Sífilis congênita no estado de Sergipe: uma análise epidemiológica dos últimos dez anos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37134Palavras-chave:
Sífilis; Sífilis congênita; Epidemiologia.Resumo
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum. Em todo o mundo cresce o número de casos, com mais de 7 milhões de infectados, anualmente. Sua principal transmissão é o contato sexual, e as gestantes com a doença podem transmitir para seus filhos, gerando a sífilis congênita. Mesmo com um diagnóstico e tratamento de acesso fácil, continua a ser uma doença com alta incidência. O presente estudo busca avaliar a incidência de sífilis congênita no estado de Sergipe no período de 2012 a 2021, traçando seu perfil epidemiológico e verificando os fatores maternos associados a sua ocorrência. Foi realizado um estudo ecológico de série temporal, quantitativo e descritivo com dados disponibilizados por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através do TABNET na seção do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foi observado um crescimento progressivo dos casos no estado de Sergipe ao longo dos anos estudados, onde o perfil epidemiológico correspondeu a filhos de mães com baixa escolaridade, que realizaram pré-natal, cujos parceiros em sua maioria não realizaram o tratamento. Do total, a maioria dos pacientes com sífilis congênita foi classificada como precoce, permanecendo viva sem desfechos adversos. Com isso, há a necessidade da análise de fatores que influenciam seus índices crescentes ao longo dos anos, pois apesar das políticas públicas para o enfrentamento da doença, ainda há um longo caminho a ser percorrido para que essas taxas sejam controladas.
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