Sedação por óxido nitroso X anestesia geral: prós e contras. Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34139Palavras-chave:
Óxido Nitroso; Anestesia Geral; Sedação Consciente; Sedação Profunda; Cirurgia bucal.Resumo
O óxido nitroso é um gás incolor que ao ser inalado provoca depressão ao Sistema Nervoso Central (SNC), tem efeito analgésico, tornando o paciente, mesmo que consciente, mais suscetível ao procedimento. Já a anestesia geral provoca perda de consciência e pode ser obtida através de substâncias venosas, inalatórias, ou através de uma combinação das duas. O presente artigo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura para apresentar as características e discutir os prós e contras das técnicas citadas. Foi visto que a sedação com óxido nitroso é segura e flexível, por conseguir dosar a liberação do gás gradualmente e alterar a profundidade de sedação, além de possibilitar um rápido início e, consequentemente, rápido término de ação. A desvantagem associada a essa técnica está relacionada com o efeito do gás, que é individual e variável de cada organismo, podendo trazer efeitos colaterais como náusea e vômito. Já a técnica da anestesia geral tem como diferencial positivo assegurar o tamponamento orofaringeo durante todo o procedimento, além de permitir procedimentos mais extensos em uma única sessão. Seus pontos negativos estão associados ao possível quadro de delirium pós-operatório e seu custo elevado, além de que, quando comparado com a sedação consciente, os riscos de morbilidade e mortalidade são maiores. Concluiu-se, portanto, que as duas técnicas têm suas claras indicações, onde não há uma vantagem absoluta para que se opte exclusivamente por apenas uma. A escolha deve ser obtida de acordo com o perfil de cada paciente e a abordagem cirúrgica a ser realizada.
Referências
Amarante, C.E., Amarante S.E. & Guedes-Pinto, C.A. (2003). Atualize-se sobre o uso da sedação consciente por óxido nitroso e oxigênio em Odontologia. Revista Brasileira de Odontologia, 60(2):95-8.
A.D.A. (2004). Clinical guideline on the elective use of minimal, moderate, deep sedation and general anesthesia for pediatric dental patients. Pediatr Dent. Reference manual. American Academy of Pediatric Dentistry (ADA), 95-103.
Aguilar, M.E.R. (1995). Historia y evolución de la anestesia. Cirugia y Cirujanos, 63(5):195-198.
Baeder, F. M., Silva, D. F., Albuquerque, A. C. L. de, Santos, D. C. L. dos., Pavanello, A., David, A. F., & Santos, M. T. B. R. (2021). Risk of respiratory depression at use of nitrous oxide on individuals with cerebral palsy: a clinical trial. Research, Society and Development, 10(13).
Bonardi, J.P., Cordeiro, R.F., Stabile, G.A.V. & Pereira-Stabile, C.L. (2015). Tratamento de fratura iatrogênica do ângulo mandibular ocorrida durante exodontia do terceiro molar: caso clínico. Rev. Port. Estomatol. Med. Dent. Cir. Maxilofac, 56(1):68–72.
Caldas, A. F. & Gamba, C. G. (2004). A sedação consciente e sua importância no controle diário da dor, medo e ansiedade na clínica odontológica. Revista Naval. Ago, 51:3.
Cericato, G.O. & Fernandes, A. P. S. (2008). Implicações da deficiência visual na capacidade de controle de placa bacteriana e na perda dental. Revista da Faculdade de Odontologia - Universidade de Passo Fundo, 13(2):17-21.
Chaves, A.M., Loffredo, L. C. M., Valsecki-Júnior, A., Chavez, O. M. & Campos, J. A. D. B. (2006). Estudo epidemiológico da ansiedade dos pacientes ao tratamento odontológico. Rev de Odont. UNESP, 35(4):263-8.
Cordeiro, A.M., Oliveira G.M., Rentería M.J. & Guimarães, C.A. (2007). Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 34(6):428-431.
Dougherty, N. (2009) The dental patient with special needs: a review of in- dications for treatment under general anesthesia. Spec. Care Dentist, 29(1):17-20.
Da Costa, L.G., Dos Santos, A. O. G. M., De Mendonça, J. C. G., Da Silva, J. C. L., Pelissaro, G.S., De Souza, A. S. & Gaetti-Jardim, E. C. (2019). Exodontias múltiplas sob anestesia geral: relato de caso. Arch Health Invest, 8(12):807-811.
Ferretti, G.A. (1985). Guia para anestesia geral com finalidade de proporcionar um tratamento odontológico. Clínicas Odontológicas da América do Norte. São Paulo: Roca; 121-35.
Fiorillo, L. (2019). Conscious Sedation in Dentistry. Medicina, 55, 778. https://doi.org/10.3390/medicina55120778
Fraga, D. M. (2021). Sedação Consciente no Consultório Odontológico: Revisão de Literatura. 27 f. TCC (Graduação) - Curso de Odontologia, Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça.
Freitas, S, A. A., Gondim, R. C. D., Cantanhede, L. M. & Lage, L. M. (orgs.) (2022). Odontologia: Uma Visão Contemporânea. Editora Pascal. São Luís. 7
Galeotti, A., Bernardin, A. G., D’Anto, Ferrazzano, G. F., Gentile, T., Viarani, V., Cassabgi, G. & Cantile, T. (2016). Inhalation Conscious Sedation with Nitrous Oxide and Oxygen as Alternative to General Anesthesia in Precooperative, Fearful, and Disabled Pediatric Dental Patients: a large survey on 688 working sessions. Biomed Research International, 1-6. Hindawi Limited.
Haddad, A. S., Mareti, M.B.C. (2007). Anestesia geral no tratamento odontológico de pacientes com necessidades especiais. In: Haddad AS. Odontologia para pacientes com necessidades especiais. São Paulo: Livraria Santos; 501-14.
Kanegane, K., Penha, S. S., Borsatti, M. A., Rocha, R. G. (2003). Ansiedade ao tratamento odontológico em atendimento de urgência. Rev Saúde Pública, 37(6):786-92.
Ladewing, V. M. (2016). Sedação consciente com óxido nitroso na Clínica Odontopediátrica. Odontologia Clínica – Científica (Online), 15(2):2.
Malamed, S.F. (2003). Sedation: a guide to patient management. 4a ed. St Louis: Mosby, 167-78.
Melo, R. B. et al. (2020). Risco de fratura mandibular durante exodontia de terceiro molar - Relato de Caso. Odontologia: Tópicos em Atuação Odontológica, 150-161.
Modesto, L. M. M. & Guedes Pinto, A.C. (1991). Anestesia geral em odontopediatria. In: Guedes Pinto AC. Odontopediatria. 3a ed. São Paulo: Santos; 1017-31
Nazario, T.B. (2020). Uso da Sedação Consciente com Óxido Nitroso e Oxigênio na Odontologia. 30 f. TCC (Graduação) - Curso de Odontologia, Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Odontologia, Uberlândia.
Nocite, J. R. (1995). Anestesia Geral e Condutiva em Cirurgia Ambulatorial. Revista Brasileira de Anestesiologia, 45(1):7-14.
Ramacciato, J.C., Ranali, J., Motta, R. H. L. (2004) Biossegurança na sedação inalatória com Óxido Nitroso. Rev. Assoc. Paul. Cirur. Dent., 58(2):374-8.
Rang, H. P., Dale, M. M., Ritter, P. (2004). Farmacologia. 5a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
Raya, S., Toledo, A. O., Bezerra, A. C. B. (1997). Odontologia hospitalar. RGO (Porto Alegre). 45(3):140-4.
Renton, T., Smeeton, N., & McGurk, M. (2001). Factors predictive of difficulty of mandibular third molar surgery. British dental journal, 190(11):607–610.
Rocha, R. G. (2000), O medo e a ansiedade no tratamento odontológico: controle através da terapêutica medicamentosa. In: Feller C, Gorab B. Atualização na clínica odontológica: módulos de atualização. São Paulo: Artes Médicas.
Rodrigues, A. R., Oliveira, M. T., Paiva, L. G., Rocha, F. S., Silva, M. C. & Zanetta-Barbosa, D. (2013) Fratura mandibular durante remoção do terceiro molar: fatores de risco, medidas preventivas e métodos de tratamento mandibular. Rev Odontol Bras Central, 22(63):124–7.
Santos, J. V. L., Grando, A. B., Moura, D. D. de; Lins, L. B., Perdigão, L. A. M., Matos, M. M. de, Araújo, N. C. R. de, Torres, P. E. de A., Silveira, D. de M. (2021). Complicações cognitivas pós-operatórias relacionadas à anestesia geral em pacientes idosos. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(7):e8077.
Silva, A. de F. M. (2014). Fratura mandibular nas exodontias de terceiros molares inferiores. TCC (Graduação) - Curso de Odontologia, Universidade Estadual de Londrina, Londrina.
Silva, C. C., Lavado, C., Areias, C., Mourão, J. & de Andrade, D. (2015). Conscious sedation vs general anesthesia in pediatric dentistry – a review. MedicalExpress (São Paulo, online), 2(1):M150104.
Silva, L. C. P. & Cruz, R.A. (2009). Odontologia para pacientes com necessidades especiais: protocolos para o atendimento clínico. São Paulo: Santos.
Sonis, S. T., Fang, L. & Fazio, R. C. (1996). Princípios e práticas de medicina oral. 2a ed. Rio de Janeiro: Guanabara- Koogan; 51:451-3.
Takarada, T., Kawahara, M., Irifune, M., Endo, C., Shimizu, Y., Maeoka, K., Tanaka, C., & Katayama, S. (2002). Clinical recovery time from conscious sedation for dental outpatients. Anesthesia progress, 49(4):124–127.
Vermeulen, M., Vinckier, F. & Vandenbroucke, J. (1991). Dental general anesthesia: clinical characteristics of 933 patients. J Dent Child. 58(1):27-30.
Wulkan, M., Parreira Jr., J. G. & Botter, D. A. (2005). Epidemiologia do Trauma Facial. Revista Associação Medicina Brasileira, 51(5):290-295.
Yee, R. (2019). Nitrous oxide inhalation sedation in dentistry: An overview of its applications and safety profile. Singapore Dental Journal, 39(1):11-19.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Alice Cavalvanti Tasso; Aline Kamilla Macedo Ferreira de Lima; Ana Beatriz Gomes Alves Tavares; Carolina Feitosa Chianca Bessa; Gabriela Queiroz Ferreira Fonseca; Isadora Ribeiro Cruz; Maria Eduarda Accioly da Silva; Sérgio Bartolomeu de Farias Martorelli
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
