Um olhar da psicologia sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes: uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37209

Palavras-chave:

Delitos sexuais; Criança; Adolescente; Psicologia; Saúde.

Resumo

A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema de saúde pública que desencadeia diversos prejuízos cognitivos, comportamentais, emocionais e sociais. Nesse sentido, objetiva-se identificar as práticas realizadas pela psicologia no contexto de violência sexual infanto-juvenil, em especial, destacar as consequências psicossociais e físicas e averiguar quais estratégias vêm sendo utilizadas pela psicologia para o combate do abuso sexual em crianças e adolescentes. O presente estudo trata-se de uma revisão integrativa em que foram analisadas produções de 2016 a 2021 nos idiomas português, inglês e espanhol. A partir da análise dos 23 artigos encontrados, verificou-se quatro eixos temáticos: consequências físicas e psicológicas causadas pelo abuso sexual infantil, acolhimento institucional da criança, intervenções da psicologia frente ao abuso sexual e intervenções da psicologia no contexto familiar. Foi possível constatar a necessidade da escuta dos casos de violência sexual, a partir de técnicas de entrevista e recursos lúdicos, para dar voz a experiência da criança e do adolescente. No entanto, ainda existem limitações nos sistemas de justiça que dificultam a oferta de um espaço seguro e acolhedor para que essa escuta possa acontecer. Cabe, portanto, aos profissionais da psicologia buscar estratégias para lidar com tais limitações e ofertar práticas de cuidado.

Referências

Andrade, V. N. G., & Sousa, S. M G. (2018). Os profissionais do disque 100: afetos decorrentes do atendimento a denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Psicologia em Revista, 24(1), 209-229. http://dx.doi.org/10.5752/P.1678-9563.2018v24n1p209-229.

Arpini, D. M., Savegnago, S. D. O., & Witt, C. dos S. (2017). O ponto de vista de adolescentes em situação de vulnerabilidade social sobre o agressor sexual. Revista Pesquisas e Práticas Psicossociais, (12)2, 247-262. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-89082017000200002&lng=pt&nrm=iso.

Aznar-Blefari, C., Schaefer, L. S., Pelisoli, C. da L., & Habigzang, L. F. (2020). Atuação de psicólogos em alegações de violência sexual: boas práticas nas entrevistas de crianças e adolescentes. Psico-USF, (25)4, 625-635. http://dx.doi.org/10.1590/1413/82712020250403.

Bazon, M. R., & Faleiros, J. M. (2013). Identificação e notificação dos maus-tratos infantis no Setor Educacional. Paidéia, (23)54, 53-61. https://www.scielo.br/pdf/paideia/v23n54/0103-863X-paideia-23-54-00053.pdf.

Bardin L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições, (70), 1-275.

Behrens, B., Muccini, D., et al. (2022). Violência sexual contra crianças e adolescentes: uma violação de direitos. Research, Society and Development, (11)10, 1-14. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i10.28730.

Campos, J. (2016). Criança vítima de violência sexual Recortes de um caso atendido na Abordagem Centrada na Pessoa. Psicólogo informação, (20)20, 26-47. https://doi.org/10.15603/2176-0969/pi.v20n20p25-47.

Carvalho, A. L., & Stengel, M. (2018). Família e instituições de acolhimento nos cuidados a adolescentes vítimas de incesto. Estudos e Pesquisas em Psicologia, (18)2, 425-444. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812018000200003&lng=pt&nrm=iso.

Carli, P., & Figueiredo (2022). Violência sexual contra crianças e adolescentes em tempo de pandemia. Research, Society and Development, (11)9, 1-13. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31649.

Corrêa, F., & Hohendorff, J. V. (2020). Atuação da delegacia de proteção à criança e ao adolescente em casos de violência sexual. Estudos e Pesquisas em Psicologia, (20)1, 9-29. http://dx.doi.org/10.12957/epp.2020.50787.

Darriba, V. A., & Albuquerque, A. B. de. (2018). A suspeita de abuso sexual e o psicanalista. Estilos Clínicos, (23)3, 611-625. http//dx.doi.org/10.11606/issn.1981-1624.v23i3p611-625.

Espindola, G. A. & Batista, V. (2013). Abuso sexual infanto-juvenil: a atuação do Programa Sentinela na cidade de Blumenau/SC. Psicologia Ciência e Profissão, 33(3), 596-611. https://www.redalyc.org/pdf/2820/282028779007.pdf>. Acesso em: 06 de nov. de 2021.

Fontes, L. F. C., Conceição, O. C., & Machado, S. (2017). Violência sexual na adolescência, perfil da vítima e impactos sobre a saúde mental. Ciência & Saúde Coletiva, (22)9, 2919-2928. https://doi.org/10.1590/1413-81232017229.11042017.

Freitas, C. P. P., & Habigzang, L. (2013). F. Percepções de psicólogos sobre a capacitação para intervenção com vítimas de violência sexual. Psicol. Clin., (25)2, 215-230. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010356652013000200013&lng=pt&nrm=iso.

Galvão, T. F., & Pereira, M, G. (2014). Revisões sistemáticas da literatura: passos para sua elaboração. Epidemiol. Serv. Saúde, (23)1, 183-184. http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742014000100018&lng=pt&nrm=iso.

Guerra, C., & Arredondo, V. (2017). Investigación sobre psicoterapia en abuso sexual infantil: ¿una tarea pendiente en chile? Summa Psicológica UST, (14)1, 1-11. https://translate.google.com/translate?hl=pt-BR&prev=_t&sl=es&tl=pt&u=http://summapsicologica.cl/.

Hohendorff, J. V., Postay, A. T., Habigzang, L. H., & Koller, S. H. (2017). Parceria com a rede de atendimento no estudo da violência sexual infantil. Revista da SPAGESP, (18)2, 140-160. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1677-29702017000200012&lng=pt&nrm=iso.

Jacob, L., Thoumie, P., Haro, J. M., & Koyanagi, A. (2020). The relationship of childhood sexual and physical abuse with adulthood disability. Anais de Medicina Física e de Reabilitação, (63), 332-339. https://doi.org/10.1016/j.rehab.2019.06.005.

Liro, M. O. De S. C. et al. Abuso sexual na infãncia e suas repercussões na vida adulta. (2017). Texto contexto – enferm., Florianópolis, (26)3, 2-8 http://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&pid=S010407072017000300320&lng=en&nrm=iso.

López, C. G., & Lefévre, F. (2019). Descubrimiento del abuso sexual del niño: revelación o silencio. Revista Cubana De Salud Pública, (45)1, 1-18. https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/deed.es_ES.

Malta, D. C., Bernal, R. T. I., Teixeira, B. De S. M., Silva, M. M. A., & Freitas, M. I. De F. (2017). Fatores associados a violências contra crianças em Serviços Sentinela de Urgência nas capitais brasileiras. Ciênc. Saúde Coletiva, (22)9, 2889-2898. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017002902889&lng=en&nrm=iso.

Morete, V. S., Gallo, A. D., & Rocha, G. V. M. da. (2018). Técnicas de entrevista em casos de abuso sexual infantojuvenil: uma revisão sistemática. Psico. Argum., (36)91, 70‐92. http://dx.doi.org/10.7213/psicolargum.36.91.AO05.

Mwanukuzi, C., & Nyanganga. T. (2021). “It is painful and unpleasant”: experiences of sexual violence among married adolescent girls in shinyanga, Tanzânia. Reprod Health, (18), 1-7. https://doi.org/10.1186/s12978-020-01058-8.

Nascimento, D. B., Rosa, E. M., & Alencar, H. M. de. (2016). A relação entre o processo de construção do juízo moral em crianças e adolescentes e sua propensão a silenciar sobre eventuais abusos sexuais sofridos. Ciências & Cognição, (21)2, 274-286. http://www.cienciasecognicao.org/revista.

Oliveira, D. C. C., & Russo, J. A. (2017). Abuso sexual infantil em laudos psicológicos: as “duas psicologias”. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, (27)7, 579-604. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-73312017000300011.

Panjota, G., Canale, L., et al. (2022). Agravamento dos casos de violência sexual contra crianças e adolescentes durante a pandemia de COVID-19 no Brasil: uma revisão sistemática da literatura. Research, Society and Development, (11)14, 1-9. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i14.36316.

Pelisoli, C., & Dell’Aglio, D. D. (2016). A humanização do sistema de justiça por meio do depoimento especial: experiências e desafios. Psico-Usf, Bragança Paulista, (21)2, 409-421. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712016210216.

Pelisoli, C., & Dell’Aglio, D. D. (2016). Tomada de Decisão de Psicólogos em Situações de Suspeita de Abuso Sexual. Temas em Psicologia, (24)3, 829-841. http://dx.doi.org/10.9788/TP2016.3-04.

Pereira, C. de A., Maciel C. S., Dias, V. C. C., & Alexandre, O. de M. T. (2019). Validação da Escala De Crenças Sobre Abuso Sexual (Ecas) no contexto brasileiro. Psico-Usf, (24)1, 145-158. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712019240112.

Pfeiffer, L., & Salvagni, E. P. (2005). Visão atual do abuso sexual na infância e adolescência. J. Pediatr. (Rio J.), (81)5, 197-204. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-75572005000700010&lng=en&nrm=iso.

Rajan, G., Ljunggren, G., Wändell, P., Wahlström, L., et al. (2020). Consumo de cuidados de saúde entre meninas adolescentes antes do diagnóstico de abuso sexual, um estudo de caso-controle na região de estocolmo. Psiquiatria Infantil e Adolescente Europeia, (29), 1363–1369. https://doi.org/10.1007/s00787-019-01445-y.

Rezende, S. J. (2013). As cicatrizes: os impactos na vida adulta do abuso sexual infantil. Raízes do Direito, (2)1, 87-100. http://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/raizesnodireito/article/view/663.

Sampaio, R. F., & Mancini, M. C. (2007). Estudos de uma revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter, (11)1,83-89. https://www.scielo.br/pdf/rbfis/v11n1/12.pdf.

Sampson, M., & Read, J. (2017). Are mental health staff getting better at asking about abuse and neglect? International Journal Of Mental Health Nursing, (26), 95-104. https://doi.org/10.1111/inm.12237.

Sanson, J. A. S., & Hohendorff, J. V. (2021). Depoimento Especial a partir de Opiniões de Psicólogos Brasileiros Atuantes nessa Prática. Psico-USF, (26)1, 27-39. http://dx.doi.org/10.1590/1413-82712021260103.

Souza, M. T., Silva, M. D., & Carvalho, R. (2010). Integrative review: what is it? How to do it? Einstein (São Paulo), 8(1), 102–106. https://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134

Silva, F. C. Da, Monge A., Landi A. C., Zenardi, A. G., et al. (2020). Os impactos da violência sexual vivida na infância e adolescência em universitários. Rev. Saúde Pública, (54)134, 1-11. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102020000100309&lng=en&nrm=iso.

Downloads

Publicado

20/11/2022

Como Citar

FERNANDES, D. T. .; TEIXEIRA, M. R. C. .; ALVES, P. C. B. de A. .; PEREIRA, B. M. .; LIMA, A. I. O. . Um olhar da psicologia sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e361111537209, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.37209. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/37209. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde