Conhecimento de profissionais da estratégia saúde da família acerca da depressão pós-parto
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3842Palavras-chave:
Depressão Pós-Parto; Profissionais da Saúde; Saúde da Família.Resumo
Este estudo teve como objetivo conhecer o preparo e a capacitação de profissionais da Estratégia Saúde da Família para atuarem frente à detecção e intervenção da Depressão Pós-Parto materna, a partir de um estudo descritivo exploratório, realizado em quatro Unidades Básicas de Saúde da Família, no período de junho a setembro de 2016, mediante entrevistas semiestruturadas, analisadas por meio da Análise Temática de Conteúdo. Os resultados da análise de dados foram compilados em duas categorias temáticas: O despreparo dos profissionais de saúde frente à Depressão Pós-Parto e O reconhecimento da necessidade de capacitações sobre a Depressão pós-parto. Apesar de ser verificado despreparo e falta de capacitação técnica e científica dos profissionais de saúde para atuarem identificando e intervindo na Depressão Pós-parto materna, os trabalhadores reconheceram a necessidade de ações educativas para qualificar a assistência prestada por eles. Dessa forma, entende-se que a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde deve ser incorporada de modo efetivo nos serviços de Atenção Primária, assim como ações de educação permanente devem ser implementadas e mantidas na rotina de trabalho da Estratégia Saúde da Família, abordando temas diversificados, em especial aqueles em que a equipe encontra fragilidades, como é o caso da Depressão pós-parto. Ressalta-se ainda a necessidade de esforços interprofissionais, para garantir preparação adequada dos trabalhadores e qualificação da assistência à mulher em seu ciclo gravídico puerperal, destacando-se como exemplos, o pré-natal psicológico e o apoio matricial.
Referências
Alvares, L. B., de Azevedo, G. R., & de Sampaio Neto, L. F. (2015). Depressão puerperal: a relevância dada pela equipe multiprofissional de saúde e a percepção das usuárias. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 17(4), 222-225. Acesso em https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/viewFile/25339/pdf
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-5®). American Psychiatric Pub.
Arrais, A. D. R., Mourão, M. A., & Fragalle, B. (2014). O pré-natal psicológico como programa de prevenção à depressão pós-parto. Saúde e Sociedade, 23, 251-264. doi: https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000100020
Azevedo, E. C., Frizzo, G. B., Silva, M. D. R., & Donelli, T. M. S. (2020). Leitura materna sobre depressão pós-parto e sintomas psicofuncionais: um caso de psicoterapia mãe-bebê. Psicologia Clínica, 32(1), 79-100. doi: http://dx.doi.org/10.33208/PC1980-5438v0032n01A04
Bardin, L. (1977). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.
Bispo Júnior, J. P., & Moreira, D. C. (2017). Educação permanente e apoio matricial: formação, vivências e práticas dos profissionais dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família e das equipes apoiadas. Cadernos de Saúde Pública, 33, e00108116. Doi: https://doi.org/10.1590/0102-311X00108116
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação na Saúde. Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Departamento de Gestão da Educação na Saúde – 1. ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2018. 73 p. : il.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Glossário temático: gestão do trabalho e da educação na saúde. 2 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
Brito, C. N. D. O., Alves, S. V., Ludermir, A. B., & Araújo, T. V. B. D. (2015). Depressão pós-parto entre mulheres com gravidez não pretendida. Revista de Saúde Pública, 49. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-8910.2015049005257
Button, S., Thornton, A., Lee, S., Shakespeare, J., & Ayers, S. (2017). Seeking help for perinatal psychological distress: a meta-synthesis of women’s experiences. Br J Gen Pract, 67(663), e692-e699. doi: https://doi.org/10.3399/bjgp17X692549
Camacho, R. S., Cantinelli, F. S., Ribeiro, C. S., Cantilino, A., Gonsales, B. K., Braguittoni, É., & Rennó Jr, J. (2006). Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério: classificação, diagnóstico e tratamento. Archives of Clinical Psychiatry (São Paulo), 33(2), 92-102. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rpc/v33n2/a09v33n2.pdf
Carlesso, J. P. P., Moraes, A. B. de, & Souza, A. P. R. de .(2020). Experiência da maternidade e Indicadores Clínicos de Risco para o Desenvolvimento Infantil (IRDIs). Research, Society and Development, 9(2), 33. doi: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i1.1765
Carvalho, G. M. de, Oliveira, L. R. de, Santos, R. V. dos, Camiá, G. E. K., & Soares, L. H. (2019). Mental disorders in puerperal women: analysis of knowledge production in recent years. Brazilian Journal of Health Review, 2(4), 3541-3558. doi: https://doi.org/10.34119/bjhrv2n4-117
Carvalho, M. T., & Benincasa, M. (2019). Depressão pós-parto e afetos predominantes na gestação, parto e pós-parto. Interação em Psicologia, 23(02). DOI: http://dx.doi.org/10.5380/psi.v23i02.57188
Centre of Perinatal Excellence. (2019). Symptoms of perinatal depression. Austrália: COPE. Acesso em http://cope.org.au/signs-symptoms-perinatal-depression/
Elshatarat, R. A., Yacoub, M. I., Saleh, Z. T., Ebeid, I. A., Raddaha, A. H. A., Al-Za'areer, M. S., & Maabreh, R. S. (2018). Perinatal Nurses' and Midwives' Knowledge About Assessment and Management of Postpartum Depression. Journal of psychosocial nursing and mental health services, 56(12), 36-46. doi: https://doi.org/10.3928/02793695-20180612-02
Farr, S. L., Ko, J. Y., Burley, K., & Gupta, S. (2016). Provider communication on perinatal depression: a population-based study. Archives of women's mental health, 19(1), 35-40. Doi: https://doi.org/10.1007/s00737-014-0493-9
Hahn-Holbrook, J., Cornwell-Hinrichs, T., & Anaya, I. (2018). Economic and health predictors of national postpartum depression prevalence: a systematic review, meta-analysis, and meta-regression of 291 studies from 56 countries. Frontiers in psychiatry, 8, 248. doi: https://doi.org/10.3389/fpsyt.2017.00248
Hartmann, J. M., Mendoza-Sassi, R. A., & Cesar, J. A. (2017). Postpartum depression: prevalence and associated factors. Cadernos de saude publica, 33(9). Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00094016
Legere, L. E., Wallace, K., Bowen, A., McQueen, K., Montgomery, P., & Evans, M. (2017). Approaches to health-care provider education and professional development in perinatal depression: a systematic review. BMC pregnancy and childbirth, 17(1), 239. Doi: https://doi.org/10.1186/s12884-017-1431-4
Kac, G., Silveira, E. A., Oliveira, L. C. D., & Mari, J. D. J. (2006). Fatores relacionados à prevalência de morbidades psiquiátricas menores em mulheres selecionadas em um Centro de Saúde no Rio de Janeiro, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, 22, 999-1007. Disponível em https://www.scielosp.org/article/csp/2006.v22n5/999-1007/
Meira, B. M., Pereira, P. A. de S., Silveira, M. de F. A., Gualda, D. M. R, & Santos Jr, H. P. O. (2015). Desafios para profissionais da atenção primária no cuidado à mulher com depressão pós-parto. Texto & Contexto - Enfermagem, 24(3), 706-712. Doi: https://dx.doi.org/10.1590/0104-0707201500049-14
Melo Jr, E. F., Cecatti, J. G., Pacagnella, R. C., Leite, D. F., Vulcani, D. E., & Makuch, M. Y.
(2012). The prevalence of perinatal depression and its associated factors in two different settings in Brazil. Journal of affective disorders, 136(3), 1204-1208. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jad.2011.11.023
Minozzo, F., & Costa, I. I. da. (2013). Apoio matricial em saúde mental entre CAPS e Saúde da Família: trilhando caminhos possíveis. Psico-USF, 18(1), 151-159.
O'Hara, M. W., & Wisner, K. L. (2014). Perinatal mental illness: definition, description and aetiology. Best Practice & Research Clinical Obstetrics & Gynaecology, 28(1), 3-12. Doi: https://doi.org/10.1016/j.bpobgyn.2013.09.002
Oliveira, A. M. de, Alves, T. R. M. de., Azevedo, A. O. de., Cavalcante, R. D., & Azevedo, D. M. de. (2016). Conhecimento de profissionais da Estratégia Saúde da Família sobre depressão pós-parto. Journal of Nursing and Health, 6(1), 17-26. Doi: http://dx.doi.org/10.15210/jonah.v6i1.5957
Pereira, P. F., Carvalho, T. M., Soares, G. C. F., & Gualda, D. M. R. (2015). Rastreio de sintomas depressivos e ansiosos em mulheres no pós-parto: estudo descritivo. Online Brazilian Journal of Nursing, 14(3), 294-304. doi: https://doi.org/10.17665/1676-4285.20155124
Slomian, J., Honvo, G., Emonts, P., Reginster, J. Y., & Bruyère, O. (2019). Consequences of maternal postpartum depression: A systematic review of maternal and infant outcomes. Women's Health, 15, 1745506519844044.8. doi: https://doi.org/10.1177/1745506519844044
Souza, K. L. C., Santos, A. L. D. S., Sorte, E. T. B., Peixoto, L. C. P., & Carvalho, B. T. (2018). Conhecimento de enfermeiros da atenção básica acerca da depressão puerperal. Rev. enferm. UFPE on line, 12(11), 2933-2943. doi: https://doi.org/10.5205/1981-8963-v12i11a231699p2933-2943-2018
World Health Organization (WHO). Mental Health: Maternal mental health. Acesso em http://www.who.int/mental_health/maternal-child/maternal_mental_health/en/
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.