Análises de micronúcleo e de espectroscopia FTIR como testes de triagem para a detecção do vírus HPV
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.36823Palavras-chave:
Micronúcleo; Espectroscopia de Infravermelho Transformada de Fourier; HPV.Resumo
A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) é o principal precursor do câncer do colo do útero. O Papanicolau é o principal método diagnóstico dessa neoplasia pela análise citológica, porém apresenta alto índice de casos falso-negativos. Este estudo teve como objetivo verificar se o teste de frequência de micronúcleos (MN) e a análise por espectroscopia de infravermelho transformada de Fourier (FTIR) podem ser técnicas alternativas úteis para detectar o vírus HPV no líquido cervical. Cinquenta amostras com citologia normal obtidas de pacientes após exame citopatológico foram divididas em dois grupos com base na presença ou ausência de HPV pela análise prévia de biologia molecular. Das cinquenta amostras analisadas, 46% apresentaram a presença de MN nas células. A frequência de MN observada foi maior nas amostras com HPV positivo e relacionou-se com a idade, uso de anticoncepcional oral e uso de bebida alcoólica (p<0,001). As análises dos espectros de FTIR mostraram altos picos de DNA e proteínas em amostras com alta frequência de MN (1170cm-1; 1516cm-1; 1404cm-1; 1473cm-1) em comparação com amostras com ausência de MN, provavelmente devido a histonas cromossômicas e constituintes do MN. No entanto, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre esses grupos considerando que o FTIR é um teste de triagem e não específico. Assim, pela técnica FTIR não foi possível classificar as amostras pelas diferenças espectrais apresentadas. O teste MN pode ser considerado um teste de triagem para detecção do HPV, sendo possível utilizá-lo na prática clínica por ser um método prático, simples, de baixo custo e não invasivo. Contudo, é importante a realização de estudos em grupos amostrais maiores para investigar a aplicação do teste de MN e da espectroscopia FTIR no diagnóstico dessa infecção e na aplicação na prevenção do câncer do colo do útero.
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