Dificuldades e facilidades de usuários na adesão à terapêutica anti-hipertensiva: um estudo qualitativo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.37674

Palavras-chave:

Hipertensão Arterial Sistêmica; Anti-Hipertensivos; Adesão à medicação.

Resumo

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) representa importante problema de saúde pública e quando não tratada adequadamente pode acarretar graves complicações. O descontrole da HAS decorre principalmente da não adesão ao tratamento. Este estudo teve como objetivo conhecer os aspectos que influenciaram na adesão à terapêutica anti-hipertensiva de pessoas acompanhadas em uma Unidade de Saúde Ambulatorial. Trata-se um estudo descritivo com abordagem qualitativa realizado com 15 adultos usuários de um ambulatório na cidade de Salvador-BA. A coleta de dados se deu por meio de uma entrevista semiestruturada e os dados foram analisados mediante análise temática. Da análise dos depoimentos emergiram duas categorias: Aspectos que dificultam a adesão; Aspectos que favorecem a adesão. Na primeira categoria foi o esquema terapêutico, quantidade de fármacos, efeitos colaterais, condições financeiras, dificuldade de acesso ao medicamento, desconhecimento da doença, da terapêutica bem como esquecimento. A segunda categoria inclui a predisposição para o autocuidado, conhecimento da doença e terapêutica, sentimentos de medo da morte e de complicações, participação dos profissionais, dos familiares e a facilidade de acesso aos medicamentos. Conclui-se que a adesão aos anti-hipertensivos é uma questão complexa, pois sofre influência de vários aspectos: alguns influenciando negativamente enquanto outros colaborando para uma melhor adesão. Compreender os fatores que interferem na adesão é útil para uma melhor assistência e controle mais efetivo da doença.

Biografia do Autor

Catia Suely Palmeira, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública/EBMSP

Isabel Vitor de Souza Lima, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira

Tássia Teles Santana de Macêdo, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora Adjunta da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública/EBMSP

Claudete Dantas da Silva Varela, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professora Assistente da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública/EBMSP

Referências

Abegaz, T. M., Shehab, A., Gebreyohannes, E. A., Bhagavathula, A. S. & Elnour, A. A. (2017). Nonadherence to antihypertensive drugs. Medicine, 96(4):41-56. http://dx.doi.org/10.1097/md.0000000000005641.

Barbosa, M. E.M., Bertelli, E. V. M., Aggio, C. M.., Scolari, G. A. S., Marcon, S. S. & Carreira, L. (2019). Fatores associados à adesão de adultos/idosos ao tratamento da hipertensão arterial na atenção básica. Rev. enferm. UERJ; 27: e45894. DOI: https://doi.org/10.12957/reuerj.2019.45894

Barreto, M.S., Cremonese, I. Z., Janeiro, V., Matsuda, L. M. & Marcon, S. S. (2015). Prevalence of non-adherence to antihypertensive pharmacotherapy and associated factors. Rev Bras Enferm, 68(1):60-7.

Barroso, W. K. S.; Rodrigues, C. I. S.; Bortolotto, L. A.; Mota-Gomes, M. A.; Brandão, A. A.; Feitosa, A. D. M. ........ Nadruz, W . (2021). Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial –2020. Arq Bras Cardiol, 116(3):516-658. https://doi.org/10.36660/abc.20201238

Brasil. Ministério da Saúde. (2014). Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde. Recuperado de: https://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-37355

Burnier, M. & Egan, B. M. (2019). Adherence in Hypertension. Circ Res. 29;124(7):1124-1140. doi: 10.1161/CIRCRESAHA.118.313220.

Cruz, L. H. L., Farias, A. J. A.; Queiroz, X. S. B. A. & Almeida, T. C. F. (2018). Fatores relacionados a não adesão medicamentosa no tratamento da hipertensão arterial: uma revisão integrativa. Revista Nursing, 22(48): 2497-2501.

Feitosa, A., Mota-Gomes, M., Passarelli Júnior, O., Barroso, W., Miranda, R. D., Barbosa, E., Brandão, A. A., & Nadruz, W. (2020). Pharmacological Treatment of Hypertension: From the Golden Trio to the Octet. Tratamento Medicamentoso da Hipertensão: Do Trio de Ouro ao Octeto. Arquivos brasileiros de cardiologia, 115(2), 270–272. https://doi.org/10.36660/abc.20190780

Fontanella, B. J.B., Ricas, J. & Turato, E. R. (2008). Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde : contribuições teóricas. Cad. Saúde Pública, 24 (1): 17–27. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2008000100003

Hermes, G. B., Lange, C., Lemões, M. A. M., Peters, C. W., Figueiredo, L. M. & Gouvea, S. L. (2022) Adherence to pharmacological treatment in the aged: an integrative literature review. Rev. Urug. Enferm., 17(1), e2022v17n1a8. DOI: 10.33517/rue2022v17n1a8

Lerner, J. S., Li, Y., Valdesolo, P. & Kassam, K. S. (2015). Emotion and decision making. Ann Rev Psychol., 66:799-823. https://doi.org/10.1146/annurev-psych-010213-115043

Ludke, M. & Andre, M. E . D. A. (2013). Pesquisas em educação: uma abordagem qualitativa. São Paulo: E.P.U.

Macete, K. G. & Borges, G. F. (2020). Não Adesão ao Tratamento não Medicamentoso da Hipertensão Arterial Sistêmica. Saúde em Foco, 7(1), 128-154. DOI: http://dx.doi.org/10.12819/rsf.2020.7.1.8

Melo, L. D., Rodrigues, J. S., Silva, L. A. F., Fernandes, R. O. M., Lima, S. M. C. & Lima, H. D. (2021). Representações sociais do autocuidado na farmacoterapia antihipertensiva. São Paulo: Rev Recien., 11(36):352-365. DOI: 10.24276/rrecien2021.11.36.352-365

Mendes, L.V., Campos, M. R., Chaves, G. C. C., Silva, R. M., Freitas, P. S., Costa, K. S. & Luiza, V. L. (2014). Disponibilidade de medicamentos nas unidades básicas de saúde e fatores relacionados: uma abordagem transversal. Saúde em Debate, 38, 109-123. http://dx.doi.org/10.5935/0103-1104.2014s009.

Mengue, S. S., Bertoldi, A. D., Ramos, L. R., Farias, M. R., Oliveira, M. A., Tavares, N. U. L. ...... & Dal Pizzol, T. S. (2016). Acesso e uso de medicamentos para hipertensão arterial no Brasil. Revista de Saúde Pública, 50 (2), 1s-9s. DOI: 10.1590/S1518-8787.2016050006154

Minayo, M. C. S., Deslandes, S. F & Gomes, R. (2015). Teoria, método e criatividade . Petrópolis; Vozes; 34. ed;. 108.

Miranda, P. R. de O., Sacramento, D. de O., Diaz, F. B. B. de S., Toledo, L. V., Pereira, R. S. F., & Alves, K. R. (2021). Percepção de pessoas com hipertensão arterial sobre aspectos que influenciam a adesão ao tratamento. Revista De Enfermagem Da UFSM, 11, e6. https://doi.org/10.5902/2179769242403

Nascimento, M. O. & Bezerra, S. M. M. (2020). Adherence to antihypertensive medication, pressoric control and associated factors in primary health care. Texto contexto - enferm. 29, e20190049. http://dx.doi.org/10.1590/1980-265x-tce-2019-0049.

Nascimento, M. O., Belo, R. M. O., Araújo, T. L. L. S., Silva, K. G. N. M., Barros, M. Di F. F. N., Figueirêdo, T. R. & Bezerra, S.M.M. S. (2021). Factors associated to the adherence to the non-pharmachological treatment of hypertension in primary health care. Rev Bras Enferm., 74(6) :e20200173 https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0173

Oller, G. A. S. A. O., Silva A. P. A., Eid L. P., Pompeo, D. A. & Kusumota, L. (2016). Adesão ao tratamento medicamentoso e capacidade para o autocuidado de pacientes com hipertensão arterial. Arquivos de Ciências da Saúde, 23(2):76. DOI: 10.17696/2318-3691.23.2.2016.263

Oparil, S.; Acelajado, M. C.; Bakris, G. L.; Berlowitz, D. R.; Cífková, R.; Dominiczak, A.F. ........ Whelton, P. K. (2018). Hypertension. Nat Rev Dis Primers, 22;4:18014. doi: 10.1038/nrdp.2018.14.

Organization World Health (WHO). https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-mundial-da-hipertensao-2021

Paczkowska, A., Hoffmann, K., Kus, K., Kopciuch, D., Zaprutko, T., Ratajczak, P. & Bryl, W. (2021). Impact of patient knowledge on hypertension treatment adherence and efficacy: a single-centre study in poland. International Journal Of Medical Sciences.; 18 (3):852-860. http://dx.doi.org/10.7150/ijms.48139.

Pierin, A. M. G., Silva, S. S. B. E., Colósimo, F. C., Toma, G. A., Serafim, T. S. & Meneghin, P. (2016). Chronic and asymptomatic diseases influence the control of hypertension treatment in primary care. Revista da Escola de Enfermagem da Usp. 2016; 50(5):763-770. http://dx.doi.org/10.1590/s0080-623420160000600008.

Shakya, R., Shrestha, S., Gautam, R., Rai, L., Maharjan, S., Satyal, G. K., Kc, B., & Rai, M. K. (2020). Perceived Illness and Treatment Adherence to Hypertension Among Patients Attending a Tertiary Hospital in Kathmandu, Nepal. Patient preference and adherence, 14, 2287–2300. https://doi.org/10.2147/PPA.S270786

Silva, T. C., Dantas, A. B., Silveira, E. V. S.; Reis, H. G., Silveira, J. P., Caproni, S. M. P., Menezes, B. D.; & Lima, C. C. (2017). Método de adesão ao tratamento de pacientes hipertensos. Archives of Health Investigation, 6(4).

Souza, N. P. G., Oliveira, G. Y. M., Girão, A. L. A., Souza, L. M., Maniva, S. J. C. F. & Freitas, C. H. A. (2015). Adoecimento por hipertensão arterial e Diabetes Mellitus: concepções de um grupo de pacientes hospitalizados. Rev enferm UERJ, 23 (1): 52-57. DOI:http://dx.doi.org/10.12957/reuerj.2015.15579

Tosta, L., Cavalcante, L. R., Gonzaga Vieira, J. P. A., Rode, Y. P., Guimarães, A. de A., Brito, L. L., & Fraga-Maia, H. (2019). Baixa adesão terapêutica em hipertensão arterial sistêmica: prevalência e fatores associados na atenção básica à saúde. Revista Pesquisa Em Fisioterapia, 9(1), 45–55. https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v9i1.2222

Turan, G. B., Aksoy, M. & Çiftçi, B. (2019). Effect of social support on the treatment adherence of hypertension patients. J Vasc Nurs.,37(1):46-51. doi: 10.1016/j.jvn.2018.10.005

Downloads

Publicado

28/11/2022

Como Citar

PALMEIRA, C. S. .; LIMA, I. V. de S. .; MACÊDO, T. T. S. de .; VARELA, C. D. da S. . Dificuldades e facilidades de usuários na adesão à terapêutica anti-hipertensiva: um estudo qualitativo. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e14111637674, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.37674. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/37674. Acesso em: 30 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde