Perfil epidemiológico da icterícia neonatal no Estado de Pernambuco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36794

Palavras-chave:

Icterícia neonatal; Indicadores de morbimortalidade; Epidemiologia; Sistemas de Informação; Estatísticas vitais.

Resumo

Objetivos: Analisar a morbimortalidade neonatal por icterícia em Pernambuco no período de 2008 a 2017. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e ecológico cuja população estudada é composta por recém-nascidos de mães residentes em Pernambuco, menores de 28 dias, nascidos entre 2008 e 2017. Foram realizadas análises temporais dos indicadores Taxa de Mortalidade Neonatal por Icterícia (TMNI) e Proporção de Internações Hospitalares (PIH), calculados a partir de dados coletados nos Sistemas de Informação do DATASUS. Resultados: A TMNI em Pernambuco entre os anos de 2008 e 2017 foi de 4,92 óbitos por 100.000 nascidos vivos e sua componente precoce foi mais importante do que a tardia. Ao longo do tempo, a TMNI apresentou declínio, reproduzindo o padrão brasileiro. Quanto à internação hospitalar, a icterícia corresponde a 23% do total de internações hospitalares em pacientes de 0 a 27 dias em relação às afecções originadas no período perinatal. Ao contrário da TMNI, a PIH por icterícia neonatal mostrou um aumento significativo no período estudado, mostrando uma correlação forte e inversa entre os dois indicadores. Conclusões: Ao dar visibilidade às taxas de morbimortalidade neonatal por icterícia é possível identificar oportunidades de intervenção em tempo oportuno e reorientação das práticas assistenciais, estratégias eficientes na diminuição de desfechos desfavoráveis.

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Publicado

10/11/2022

Como Citar

FREITAS, S. M. S. de; PONTES, T. M. de A.; GOMES, A. G. N.; PIMENTEL, F. C.; BRANDÃO, D. C. B.; PORTELA, N. M. Perfil epidemiológico da icterícia neonatal no Estado de Pernambuco. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e67111536794, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.36794. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/36794. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde