Análise do perfil dos pacientes e fatores relacionados às infecções relacionadas à assistência à saúde por bactérias multirresistentes da UTI de um hospital do Sul do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38127

Palavras-chave:

Farmacorresistência bacteriana múltipla; Infecção hospitalar; Assistência à saúde; Unidade de terapia intensiva.

Resumo

As infecções relacionadas à assistência à saúde são uma preocupação mundial, pois aumentam a morbimortalidade dos pacientes hospitalizados, especialmente pacientes internados em unidades de terapia intensiva. Quando a etiologia destas infecções é um microrganismo multirresistente, as complicações no tratamento são ainda maiores, havendo opções limitadas para o manejo do agravo. Sendo assim, o presente trabalho analisou a ocorrência de tais infecções nas unidades de terapia intensiva do Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2019 pela análise de planilhas fornecidas pelo Núcleo de Controle à Infecção Hospitalar e posterior análise de prevalência, médias e medianas pelo programa Excel, com o objetivo de traçar o perfil dos pacientes mais suscetíveis a contrair essas infecções e analisar o perfil microbiológico da amostra. Quanto ao perfil epidemiológico, a maioria dos casos foi registrado em homens, pessoas acima dos 60 anos e portadores de comorbidades. Já em relação ao perfil microbiológico encontrado, a bactéria de maior prevalência foi a Klebsiella pneumoniae, com 34 casos, seguida do Staphylococcus aureus, responsável por 33 ocorrências. O mecanismo de resistência mais frequentemente observado foi o Staphylococcus aureus resistente à meticilina. Conclui-se que as infecções por microrganismos multirresistentes são uma preocupação pertinente aos profissionais que trabalham em ambiente hospitalar, especialmente em unidade de terapia intensiva, devendo estes se atentarem a medidas de prevenção e uso consciente de antimicrobianos.

Biografia do Autor

Celine Iris Meijerink, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Felipe Câncio Nascimento, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Renato Mandalozzo Tebcherani, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Acadêmico de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Laura Bazzi Longo, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Carmen Antônia Sanches Ito, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Larissa Bail, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Maria Dagmar da Rocha Gaspar, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professora do Departamento de Enfermagem da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Elisangela Gueiber Montes, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Professora do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Universidade Estadual de Ponta Grossa

Referências

ANVISA (2020). Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (1st ed., Vol. 10, p. 31-33) Anvisa.

Bassetti, M., & Righi, E. (2013). Multidrug-resistant bacteria: what is the threat? Hematology, 2013(1), 428–432. https://doi.org/10.1182/asheducation-2013.1.428

Campion, M., & Scully, G. (2018). Antibiotic Use in the Intensive Care Unit: Optimization and De-Escalation. Journal of Intensive Care Medicine, 33(12), 647–655. https://doi.org/10.1177/0885066618762747

Como interpretar o novo antibiograma - CML. (n.d.). Centro de Medicina Laboratorial. Retrieved November 15, 2022, from https://cmllab.com.br/medico/noticias/como-interpretar-o-novo-antibiograma

Doyle, J., Buising, K., Thursky, K., Worth, L., & Richards, M. (2011). Epidemiology of Infections Acquired in Intensive Care Units. Seminars in Respiratory and Critical Care Medicine, 32(02), 115–138. https://doi.org/10.1055/s-0031-1275525

Fraimow, H. S., & Tsigrelis, C. (2011). Antimicrobial Resistance in the Intensive Care Unit: Mechanisms, Epidemiology, and Management of Specific Resistant Pathogens. Critical Care Clinics, 27(1), 163–205. https://doi.org/10.1016/j.ccc.2010.11.002

Hochman, B., Nahas, F. X., Filho, R. S. de O., & Ferreira, L. M. (2005). Desenhos de pesquisa. Acta Cirúrgica Brasileira, 20(2), 2–9.

https://doi.org/10.1037/met0000082

Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde. (n.d.). Saude.curitiba.pr.gov.br. Retrieved November 15, 2022, from https://saude.curitiba.pr.gov.br/vigilancia/epidemiologica/vigilancia-de-a-a-z/12-vigilancia/221-vig.html

Kołpa, M., Wałaszek, M., Gniadek, A., Wolak, Z., & Dobroś, W. (2018). Incidence, Microbiological Profile and Risk Factors of Healthcare-Associated Infections in Intensive Care Units: A 10 Year Observation in a Provincial Hospital in Southern Poland. International Journal of Environmental Research and Public Health, 15(1), 112. https://doi.org/10.3390/ijerph15010112

Litwin, A., Fedorowicz, O., & Duszynska, W. (2020). Characteristics of Microbial Factors of Healthcare-Associated Infections Including Multidrug-Resistant Pathogens and Antibiotic Consumption at the University Intensive Care Unit in Poland in the Years 2011–2018. International Journal of Environmental Research and Public Health, 17(19), 6943. https://doi.org/10.3390/ijerph17196943

Lorenzoni, V. V., Rubert, F. da C., Rampelotto, R. F., & Hörner, R. (2018). Increased antimicrobial resistance in Klebsiella pneumoniae from a University Hospital in Rio Grande do Sul, Brazil. Revista Da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 51(5), 676–679. https://doi.org/10.1590/0037-8682-0362-2017

Magira, E. E., Islam, S., & Niederman, M. S. (2018). Multi-drug resistant organism infections in a medical ICU: Association to clinical features and impact upon outcome. Medicina Intensiva, 42(4), 225–234. https://doi.org/10.1016/j.medin.2017.07.006

Martín-Loeches, I., Diaz, E., & Vallés, J. (2014). Risks for multidrug-resistant pathogens in the ICU. Current Opinion in Critical Care, 20(5), 516–524. https://doi.org/10.1097/mcc.0000000000000124

Mitharwal, S. M., Yaddanapudi, S., Bhardwaj, N., Gautam, V., Biswal, M., & Yaddanapudi, L. (2016). Intensive care unit-acquired infections in a tertiary care hospital: An epidemiologic survey and influence on patient outcomes. American Journal of Infection Control, 44(7), e113–e117. https://doi.org/10.1016/j.ajic.2016.01.021

Myrianthefs, P. M., Kalafati, M., Samara, I., & Baltopoulos, G. J. (2004). Nosocomial Pneumonia. Critical Care Nursing Quarterly, 27(3), 241–257. https://doi.org/10.1097/00002727-200407000-00005

Petrosillo, N., Granata, G., Boyle, B., Doyle, M. M., Pinchera, B., & Taglietti, F. (2019). Preventing sepsis development in complicated urinary tract infections. Expert Review of Anti-Infective Therapy, 18(1), 47–61. https://doi.org/10.1080/14787210.2020.1700794

Riley, M. M.-S. (2019). The Rising Problem of Multidrug-Resistant Organisms in Intensive Care Units. Critical Care Nurse, 39(4), 48–55. https://doi.org/10.4037/ccn2019773

Solmaz, İ., & Kalın, B. S. (2020). Assessment of antibiotic resistance of infectious agents in patients with pneumonia in tertiary critical care unit and effect on clinical outcomes. International Journal of Clinical Practice. https://doi.org/10.1111/ijcp.13872

Su, L.-H., Chen, I-Ling., Tang, Y.-F., Lee, J.-S., & Liu, J.-W. (2020). Increased financial burdens and lengths of stay in patients with healthcare-associated infections due to multidrug-resistant bacteria in intensive care units: A propensity-matched case-control study. PLOS ONE, 15(5), e0233265. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0233265

Trilla, A. (1994). Epidemiology of nosocomial infections in adult intensive care units. Intensive Care Medicine, 20(S3), S1–S4. https://doi.org/10.1007/bf01745243

Weiner-Lastinger, L. M., Abner, S., Edwards, J. R., Kallen, A. J., Karlsson, M., Magill, S. S., Pollock, D., See, I., Soe, M. M., Walters, M. S., & Dudeck, M. A. (2019). Antimicrobial-resistant pathogens associated with adult healthcare-associated infections: Summary of data reported to the National Healthcare Safety Network, 2015–2017. Infection Control & Hospital Epidemiology, 41(1), 1–18. https://doi.org/10.1017/ice.2019.296

Wilcox, M. H., & Dryden, M. (2021). Update on the epidemiology of healthcare-acquired bacterial infections: focus on complicated skin and skin structure infections. Journal of Antimicrobial Chemotherapy, 76(Supplement_4), iv2–iv8. https://doi.org/10.1093/jac/dkab350

Zaragoza, R., Ramírez, P., & López-Pueyo, M. J. (2014). Infección nosocomial en las unidades de cuidados intensivos. Enfermedades Infecciosas Y Microbiología Clínica, 32(5), 320–327. https://doi.org/10.1016/j.eimc.2014.02.006

Downloads

Publicado

12/12/2022

Como Citar

MEIJERINK, C. I.; NASCIMENTO, F. C. .; TEBCHERANI, R. M.; LONGO, L. B. .; ITO, C. A. S. .; BAIL, L.; GASPAR, M. D. da R. .; MONTES, E. G. . Análise do perfil dos pacientes e fatores relacionados às infecções relacionadas à assistência à saúde por bactérias multirresistentes da UTI de um hospital do Sul do Brasil . Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e379111638127, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38127. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38127. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde