Influência do refino nas propriedades do óleo de buriti (Mauritia flexuosa L.f.)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.37009Palavras-chave:
Refinação; Degomagem; Óleo vegetal.Resumo
Os óleos vegetais são fontes renováveis de pronta disponibilidade com vasta empregabilidade comercial. A aplicação desses óleos, geralmente, requer procedimentos de refino para a remoção de substâncias que a inviabilizam, como fosfatídeos, proteínas e ácidos graxos livres. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da degomagem ácida e aquosa nas propriedades físico-químicas do óleo bruto de Mauritia flexuosa L.f. (buriti), palmeira da família Arecaceae, muito explorada comercialmente e bem adaptada ao bioma Cerrado. Foram realizadas análises físicas e químicas como índice de acidez, índice de peróxido, refração, viscosidade, densidade, cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massas e espectroscopia no infravermelho antes e após o processo de refino. Os índices de acidez, densidade e refração não se alteraram significativamente durante os tratamentos; entretanto, diferenças significativas foram observadas para os parâmetros de peróxido e viscosidade após o processo de degomagem ácida. Os resultados de cromatografia e espectroscopia no infravermelho não revelaram alterações na constituição dos ésteres constituintes. A degomagem ácida foi mais eficiente para a remoção de substâncias indesejáveis, com variação significativa (p < 0,05) para o índice de peróxido após este processo. No entanto, o óleo de M. flexuosa apresentou boa estabilidade, mantendo índices aceitáveis diante das resoluções atuais para seu uso.
Referências
Adekunle, K. F. (2015). A Review of Vegetable Oil-Based Polymers: Synthesis and Applications. Open Journal of Polymer Chemistry, 5, 34-40. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.4236/ojpchem.2015.53004
Albuquerque, M. L. S., Guedes, I., Alcantra, P. Jr., & Moreira, S. G. C. (2003). Infrared absorption spectra of Buriti (Mauritia flexuosa L.) oil. Vibrational Spectroscopy, 33(1-2), 127-131. https://doi.org/10.1016/S0924-2031(03)00098-5
AOCS - American Oil Chemists Society (2004). Official methods and recommended practices of the American Oil Chemists’ Society. Champaign: American Oil Chemists’ Society, 2004.
Aquino, J. S., Pessoa, D. C. N. P., Araújo, K. L. G. V., Epaminondas, P. S., Schuler, A. R. P., Souza, A. G., & Stamford, T. L. M. (2012). Refining of Buriti Oil (Mauritia flexuosa) Originated from the Brazilian Cerrado: Physicochemical, Thermal-Oxidative and Nutritional Implications. Journal of the Brazilian Chemical Society, 23(2), 212-219. https://doi.org/10.1590/S0103-50532012000200004
ASTM - American Society for Testing and Materials (2016). Standard Test Method for Viscosity by Ford Viscosity Cup (D 1200-94).
Aued-Pimentel, S., Kumagai, E. E., Kus, M. M. M., Caruso, M. S. F., Tavares, M., & Zenebon, O. (2009). Ácidos graxos trans em óleos vegetais refinados poli-insaturados comercializados no estado de São Paulo, Brasil. Food Science and Technology, 29(3), 646-651. https://doi.org/10.1590/S0101-20612009000300030
Brasil (2005). Resolução RDC nº 270, de 22 de setembro de 2005 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Aprova o Regulamento Técnico referente Óleos vegetais, gorduras vegetais e creme vegetal. DOU, 23/09/2005, seção 1, p.5.
Canciam, C. A. (2010). Efeito da temperatura na viscosidade de óleos vegetais refinados. Ciências Exatas e da Terra, Agrárias e Engenharias, 16(1), 07-12. https://doi.org/10.5212/Publ.Exatas.v.16il.0001
Cândido, T. L. N., Silva, M. R., & Agostini-Costa, T. S. (2015). Bioactive compounds and antioxidant capacity of buriti (Mauritia flexuosa L.f.) from the Cerrado and Amazon biomes. Food Chemistry, 177, 313-319. https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2015.01.041
Collins, C. H., Braga, G. L., & Bonato, P. S. (1997). Introdução a métodos cromatográficos (7th ed.). Unicamp.
Cordeiro, V. M. (2020). Análise de matérias-primas na produção de biodiesel no Brasil [Degree in Chemical Engineering, Unidade De Ensino Superior De Feira De Santana]. https://unef.edu.br/wp-content/uploads/2022/08/TCC_Vitor-1.pdf
Cruz, D. C. P., Castro, I. F. G., Sehwartz, R. L. C., Campos, A. L. B. S., Pereira, I. C. C., Vilhena, A. E. G., & Martelli, M. C. (2022). Avaliação das propriedades físico-químicas e do desempenho das três gerações de biodiesel através do processo de transesterificação: uma revisão. Research, Society and Development, 11(4), 1-21. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i4.27234
Detmann, E., Souza, M. A., & Valadares, S. C. (2012). Métodos para análises de alimentos - INCT - Ciência Animal. Suprema.
Encarnação, A. P. G. (2008). Geração de biodiesel pelos processos de transesterificação e hidroesterificação [Master's thesis, Universidade Federal do Rio de Janeiro]. http://www.tpqb.eq.ufrj.br/download/biodiesel-via-trans-e-hidroesterificacao.pdf
Freire, J. A. P., Barros, K. B. N. T., Lima, L. K. F., Martins, J. M., Araújo, Y. C., Oliveira, G. L. S., Aquino, J. S., & Ferreira, P. M. P. (2016). Phytochemistry Profile, Nutritional Properties and Pharmacological Activities of Mauritia flexuosa. Journal of Food Science, 81(11), R2611-R2622. https://doi.org/10.1111/1750-3841.13529
Gunstone, F. D. (2011). Vegetable Oils in Food Technology: Composition, Properties and Uses (2nd ed.). Blackwell Publishing.
IEF – Instituto Estadual de Florestas - APA Pandeiros. (2013, December 16). Portal Meio Ambiente. Retrieved October 23, 2022, from http://www.ief.mg.gov.br/noticias/3306-nova-categoria/1769-apa-pandeiros
Jung, M. Y., Park, J. S., & Yoon, S. H. (2016). Quantitative Determination of Conjugated Linoleic Acids in Hydrogenated Vegetable Oils Using Refractive Index. Food Science and Biotechnology, 25(1), 121-124. https://doi.org/10.1007/s10068-016-0018-6
Luz, D. A., Machado, K. R. G., Pinheiro, R. S., Maciel, A. P., Souza, A. G., & Silva, F. C. (2011). Studies of physico-chemical crude babassu oil (Orbignya phalerata Mart.) and a byproduct of the degumming step of the refining process. Caderno de Pesquisa, 11(3), 19-22. https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/640/391
Luz, G. E., Jr. Santos, A. G. D., Melo, A. C. R., Oliveira, R. M., Araújo, A. S., & Fernandes, V. J., Jr. (2011). Thermal catalytic cracking of buriti oil (Mauritia flexuosa L.) over LaSBA-15 mesoporous materials. Fuel Processing Technology, 92(A), 2099-2104. https://doi.org/10.1016/j.fuproc.2011.06.018
Manhães, L. R. T. (2014). Avaliação do potencial nutricional, funcional e sensorial de óleo de buriti (Mauritia Flexuosa, Mart.) [Doctoral thesis, Univerisidade Federal Rural do Rio de Janeiro]. https://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/3206
Mitrea, L., Teleky, B., Leopold, L., Nemes, S., Plamada, D., Dulf, F. V., Pop, I., & Vodnar, D. C. (2022). The physicochemical properties of five vegetable oils exposed at high temperature for a short-time-interval. Journal of Food Composition and Analysis, 106(104305). https://doi.org/10.1016/j.jfca.2021.10430
Morais, M. M., Alves, W. S., Pereira, E. C., Araújo, A. G., Silva, M. A. S., & Vieira, J. S. C. (2012). Comparação entre métodos de purificação de óleo vegetais por degomagem visando à produção de biodiesel. VII CONNEPI - Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação, Palmas. https://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/2057/1171
Munari, F., Cavagnino, D., & Cadoppi, A. (2007). Determination of Total FAME and Linolenic Acid Methyl Ester in Pure Biodiesel (B100) by GC in Compliance with EN 14103. Thermo Scientific, 01-04. https://www.analiticaweb.com.br/downloads/literaturas/esteres_totais_biodiesel.pdf
Oliveira, A. G., Siufi, L. S., Costa, M. N., Patti, P. P., & Piccini, W. M. (2022). Produção de óleo de crambe refinado destinado ao processo de biodiesel [Degree in Chemical Engineering, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA]. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/24304/Oliveira_Arthur_Siufi_Lucas_Costa_Matheus_Patti_Pedro_Piccini_William_2022_TCC.pdf?
Oliveira, L. R., Neves, J. A., & Silva, M. J. M. (2013). Avaliação da qualidade fisíco-química do óleo bruto da amêndoa de babaçu (Orbignya spp). Comunicata Scientiae, 4(2), 161-167. https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5022003.pdf
Pardauil, J. J. R., Souza, L. K. C., Molfetta, F. A., Zamian, J. R., Rocha, G. N. Jr., & Costa, C. E. F. (2011). Determination of the oxidative stability by DSC of vegetable oils from the Amazonian area. Bioresource Technology, 102(10), 5873-5877. https://doi.org/10.1016/j.biortech.2011.02.022
Penedo, P. L. M., & Coelho, G. L. V. (1997). Purificação de óleos vegetais por extração com CO2 supercrítico. Food Science and Technology, 17(4). https://doi.org/10.1590/S0101-20611997000400007
Prado, E. R. A., Lemos, F. L., Lara, I., Claro, E. O., & Jorge, L. M. M. (2014). Refino de óleos vegetais utilizando lavagem ácida com recirculação. Engevista, 16(3), 384-391. https://doi.org/10.22409/engevista.v16i3.523
Ramalho, H. F., & Suarez, P. A. Z. (2013). A Química dos Óleos e Gorduras e seus Processos de Extração e Refino. Revista Virtual de Química, 5(1), 02-15. https://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/360/279
Ribeiro, R. A., Queiroz, M. G. M. N., Alves, V. L., Prata, E. R. B. A., Barbosa, E. S., Santos, E. M., & Mota, B. S. N. (2010). Efeitos do tempo de armazenamento sobre as propriedades físico-químicas de óleo de Jatropha curcas (PINHÃO MANSO). Revista brasileira de oleaginosas e fibrosas, 14, 01-07. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/19179/1/RBOF_141-7.pdf
Saurabh, T., Patnaik, M., Bhagt, S. L., & Renge, V. C. (2011). Epoxidation of vegetable oils: a review. International Journal of Advanced Engineering Technology, 2(4), 491-501.
Shereena, K. M., & Thangaraj, T. (2009). Biodiesel: an Alternative fuel Produced From Vegetable Oils by Transesterification. Eletronic Journal of Biology, 5(3), 67-74. https://ejbio.imedpub.com/biodiesel-an-alternative-fuel-produced-from-vegetable-oils-bytransesterification.pdf
Silva, C. R., Carvalho, M. W. N. C., Conrado, L. S., Fook, M. V. L., & Leite, K. P. S. (2012). Caracterização físico-química e dielétrica de óleos biodegradáveis para transformadores elétricos. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 16(2), 229-234. https://doi.org/10.1590/S1415-43662012000200015
Silverstein, R. M., Webster, F. X., & Kiemle, D. J. (2006). Identificação espectrométrica de compostos orgânicos (7th ed.). LTC.
Stachiw, R., Ribeiro, S. B., Jardim, M. A. G., Possimoser, D., Alves, W. C., & Cavalheiro, W. C. S. (2016). Potencial de produção de biodiesel com espécies oleaginosas nativas de Rondônia, Brasil. Acta Amazonica, 46(1), 81-90. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1590/1809-4392201501151
Zanini, B., Souza, S. N. M., Santos, R. F., Siqueira, J. A. C., Oliveira, R. S., Lewandoski, C. F., & Rodrigues, R. A. (2022). Produção de biodiesel como estratégia para o pequeno produtor. Research, Society and Development, 11(12), 1-12. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34108
Zore, U. K., Yedire, S. G., Pandi, N., Manickam, S., & Sonawane, S. H. (2021). A review on recent advances in hydrogen energy, fuel cell, biofuel and fuel refining via ultrasound process intensification. Ultrasonics Sonochemistry, 73(105536), 1-24. https://doi.org/10.1016/j.ultsonch.2021.105536
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Darlyson Santos Silva; Sônia Ribeiro Arrudas; Franciellen Morais-Costa; Yule Roberta Ferreira Nunes ; Maria Teresa Oliveira Silva Rodrigues; Guilherme Araujo Lacerda; Victor Soares Rodrigues; Paulo Henrique Fidêncio
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.