Gravidade clínica das incompatibilidades medicamentosas em pacientes críticos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i6.3533Palavras-chave:
Incompatibilidade de medicamentos; Segurança do paciente; Cuidados críticos; Infusões intravenosas; Cuidados de Enfermagem.Resumo
Objetivo: analisar a gravidade das incompatibilidades medicamentosas em uma unidade cardio intensiva. Metodologia: estudo observacional, com delineamento transversal e de natureza quantitativa. Estudo baseado em duas etapas: verificação das prescrições e observação direta da infusão no paciente, para identificação in loco da incompatibilidade. A coleta dos dados ocorreu de setembro de 2018 a maio de 2019 a partir de um instrumento de coleta próprio, realizada na unidade de cardio intensiva de um Hospital Universitário do Rio de Janeiro. Resultados: foram observadas 161 prescrições medicamentosas, com identificação de 2.227 medicamentos, dos quais 858 (38,52%) foram administrados na via intravenosa. Dentre esses, 631 (73,54%) medicamentos foram administrados de forma simultânea. Entre esses medicamentos, foram identificadas 893 doses administradas de forma simultânea, das quais foram analisadas quanto a incompatibilidade e a gravidade da incompatibilidade. Foram identificadas 271 compatibilidades (30,35%); 94 incompatibilidades (10,52%), e 528 combinações não testadas (59,13%). Conclusão: As combinações de medicamentos identificados como graves mais frequentes foram: Midazolam com Imipenem (8,51%), Midazolam com Hidrocortisona (8,51%), Fentanila com Amiodarona (7,44%) e a Polimixina B com Furosemida (6,38%). Os pacientes críticos são os mais vulneráveis a ocorrência de incompatibilidades medicamentosas, evidenciando a necessidade de mais estudos, com o intuito de proporcionar maior segurança para a administração de fármacos intravenosos.
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