018). Percepção visual e força de preensão palmar em sujeitos com esquizofrenia (Master's thesis, Universidade Federal de Pernambuco).
Santaella, L. (2001). Matrizes da linguagem e pensamento: sonora, visual, verbal: aplicações na hipermídia. Editora Iluminuras Ltda.
Schiffman, H. (2005). Sensação e Percepção. Rio de Janeiro, RJ: LTC.
Serrano, P. (2016). A Integração Sensorial: no desenvolvimento e aprendizagem da criança. Lisboa: Papa-Letras.
SILVA, J. D. (2007). Filosofia da linguagem (1): da torre de Babel a Chomsky. Especial para a, 3.
Silva, C. S. M. R. (2011). Design de produto para crianças autistas (Doctoral dissertation, Universidade Técnica de Lisboa (Portugal).
Sinha, C. (2007). Cognitive linguistics, psychology and cognitive science. The Oxford handbook of cognitive linguistics, 1266-1294.
Sterberg, R. (2000). Psicologia Cognitiva (1) Porto Alegre: Artmed.
Tenuta, A. M., & Lepesqueur, M. (2011). Aspectos da afiliação epistemológica da Linguística Cognitiva à Psicologia da Gestalt: percepção e linguagem. Ciências & cognição, 16(2).
Tonelli, H. (2011). Autismo, teoria da mente e o papel da cegueira mental na compreensão de transtornos psiquiátricos. Psicologia: Reflexão e Crítica, 24, 126-134.
Wachowicz, L. A., & Arbigaus, M. L. G. (2003). Aprendizagem por meio da Gestalt na formação de competências do profissional de Desenho Industrial. Revista Diálogo Educacional, 4(9), 1-14.
Zilbovicius, M., Meresse, I., & Boddaert, N. (2006). Autismo: neuroimagem. Brazilian Journal of Psychiatry, 28, s21-s28.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Maria Eduarda Ramos Cavalcanti Rosa; Anna Sylvia Ramos de Rangel Moreira Cavalcanti
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
