As dificuldades enfrentadas pela população trans no acesso aos serviços de saúde: uma revisão integrativa de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.35019Palavras-chave:
Pessoas Transgênero; Identidade de Gênero; Serviços de Saúde para Pessoas Transgênero; Acesso aos serviços de saúde.Resumo
O acesso aos serviços de saúde constitui um direito constitucional de todas as pessoas. O presente artigo objetivou realizar uma revisão integrativa acerca das dificuldades enfrentadas pela população trans no acesso aos serviços de saúde. Foram consultadas as bases de dados Índice Bibliográfico Español en Ciencias de la Salud (IBECS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SciELO), o que permitiu selecionar 15 artigos completos publicados entre 2012-2021. Para a discussão dos resultados, foram estabelecidas quatro categorias de análise: Panorama dos Principais Marcos Legislativos sobre os Direitos da População Trans; Estigmatização e Discriminação da População Trans; A Lógica Binarista e Biologizante como Promotora da Patologização e Medicalização da Transexualidade e Carência de Efetividade dos Serviços em Saúde e das Práticas Profissionais no Atendimento à População Trans. Concluiu-se que a rejeição das vivências plurais da população trans no acesso aos serviços e itinerários de saúde geram prejuízos quanto à assistência qualificada de profissionais e instituições, sejam públicas ou privadas, colocando-as em situação de risco e dificultando ações preventivas voltados à manutenção e cuidado integral da saúde. Argumenta-se que é necessário construir práticas em saúde entre poder público e sociedade, assegurando direitos e diminuindo preconceitos.
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