A circunferência do pescoço como preditor de risco cardiovascular em pacientes renais crônicos em hemodiálise
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34703Palavras-chave:
Diálise renal; Antropometria; Pescoço; Obesidade.Resumo
O presente estudo objetivou avaliar a circunferência do pescoço como um parâmetro preditivo de risco cardiovascular em pacientes renais em tratamento hemodialítico. Trata-se de um estudo transversal com 103 pacientes com doença renal crônica em tratamento hemodialítico avaliados no período de julho de 2018 a setembro de 2019, em duas clínicas de hemodiálise localizadas na região metropolitana do Recife-PE. O risco cardiovascular foi avaliado a partir da circunferência do pescoço utilizando os pontos de corte de Circunferência do Pescoço ≥ 37 cm para homens e ≥34 cm para mulheres, conforme descrito por BenNoun, Sohar e Laor. Foram avaliadas características sociodemográficas e de estilo de vida, bem como parâmetros e índices antropométricos tradicionais. Além disso, foram avaliados parâmetros bioquímicos, como perfil lipídico, glicemia, vitamina D, entre outros. Para avaliar a associação entre as variáveis e o risco cardiovascular foi utilizado o Qui-quadrado com correção de Yates e o teste de McNemar. Para verificar as correlações foi utilizado a correlação de Pearson. As variáveis com um valor de p≤10 foram consideradas com significância limítrofe e as com p <0,05, foram considerados estatisticamente significantes. A Circunferência do Pescoço está associada ao HDL (p<0,001), LDL (p<0,001) e Glicemia (p<0,001), e está correlacionada com a circunferência da cintura (p<0,001), índice de conicidade (p<0,001), razão cintura-estatura (p<0,001), e razão cintura- quadril (p<0,001), índice de massa corporal (p<0,001), circunferência do braço (p=0,04), bem como como os níveis séricos de vitamina D (p<0,001). Conclui-se que a circunferência do pescoço é um bom preditor de risco cardiovascular nessa população.
Referências
Baena, C. P., Lotufo, P. A., Fonseca, M. G., Santos, I. S., Goulart, A. C., & Benseñor, I. M. (2016). Neck Circumference Is Independently Associated with Cardiometabolic Risk Factors: Cross-Sectional Analysis from ELSA-Brasil. Metabolic syndrome and related disorders, 14(3), 145–153. https://doi.org/10.1089/met.2015.0083
Ben-Noun, L., Sohar, E., & Laor, A. (2001). Neck circumference as a simple screening measure for identifying overweight and obese patients. Obesity research, 9(8), 470–477. https://doi.org/10.1038/oby.2001.61
Brandão, H. F. C., Saraiva, M. B. M., de Sousa, B. S., de Almeida, S. S., Souza, E. D. S., Melo, H. C. M., & Tomyia, M. T. O. (2021). Estado nutricional e sua associação com risco cardiovascular no paciente em tratamento hemodialítico. Brazilian Journal of Development, 7(2), 11712-11728.
Caro, P., Guerra, X., Canals, A., Weisstaub, G., & Sandaña, C. (2019). Is neck circumference an appropriate tool to predict cardiovascular risk in clinical practice? A cross-sectional study in Chilean population. BMJ open, 9(11), e028305. https://doi.org/10.1136/bmjopen-2018-028305
Cianciolo, G., Cappuccilli, M., Tondolo, F., Gasperoni, L., Zappulo, F., Barbuto, S., Iacovella, F., Conte, D., Capelli, I., & La Manna, G. (2021). Vitamin D Effects on Bone Homeostasis and Cardiovascular System in Patients with Chronic Kidney Disease and Renal Transplant Recipients. Nutrients, 13(5), 1453. https://doi.org/10.3390/nu13051453
Cosentino, N., Campodonico, J., Milazzo, V., De Metrio, M., Brambilla, M., Camera, M., & Marenzi, G. (2021). Vitamin D and Cardiovascular Disease: Current Evidence and Future Perspectives. Nutrients, 13(10), 3603. https://doi.org/10.3390/nu13103603
de Rosso Krug, R., Corrêa, K. I. D., Tonetto, J. K., da Silva, D. H. S., Buratti, J. L., Keller, K. D., & Moreira, P. R. (2020). Relação entre tempo de hemodiálise e declínio cognitivo em pacientes renais crônicos. Brazilian Journal of Development, 6(6), 33040-33052.
Da Silva Prado, L. V., Couto Santos, E. M., Lima da Luz, C. M., Da Silva, C. P., & Ferreira Pinheiro Gadelha, C. P. (2014). Inflammation and malnutrition in renal replacement therapy unit of Northeastern Brazil. NUTRICION CLINICA Y DIETETICA HOSPITALARIA, 34(3), 29-36.
Fantin, F., Comellato, G., Rossi, A. P., Grison, E., Zoico, E., Mazzali, G., & Zamboni, M. (2017). Relationship between neck circumference, insulin resistance and arterial stiffness in overweight and obese subjects. European journal of preventive cardiology, 24(14), 1532-1540.
Joshipura, K., Muñoz-Torres, F., Vergara, J., Palacios, C., & Pérez, C. M. (2016). Neck Circumference May Be a Better Alternative to Standard Anthropometric Measures. Journal of diabetes research, 2016, 6058916. https://doi.org/10.1155/2016/6058916
Lohman, T. G., Roche, A. F., & Martorell, R. (1988). Anthropometric standardization reference manual. Human kinetics books.
Millán-Núñez, J., Mantilla-Morató, T., Toro, R., Millán-Pérez, J. J., Mangas-Rojas, A., & Scientific Committee of Hypertriglyceridemia Registry of Spanish Society of Arteriosclerosis (SEA) (2016). Cardiometabolic Risk Related to the Association of hypertriglyceridemia-Low HDLc. Current pharmaceutical design, 22(3), 365–371. https://doi.org/10.2174/1381612822666151112150831
Pereira A. S., et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Pilz, S., Tomaschitz, A., März, W., Drechsler, C., Ritz, E., Zittermann, A., Cavalier, E., Pieber, T. R., Lappe, J. M., Grant, W. B., Holick, M. F., & Dekker, J. M. (2011). Vitamin D, cardiovascular disease and mortality. Clinical endocrinology, 75(5), 575–584. https://doi.org/10.1111/j.1365-2265.2011.04147.x
Pitanga, F. J. G., & Lessa, I. (2007). Associação entre indicadores antropométricos de obesidade e risco coronariano em adultos na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, 10(2), 239-248.
Pitanga, F. J. G., & Lessa, I. (2006). Razão cintura-estatura como discriminador do risco coronariano de adultos. Revista da associação médica brasileira, 52,157-161.
Santiago, E. R., Dourado, K. F., Petribú, M. M. V., Andrade, M. I. S., Barbosa, L. S., & Santos, C. M. (2017). Circunferência do pescoço como indicador de risco cardiovascular em pacientes renais crônicos em hemodiálise. Nutr Clin Diet Hosp, 37(1), 41-8.
Sociedade Brasileira de Cardiologia (2017). Atualização da diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose-2017. Arq Bras Cardiol, 109(2), 1-76.
Soares, P. G., & de Pádua, T. V. (2014). Relação entre cintura-quadril e imagem corporal em mulheres de meia-idade e idosas ativas fisicamente. Revista Kairós-Gerontologia, 17(1), 283-295.
de Souza, B. S., de Almeida, S. S., Cavalcanti, D. C. de F., Melo, H. C. M., Tomyia, M. T. O., Brandão, H. F. C., Souza, E. D. S., dos Santos, F. T. M., Monte, L. K. F., & Albuquerque Silva, P. F. de O. (2020). Associação da função muscular com o estado nutricional e parâmetros clínicos e bioquímicos de pacientes portadores de doença renal crônica submetidos à hemodiálise / Association of muscle function with nutritional status and clinical and biochemical parameters of patients with chronic kidney disease undergoing hemodialysis. Brazilian Journal of Development, 6(10), 80082–80094. https://doi.org/10.34117/bjdv6n10-436
Torres Medeiros, L., Caldas Sales, A. E., da Silva E Sousa, F. I., Vieira Moreira, T. M., Vital Batista, A. C., Marques Braga, R. A., Camacho Santos Daltro, A. F., & Costa de Oliveira, C. M. (2021). Use of neck circumference as a predictor of cardiovascular risk in chronic kidney patients undergoing hemodialysis who are candidates for transplantation. Journal of human nutrition and dietetics: the official journal of the British Dietetic Association, 34(4), 758–767. https://doi.org/10.1111/jhn.12909
Valdivieso, M. S. N., López, I. M. A., Gonzales, M. G. M., & Herdoiza, L. O. H. (2019). Diagnóstico y tratamiento de la nefritis lúpica. RECIMUNDO: Revista Científica de la Investigación y el Conocimiento, 3(3), 410-427.
Zanuncio, V. V., Pessoa, M. C., Pereira, P. F., & Longo, G. Z. (2017). Neck circumference, cardiometabolic risk, and Framingham risk score: Population-based study. Revista de Nutrição, 30, 771-781.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ellen Diana Silva de Souza; Bruno Soares de Souza; Halanna Celina Magalhães Melo; Samanta Siqueira de Almeida; Marília Tokiko Oliveira Tomiya; Hannah Fernandes Cavalcanti Brandão; Dejane de Almeida Melo; Rebecca Peixoto Paes Silva; Regiane Maio; Maria da Conceição Chaves de Lemos
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.