Cobertura de doses da vacina contra HPV e variação por nível de privação material dos municípios brasileiros, 2012 a 2018
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35484Palavras-chave:
Papillomavirus; Vacinas; Adolescentes.Resumo
A vacinação contra o HPV é uma importante estratégia de prevenção que pode reduzir a carga da doença e a incidência de cânceres a longo prazo. Assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar a cobertura das doses de HPV em adolescentes brasileiros e seus padrões de variação de acordo com as características geográficas e o nível de privação material dos municípios, entre 2012 e 2018. Trata-se de um estudo transversal, que utilizou dados do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), para os 5.570 municípios brasileiros que tiveram registro de doses aplicadas de vacinas contra o HPV nos anos de interesse. As frequências de doses aplicadas de vacina contra o HPV foram apresentadas por ano de análise, para a população total e estratificadas por sexo. Os municípios foram divididos em quintis segundo pontuação de privação do Índice Brasileiro de Privação. As frequências de doses de vacinas aplicadas por quintis de privação foram apresentadas para os municípios ano a ano. Um total de 34.268.998 doses de vacina contra o HPV foram aplicadas no Brasil entre o período, com maiores números de doses durante o período da campanha nacional. Maiores números de doses foram observados entre mulheres comparadas a homens (p=0,025). Houve uma tendência de redução do número de doses ao longo dos anos. Sendo assim, destaca-se a necessidade de desenvolver medidas que visem o aumento da cobertura vacinal contra o HPV, como educação em saúde, educação sexual e políticas públicas voltadas à redução das iniquidades em saúde e socioeconômicas.
Referências
Allik, M., Brown, D., Dundas, R., & Leyland, A. H. (2016). Developing a new small-area measure of deprivation using 2001 and 2011 census data from Scotland. Health & Place, 39, 122–130. https://doi.org/10.1016/J.HEALTHPLACE.2016.03.006
Almeida, M. de M., & Pereira, K. A. A. (2019). Educação e orientação sexual e prevenção das IST´S: ênfase para os riscos do papilomavírus humano (HPV). Anais Do XVI Congresso NUPIC. https://publicacoes.fafire.br/diretorio/nupic/nupic_2019_06.pdf
Alves, C. N. M., GUSMÃO, C. M. P., LINS, E. A., MOTA, L. D. M., ROCHA, N. M. da, & LISBÔA, G. L. P. (2020). Papilomavírus humano (HPV) e uso do preservativo: conhecimento de jovens brasileiros. Paper Knowledge . Toward a Media History of Documents, 12–26.
Brasil. (2018). Informe técnico da ampliação da oferta das vacinas papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18 (recombinante) – vacina HPV quadrivalente e meningocócica C (conjugada). Ministério da saúde secretaria de vigilância em saúde departamento de vigilância das doenças transmissíveis coordenação-geral do programa nacional de imunizações.
Brown, D., Allik, M., Dundas, R., & Leyland, A. H. (2019). All-cause and cause-specific mortality in Scotland 1981–2011 by age, sex and deprivation: a population-based study. European Journal of Public Health, 29(4), 647–655. https://doi.org/10.1093/EURPUB/CKZ010
Brown, D., & Leyland, A. H. (2010). Scottish mortality rates 2000–2002 by deprivation and small area population mobility. Social Science & Medicine (1982), 71(11–3), 1951. https://doi.org/10.1016/J.SOCSCIMED.2010.09.015
Castellsagué, X., Muñoz, N., Pitisuttithum, P., Ferris, D., Monsonego, J., Ault, K., Luna, J., Myers, E., Mallary, S., Bautista, O. M., Bryan, J., Vuocolo, S., Haupt, R. M., & Saah, A. (2011). End-of-study safety, immunogenicity, and efficacy of quadrivalent HPV (types 6, 11, 16, 18) recombinant vaccine in adult women 24–45 years of age. British Journal of Cancer, 105(1), 28. https://doi.org/10.1038/BJC.2011.185
Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde. (2020). Fonte: Índice Brasileiro de Privação: https://cidacs.bahia.fiocruz.br/ibp
Darolt, J. B. (2019). Taxa de cobertura vacinal infantil brasileira.
Domingues CMAS, Teixeira AMS. (2013). Coberturas vacinais e doenças imunopreveníveis no Brasil no período 1982-2012: avanços e desafios do Programa Nacional de Imunizações. Epidemiol Serv Saude; 22(1):9-27 http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742013000100002
Dubé E, Vivion M, MacDonald NE. (2015). Vaccine hesitancy, vaccine refusal and the anti-vaccine movement: influence, impact and implications. Expert Rev Vaccines. Jan;14(1):99-117. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25373435/
Eluf, J. (2008). A vacina contra o papilomavírus humano Comentário sobre o artigo do Dr. In Rev Bras Epidemiol (Vol. 11, Issue 3).
Filho, N. de A., & Barreto, M. L. (2011). Epidemiologia e Saúde - Fundamentos, Métodos e Aplicações. | CECOVISA. Guanabara Koogan. http://www6.ensp.fiocruz.br/visa/?q=node/5744
Fiorati, R. C., Arcêncio, R. A., & Souza, L. B. D. (2016). Social inequalities and access to health: challenges for society and the nursing field. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 24. www.eerp.usp.br/rlae
Fonsêca, E. de A. B. da, Oliveira, A. L. R. de, Dantas, R. K. N., & Salomão, M. A. A. de O. (2017). Adesão de Meninas à Campanha de Vacinação Contra HPV no Estado da Paraíba em 2014 (Vol. 15, Issue 1).
Hansen, P. R., Schmidtblaicher, M., & Brewer, N. T. (2020). Resilience of HPV vaccine uptake in Denmark: decline and recovery. Vaccine, 38(7), 1842-1848. https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2019.12.019
MacDonald, N. E. (2015). SAGE Working Group on Vaccine Hesitancy. Vaccine hesitancy: definition, scope and determinants. Vaccine. 33(34): 4161-4. https://doi.org/10.1016/j.vaccine.2015.04.036
Magalhães, G. M., Vieira, É. C., Garcia, L. C., de Carvalho‐Leite, M. de L. R., Guedes, A. C. M., & Araújo, M. G. (2021). Atualização em papiloma vírus humano – Parte I: epidemiologia, patogênese e espectro clínico. Anais Brasileiros de Dermatologia, 96(1), 1–16. https://doi.org/10.1016/J.ABDP.2020.11.001
Melo, J. (2019). Vulnerabilidades de adolescentes masculinos ao HPV em instituições escolares do município de Parnaíba – PI - Dialnet. Revista Interdisciplinar, 12(1), 50–58. https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=6966616
Moura, L. D. L., Codeço, C. T., & Luz, P. M. (2020). Human papillomavirus (HPV) vaccination coverage in Brazil: spatial and age cohort heterogeneity. Revista Brasileira de Epidemiologia, 24. https://doi.org/10.1590/1980-549720210001
Organização Mundial Saúde. (n.d.). (2021). Vacina contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV) - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde. Organização Mundial Da Saúde. Retrieved October 6, from https://www.paho.org/pt/tag/vacina-contra-virus-do-papiloma-humano-hpv
Organização Pan-Americana da Saúde. (2019). Metodologia para o cálculo de cobertura da vacina contra o HPV na Região das Américas METODOLOGIA PARA O CÁLCULO. Organização Pan-Americana Da Saúde. www.paho.org
Organização Pan-Americana da Saúde. (n.d.). (2021). HPV e câncer do colo do útero - OPAS/OMS | Organização Pan-Americana da Saúde. Organização Pan-Americana Da Saúde. Retrieved October 6, from https://www.paho.org/pt/topicos/hpv-e-cancer-do-colo-do-utero
Pereira A. S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [free e-book]. Santa Maria/RS. Ed. UAB/NTE/UFSM.
Queiroz, R. C. C. da S., Queiroz, R. C. de S., Rocha, T. A. H., Silva, F. de S., Santos, I. G. dos, Silva, I. P. da, Silva, N. C. da, Barbieri, M. A., Saraiva, M. da C. P., & Silva, A. A. M. da. (2021). Vaccination services and incomplete vaccine coverage for children: a comparative spatial analysis of the BRISA cohorts, São Luís (Maranhão State) and Ribeirão Preto (São Paulo State), Brazil. Cadernos de Saúde Pública, 37(6), e00037020. https://doi.org/10.1590/0102-311x00037020
Quevedo, J. P. de, Inácio, M., Wieczorkievicz, A. M., & Invernizzi, N. (2016). A política de vacinação contra o HPV no Brasil: a comunicação pública oficial e midiática face à emergência de controvérsias. Revista Tecnologia e Sociedade, 12(24), 1–26. https://doi.org/10.3895/RTS.V12N24.3206
Santos, J. G. C., & Dias, J. M. G. (2018). Vacinação pública contra o papilomavirus humano no Brasil. Rev Med Minas Gerai. https://doi.org/10.5935/2238-3182.20180004
Silva, R. F., & Engstrom, E. M. (2020). Atenção integral à saúde do adolescente pela Atenção Primária à Saúde no território brasileiro: uma revisão integrativa. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, 24, 1–17. https://doi.org/10.1590/INTERFACE.190548
Siu, J. Y. M., Lee, A., & Chan, P. K. S. (2019). Schoolteachers’ experiences of implementing school-based vaccination programs against human papillomavirus in a Chinese community: a qualitative study. BMC Public Health, 19(1). https://doi.org/10.1186/s12889-019-7878-7
Townsend, P. (1987). Conceptualising Poverty. Dynamics of Deprivation. Aldershot: Gower.
Veiga, C. R. P. da, Semprebon, E., Silva, J. L. da, Ferreira, V. L., & Veiga, C. P. da. (2020). Facebook HPV vaccine campaign: insights from Brazil. Human Vaccines & Immunotherapeutics, 16(8), 1824–1834. https://doi.org/10.1080/21645515.2019.1698244
World Health Organization. (n.d.). (2021). Adolescent health. World Health Organization. Retrieved October 5, from https://www.who.int/health-topics/adolescent-health#tab=tab_1
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Beatriz Tianeze de Castro; Anna Luzia Pinho Quaresma ; Andressa Oliveira Azevêdo; Lucas Marques da Silva; Camila Silveira Silva Teixeira
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.