Tratamentos anti-hipertensivos usados na Estratégia de Saúde da Família dos municípios polos das macrorregiões de saúde de Pernambuco: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35182Palavras-chave:
Hipertensão arterial; Atenção primária à saúde; Tratamento farmacológico; Anti-hipertensivos.Resumo
Caracterizar os esquemas terapêuticos anti-hipertensivos e suas associações, usados pelos hipertensos cadastrados na Estratégia Saúde da Família dos municípios polos das macrorregiões do estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal descritivo e analítico, realizado numa amostra aleatória de hipertensos. Dos 334 hipertensos participantes do estudo, 144 tinham diabetes. A maioria (62,27%) residia em Recife e era do sexo feminino (68,56%). A idade média dos entrevistados foi de 64,1 ± 13,0 anos. Mais de 50% referiram o uso de diuréticos, sendo predominante o uso da hidroclorotiazida. Este grupo foi o mais presente em politerapia, enquanto os bloqueadores dos receptores de angiotensina, representados por losartana (34,45%), e os inibidores da enzima conversora de angiotensina (30,25%) eram mais usados em monoterapia; observou-se em Recife uma maior utilização dos últimos, enquanto nos polos do interior privilegiava-se os primeiros. Predominou a politerapia com dois anti-hipertensivos e a maioria das associações estava condizente com as diretrizes nacionais e internacionais. Foram identificadas algumas associações inadequadas, como de inibidor da enzima conversora de angiotensina com bloqueador dos receptores de angiotensina. O estudo ampliou o conhecimento dos esquemas de tratamentos anti-hipertensivos utilizados na atenção primária numa amostra representativa de uma população com vulnerabilidades socioeconômicas, numa área em que informações e observações ainda são escassas. O confronto entre prática real e recomendações visa favorecer a escolha adequada da farmacoterapia, sabendo que o controle pressórico é essencial para evitar a ocorrência de complicações.
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