Uso de antibióticos e a resistência bacteriana: análise do perfil de conhecimento de estudantes do ensino superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38492

Palavras-chave:

Antibióticos; Resistência bacteriana; Prescrição médica; Estudantes.

Resumo

Objetivo: Realizar análise do perfil de conhecimento do corpo discente de uma faculdade privada do município de Belém/PA, a respeito do uso indiscriminado de antibióticos e a resistência bacteriana. Metodologia: Realizou-se uma pesquisa descritiva, de caráter quantitativo e qualitativo, a qual possibilitou analisar o perfil dos 207 participantes. De maneira anônima, sem coleta de dados pessoais obteve-se a participação de estudantes dos cursos de Farmácia, Enfermagem, Fisioterapia, Biomedicina, Direito, Administração e Engenharia civil, com dados coletados através de um questionário elaborado por meio da plataforma Google Forms. Resultados: De modo geral, a maioria os acadêmicos possuíam conhecimento sobre o uso irracional de antibióticos e a resistência bacteriana, afirmando estarem de acordo com a legislação RDC 20/2011, todavia a maioria relatou utilizar antibioticoterapia de maneira empírica, sem orientação médica. As demais respostas obtidas aos questionamentos aplicados, apontam para a mesma linha de resultados, onde a grande maioria do público em estudo é consciente da importância de cumprir um tratamento com antimicrobianos pelo tempo correto e estão de acordo com a necessidade da prescrição médica para compra dessa classe de medicamentos. Conclusão: A pesquisa evidenciou resultados positivos quanto ao grau de conhecimento dos acadêmicos acerca do tema em discussão, porém em contradição, a maioria dos entrevistados relatou práticas de automedicação. Com isso foi possível traçar um perfil de indivíduos informados, mas ainda não suficientemente conscientes da dimensão do crescente problema de saúde pública o qual tornou-se a disseminação de cepas bacterianas multirresistentes. 

Referências

Bahnassi, A. (2015). A qualitative analysis of pharmacists’ attitudes and practices regarding the sale of antibiotics without prescription in Syria. Journal of Taibah University Medical Sciences, 10(2), 227–233. https://doi.org/10.1016/j.jtumed.2014.09.001

Bahnassi, A. (2016). Pharmacists Views and Practices in Regard to Sales of Antibiotics Without a Prescription in Madinah, Saudi Arabia. Journal of Patient Safety, 12(3), 159–164. https://doi.org/10.1097/pts.0000000000000087

Brasil. (2011). Resolução – RDC nº 20, de 5 de maio de 2011. Ministério da Saúde. (Anvisa)

Brito, G.B., & Trevisan, M. (2021). O uso indevido de antibióticos e o eminente risco de resistência bacteriana. Revista Artigos.com. 30, e7902

Col, N. F., & O'Connor, R. W. (1987). Estimating worldwide current antibiotic usage: report of Task Force 1. Rev Infect Dis. 9: S232-43

Da Costa, A. L. P., & Silva Junior, A. C. S. (2017). Resistência bacteriana aos antibióticos e Saúde Pública: uma breve revisão de literatura. Estação Científica (UNIFAP), 7(2), 45. https://doi.org/10.18468/estcien.2017v7n2.p45-57

Da Silva, M. O., & Aquino, S. (2018). Resistência aos antimicrobianos: uma revisão dos desafios na busca por novas alternativas de tratamento. Revista de Epidemiologia E Controle de Infecção, 8(4), 472–482. https://doi.org/10.17058/reci.v8i4.11580

Diaz, S. J. Z. (2015). Proposta de intervenção para reduzir o uso de antibióticos sem prescrição médica na ESF Bom Sucesso, Arapiraca. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família, Universidade Federal de Minas Gerais. https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/sheila-janine-zavala-diaz.pdf

Etebu, E., & Arikekpar, I. (2016). Antibiotics: Classification and mechanisms of action with emphasis on molecular perspectives. http://www.bluepenjournals.org/ijambr/pdf/2016/October/Etebu_and_Arikekpar.pdf

Freires, M. S., & Rodrigues Junior, O. M. (2022). Resistência bacteriana pelo uso indiscriminado da azitromicina frente a Covid-19: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, 11(1), e31611125035. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i1.25035

Fundação Oswaldo Cruz. (2021). Detecção de bactérias resistentes a antibióticos triplicou na pandemia. (n.d.). https://portal.fiocruz.br/noticia/deteccao-de-bacterias-resistentes-antibioticos-triplicou-na-pandemia

Fundamentos De Metodologia Cientifica - 7aED. (2010) - Marina de Andrade Marconi; Eva Maria Lakatos - Livro. (n.d.). In www.travessa.com.br. Retrieved December 2, 2022, from https://www.travessa.com.br/fundamentos-de-metodologia-cientifica-7-ed-2010/artigo/484c7480-8089-42ba-8723-82f9a61eeb3e#:~:text=Este%20texto%20se%20apresenta%20como

Gasparino, R. F., & Ramos, C. R (2015). A compreensão dos homens jovens sobre os cuidados com a saúde no interior paulista. Revista Saúde em Foco -Centro Universitário Amparense (UNIFIA/UNISEPE), (7), 151- 160. https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/18compreensao_homens_jovens.pdf

Gjini, E., Paupério, F. F. S., & Ganusov, V. V. (2020). Treatment timing shifts the benefits of short and long antibiotic treatment over infection. Evolution, Medicine, and Public Health, 2020(1), 249–263. https://doi.org/10.1093/emph/eoaa033

Högberg, L. D., Muller, A., Zorzet, A., Monnet, D. L., & Cars, O. (2014). Antibiotic use worldwide. The Lancet Infectious Diseases, 14(12), 1179–1180. https://doi.org/10.1016/S1473-3099(14)70987-9

Ludke, M., & Andre, M. E. D. A. (2013). Pesquisas em educação: uma abordagem qualitativa. E.P.U. 6.3

Mehta, U., Durrheim, D. N., Blumberg, L., Donohue, S., Hansford, F., Mabuza, A., Kruger, P., Gumede, J. K., Immelman, E., Sánchez Canal, A., Hugo, J. J., Swart, G., & Barnes, K. I. (2007). Malaria deaths as sentinel events to monitor healthcare delivery and antimalarial drug safety. Tropical Medicine & International Health, 12(5), 617–628. https://doi.org/10.1111/j.1365-3156.2007.01823.x

Mohr, K. I. (2016). History of Antibiotics Research. Current Topics in Microbiology and Immunology, 398, 237–272. https://doi.org/10.1007/82_2016_499

Morgan, D. J., Okeke, I. N., Laxminarayan, R., Perencevich, E. N., & Weisenberg, S. (2011). Non-prescription antimicrobial use worldwide: a systematic review. The Lancet Infectious Diseases, 11(9), 692–701. https://doi.org/10.1016/s1473-3099(11)70054-8

Nepal, G., & Bhatta, S. (2018). Self-medication with Antibiotics in WHO Southeast Asian Region: A Systematic Review. Cureus. https://doi.org/10.7759/cureus.2428

Organization, W. H. (2014). Antimicrobial resistance: global report on surveillance. In apps.who.int. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/112642

Özcebe, H., Üner, S., Karadag, O., Daryani, A., Gershuni, O., Czabanowska, K., Brand, H., Erdsiek, F., Aksakal, T., & Brzoska, P. (2022). Perspectives of physicians and pharmacists on rational use of antibiotics in Turkey and among Turkish migrants in Germany, Sweden and the Netherlands: a qualitative study. BMC Primary Care, 23(1). https://doi.org/10.1186/s12875-022-01636-8

Prates, F. I. F., Silva, G. F., Fernandes, R. A., & Cesar, J. J. (2020). Agravos provocados pela resistência bacteriana: Um problema de saúde pública mundial. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research -BJSCR BJSCR, 32(2), 2317–4404. https://www.mastereditora.com.br/periodico/20201004_093315.pdf

Rigotto, G. C., Oliveira, R. R., Júnior, A. T. T., & Munis de Souza, J. (2016). A bula de medicamentos: a importância da leitura das bulas. Revista Científica FAEMA, 7(1), 16–26. https://doi.org/10.31072/rcf.v7i1.355

Sampaio, P. da S., Sancho, L. G., & Lago, R. F. do. (2018). Implementação da nova regulamentação para prescrição e dispensação de antimicrobianos: possibilidades e desafios. Cadernos Saúde Coletiva, 26(1), 15–22. https://doi.org/10.1590/1414-462x201800010185

Silva, M. D. S. M., & Ferreira, F. M. D. (2020). Uso racional de antimicrobianos por acadêmicos de um Centro Universitário do norte do Paraná / Rational use of antimicrobials by academics at a University Center in north of Paraná. Brazilian Journal of Development, 6(10), 81223–81236. https://doi.org/10.34117/bjdv6n10-518

Souza, R. H. F de., (2016). RDC 20/2011 - O controle de antimicrobianos: O que podemos esperar? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade De Rio Verde (UniRV. https://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/RDC%20202011%20%20O%20CONTROLE%20DE%20ANTIMICROBIANOS.pdf

Teixeira, B., Da, L., Campos, S., Eickoff, C., & Casalini, C. (2019). Perfil da automedicação em estudantes de ensino superior: impacto na resistência bacteriana. Revista saúde integrada, 12(24), 67–78. https://core.ac.uk/download/pdf/287230263.pdf

Turato, E. R. (2005). Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Revista de Saúde Pública, 39(3), 507–514. https://doi.org/10.1590/s0034-89102005000300025

Waksman, S. A. (1947). What is an antibiotic or an antibiotic substance? Mycologia, 39(5), 565–569. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20264541/

Wilson, H. L., Daveson, K., & Mar, C. B. D. (2019). Optimal antimicrobial duration for common bacterial infections. Australian Prescriber, 42(1), 5. https://doi.org/10.18773/austprescr.2019.001

Downloads

Publicado

17/12/2022

Como Citar

VASCONCELOS, I. dos S.; CAMPOS, J. C.; CARTÁGENES, S. de C. Uso de antibióticos e a resistência bacteriana: análise do perfil de conhecimento de estudantes do ensino superior. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e373111638492, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38492. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38492. Acesso em: 23 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais