Eventos adversos transfusionais em um hospital público do norte de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i13.35959Palavras-chave:
Transfusão; Hemovigilância; Qualidade.Resumo
Este estudo analisou indicações e eventos adversos transfusionais que ocorreram no Hospital Universitário Clemente Faria, localizado em Montes Claros/MG. Foi realizado um estudo transversal, retrospectivo, quantitativo e descritivo. Foram coletados dados de prontuários, registros do setor de prova cruzada e ficha de notificação de eventos adversos transfusionais. A pesquisa teve a aprovação do CEP da UNIMONTES. No período de 11/2018 a 06/2019 foram transfundidos 1592 hemocomponentes no HUCF, concentrado de hemácias (54,6%), 545 plaquetas (34,2%), 125 plasma fresco congelado (7,9%) e 53 crioprecipitados (3,3%). Entre os concentrados de hemácias transfundidos, 5,4% eram desleucocitados, 6,9 % irradiados/desleucocitados e 2,4% desleucocitados/ fenotipados. Foram notificados 13 eventos adversos imediatos correspondendo a 12,3/1000 transfusões realizadas. A classificação das reações foi distribuída em oito reações febris não hemolíticas (leves), dois alérgicas (leve), um TRALI- improvável (grave), um dispneia associada à transfusão- improvável (moderada) e outras- dor aguda relacionada (leve). Os concentrados de hemácias foram os mais relacionados com as reações adversas (10/13) e a sequir as plaquetas (3/10). Os parâmetros esperados conforme relatório de hemovigilância (2016) define a média de cinco reações/ 1000 transfusões realizadas. Trabalhos publicados demonstraram frequências variadas. Não foram identificados eventos adversos tardios. Apesar da existência de procedimentos padronizados e evidência de treinamentos periódicos, acredita- se que haja subnotificação de eventos adversos transfusionais. Conclui-se que a terapêutica transfusional exige treinamentos e procedimentos bem definidos, além de hemovigilância e notificação de eventos adversos.
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