Detecção de Leishmania spp. em soro de caninos fixados em cartões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38434

Palavras-chave:

FTA ELUTE CARDS®; Diagnóstico molecular; Leishmaniose.

Resumo

A leishmaniose visceral é uma zoonose grave, e o diagnóstico molecular é uma estratégia importante. A detecção de DNA de Leishmania spp. a partir de amostras biológicas fixadas em cartões comerciais pode resolver problemas relacionados à coleta e transporte de amostras biológicas. O objetivo do estudo foi detectar Leishmania spp. por PCR utilizando DNA de soro canino fixado cartão (SCFC). Para avaliação, o PCR com DNA extraído do SCFC (PCR/cartão) foi comparado com o PCR com DNA extraído com kit Qiagen (PCR/Qiagen) do mesmo soro e com teste de imunocromatografia. Os resultados mostraram que, de 112 amostras analisadas, 12 (10,71%) foram positivas quando o DNA era extraído com Kit Qiagen e dessas, apenas duas não amplificaram com DNAs extraído do SCFC. A imunocromatografia (teste rápido) foi positiva em 12 (10,71%) das amostras. Porém, apenas três (2,75%) do total de amostras concordaram com a detecção de Leishmania spp. por PCR.  Considerando o teste da PCR/Qiagen como um padrão de referência para detecção de DNA, a concordância com o PCR/cartão foi quase perfeita (K=0,8). A concentração e o grau de pureza de DNA nas duas extrações não tiveram diferença significativa.  O PCR a partir de SCFC mostrou que pode ser uma alternativa interessante para o diagnóstico de leishmaniose.

Referências

Ali N., Bello G.L., Rossetti M.L.R., Krieger M.A. & Costa A.D.T. (2020). Demonstration of a fast and easy sample-toanswer protocol for tuberculosis screening in point-of-care settings: A proof of concept study. Plos One, 15(12): e0242408.

Almeida A.B.P.F., Sousa V.R.F., Gasparetto N.D., Silva G.F.R., Figueiredo F.B., Dutra V., Nakazato L. & Madeira M.F. (2013). Canine visceral leishmaniasis: diagnostic approaches based on polymerase chain reaction employing different biological samples. Diagnostic Microbiology and Infectious Disease,76(3):321-324.

Antunes T.R., Godoy K.C.S., Oliveira G.G., Silveira A.W., Ramos C.A.N.R. & Souza A.I. (2018). Técnicas de citologia aspirativa, biópsia e citobloco de medula óssea para identificação e determinação de intensidade parasitária na leishmaniose visceral canina. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia,70(5);1362-1368.

Assis T.S.M., Braga A.S.C., Pedras M.J., Barral A.M.P., Siqueira I.C., Costa C.H.N., Costa D.L., Holanda T.A., Soares V.Y.R, Biá M., Caldas A.J.M., Romero G.A.S. & Rabello A. (2018). Validação do teste imunocromatográfico rápido IT-LEISH® para o diagnóstico da leishmaniose visceral humana. Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, 17(2):107-111.

Bankamp B., Sein C., Pukuta Simbu E., Anderson R., Abernathy E., Chen M-H., Muyembe Tamfum J-J., Wannemuehler K.A., WakuKouomou D., Lopareva E.N., Icenogle J.P., Rota P.A., Goodson JL. 2019. Use of FTA cards to transport throat swabs and oral fluid samples for molecular detection and genotyping of measles and rubella viruses. Journal of Clinical Microbiology, 57:e00048-19.

Brasil (2014) Ministério da Saúde. Manual de vigilância e controle da leishmaniose visceral. http://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/2014-Manual-de-vigililanciancia-e-controle-da-leishmaniose-visceral.pdf.

Carvalho F.L.N., Ribaldo E.O., Bello G.L., Ramos R.R., Barcellos R.B., Gehlen M., Halon M.L., Ramão P.R.R., Dellegrave E. & Rossetti M.L.R. (2018). Diagnosis of canine visceral leishmaniasis: comparative performance of serological and molecular tests in symptomatic and asymptomatic dogs. Epidemiology and Infection, 146(5) 571-576.

Cox A.P., Tosas O., Tilley A., Picozzi K., Coleman P. Hide G. & Welburn S.C. (2010). Constraints to estimating the prevalence of trypanosome infections in East African zebu cattle. Parasites & Vectors, 3(1):1-8.

De Brito R.C.F., Aguiar-Soares R.D.O., Cardoso J.M.O., Coura-Vital W., Roatt B.M. & Reis A.B. (2020). Recent advances and new strategies in Leishmaniasis diagnosis. Applied Microbiology and Biotechnology, 104(19):8105-8116.

Farahmand M. & Nahrevanian H. (2016). Application of recombinant proteins for serodiagnosis of visceral leishmaniasis in humans and dogs. Iranian Biomedical Journal, 20(3):128.

González-Marcano E., Kato H., Concepción J.L., Márquez M.E. & Mondolfi A.P. (2016). Polymerase chain reaction diagnosis of leishmaniasis: A species-specific approach. Clinical Applications of PCR, 1392:113-114.

Lalani T., Tisdale M.D., Liu J., Mitra I., Philip C., Odundo E., Reyes F., Frases J.A, Huthey E., Connor P., Swierczewski B.E., Houpt E., Tribble D.R & Riddle M.S. (2018). Comparison of stool collection and storage on Whatman FTA Elute cards versus frozen stool for enteropathogen detection using the TaqMan Array Card PCR assay. Plos. One, 3(8):e0202178.

Lipic S., Giordullo L.M. & Fredericks J.D. (2018). A novel FTA™ elute card collection method that improves direct DNA amplification from bloodstained concrete. Science & Justice, 58(5):303-307.

Mabayi A., Paredes M. & Ospina J. (2018). A comparative assessment of epidemiologically different cutaneous leishmaniasis outbreaks in Madrid, Spain and Tolima, Colombia: an estimation of the reproduction number via a mathematical model. Tropical medicine and infectious disease, 3(2):43.

Maia-Elkhouri A.N.S., Romero G.A.S., Valadas S.Y.O.B., Sousa-Gomes M.L., Lindoso J.A.L., Cupolillo E., Ruiz-Postigo J.A. Argaw D. & Sanchez-Vazquez M.J. (2019). Premature deaths by visceral leishmaniasis in Brazil investigated through a cohort study: A challenging opportunity?. PLOS Neglected Tropical Diseases, 13(12):e0007841.

Millán J., Ferrogli E. & Solano-Gallego L. (2014). Role of wildlife in the epidemiology of Leishmania infantum infection in Europe. Parasitology Research, 113(6):2005-2014.

Mota, C. A., Venazzi, E., Zanzarini, P. D., Aristides, S., Lonardoni, M., & Silveira, T. (2020). Filter paper performance in PCR for cutaneous leishmaniasis diagnosis. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 54, e00472020.

Organização Pan-Americana da Saúde. PAHO (2020). Informe Epidemiológico das Américas. https://iris.paho.org/handle/10665.2/53091

Paiva-Cavalcanti M., Morais R.C.S., Pessoa-e-Silva R.C.S, Trajano-silva L.A.M., Gonçalves-de-Albuquerque S. C., Tavares D.H.C., Brelaz-de-Castro M.C.A., Silva R.F. & Pereira V.R.A. (2015) Leishmaniasis diagnosis: an update on the use of immunological and molecular tools. Cell & bioscience, 5(1):31.

Palido-Landínez M., Laviniki V., Sánchez-Ingunza R., Guard J. & Nascimento V.P. (2012). Uso dos cartões FTA para o transporte de amostras de DNA de Salmonella spp. isoladas de produtos avícolas do Sul do Brasil. Acta Scientiae Veterinariae, 40(4)1-7.

Quinnell R.J. & Courtenay O. (2009). Transmission, reservoir hosts and control of zoonotic visceral leishmaniasis. Parasitology,136(14):1915-1934.

Ribeiro, R. R., Michalick, M., da Silva, M. E., Dos Santos, C., Frézard, F., & da Silva, S. M. (2018). Canine Leishmaniasis: An Overview of the Current Status and Strategies for Control BioMed research international,12.

Riboldi E., Carvalho F., Romão P.R.T, Barcellos R.G, Bello G.L., Ramos R.R., Oliveira R.T., Júnior J.P.A., Rossetti M.L & Dallegrave E. (2018). Molecular method confirms canine Leishmania infection detected by serological methods in non-endemic area of Brazil. The Korean Journal of Parasitology, 56(1):11.

Rolim F., Carvalho F.L.N., Bello G.L., Gehlen M., Halon M.L., Lemos R.R., Barcellos R.B. & Rossetti M.L. (2016). Leishmaniose visceral canina: detecção de DNA em soro por PCR em tempo real. Revista de Iniciação Científica da ULBRA, (14):36-46.

Sagi, O., Berkowitz, A., Codish, S., Novack, V., Rashti, A., Akad, F., & Shemer-Avni, Y. (2017). Sensitive Molecular Diagnostics for Cutaneous Leishmaniasis. Open forum infectious diseases, 4(2): ofx037.

Saiki, R. K., Scharf, S., Faloona, F., Mullis, K. B., Horn, G. T., Erlich, H. A., & Arnheim, N. (1985). Enzymatic amplification of beta-globin genomic sequences and restriction site analysis for diagnosis of sickle cell anemia. Science, 230(4732): 1350–1354.

Santos J.M.L., Dantas-torres F., Mattos M.R.F., Lino F.R.L., Andrade L.S.S., Souza R.C.A., Brito F.L.C., Brito M.E.F., Brandão-filho S.P. & Simões-Mattos L. (2010). Prevalência de anticorpos antileishmania spp em cães de Garanhuns, Agreste de Pernambuco. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical43:41-45.

Secretaria de Estado de Saúde de Santa Catarina. (2018) Guia de Orientação para a vigilância da leishmaniose visceral canina (LVC) disponível em: http://www.dive.sc.gov.br/conteudos/zoonoses/publicacoes/Guia_Basico_de_Orientacao_LVC_2018.

Silva J.D., Melo D.H.M., Costa J.A.G., Costa D.F., Silva R.B.S., Melo M.A. & Alves C.J. (2017). Leishmaniose visceral em cães de assentamentos rurais. Pesquisa Veterinária Brasileira, 37(11):1292-1298.

Silva, R. D. S., & Paes, A. T. (2012). Por dentro da estatística: Teste de concordância Kappa. Educação Continuada em Saúde Einstein, 10(4):165-166.

Souza Y.C.P., Carvalho A.F.S., Carvalho L.A.R. & Mansur V.F.R. (2013). Teste diagnóstico para leishmaniose visceral – atualidade e perspectivas. 11(21)1-16. Retrieved from http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/jMGetvi4ZMFD9rK_2013-8-14-17-14-35.pdf

Teixeira M.C., Stobbe N.S., Schmidt V., Lima V.M.F., Tartoratti A.L, Ramos R.R & Araujo F.A.P. (2016). Seroepidemiology of Leishmania infantum in dogs in the city of Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Semina: Ciências Agrárias, 37(6).

Tlamcani Z. (2016). Visceral leishmaniasis: an update of laboratory diagnosis. Asian Pacific Journal of Tropical Disease, 6(7):505-508.

Downloads

Publicado

18/12/2022

Como Citar

PETRY , I. M. dos S. .; ROLIM, F. dos S. .; SOARES, T. dos S. .; CARVALHO, M. E. R. de .; PROPHIRO, J. S. .; LEOTE , D. S. .; ROSSETTI, M. L. Detecção de Leishmania spp. em soro de caninos fixados em cartões. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e582111638434, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38434. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38434. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde