Saúde mental e as metodologias ativas na graduação médica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36859Palavras-chave:
Transtornos psíquicos; Educação Médica; Ensino.Resumo
Introdução: As metodologias ativas, por ter um processo de aprendizagem que abrange vários modelos pedagógicos, exigem dedicação integral dos alunos, fato que pode desencadear ou agravar transtornos psíquicos. Objetivos: Demonstrar a influência das metodologias ativas no desenvolvimento de alterações emocionais em acadêmicos de medicina e analisar a relação temporal de degradação psicossocial com o aumento do nível de exigência vivenciado ao decorrer da graduação. Métodos: Estudo de característica transversal com abordagem quantitativa, experimental e participante. A população analisada foi constituída de 135 estudantes de medicina de uma instituição privada, sendo 40 do primeiro, 51 do quarto e 44 do oitavo semestres. Os estudantes de medicina responderam ao questionário WHOQOL-BREF. Resultados: Foram obtidos resultados que descrevem alterações do sono em 125 indivíduos, alterações emocionais como ansiedade, nervosismo e desânimo com 108, 86 e 48 respostas, respectivamente, além da presença de sentimento de que não vale a pena viver pelo menos uma vez na semana identificado em 56 indivíduos. Dessa forma, quando comparados aos resultados obtidos de que 91 indivíduos relatam as alterações emocionais sendo relacionados à aplicação das metodologias. Conclusão: Os dados apresentados demonstraram a associação das metodologias ativas com o desenvolvimento de transtornos depressivos, evidenciando uma causalidade predominantemente negativa, fazendo-se necessário uma intervenção integrativa psicossocial.
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