Uso da escetamina intranasal no tratamento da depressão resistente: uma revisão de literatura

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38613

Palavras-chave:

Anestésicos; Transtornos Mentais; Suicídio.

Resumo

A depressão é a doença psiquiátrica mais prevalente, causada por fatores genéticos psicossociais e biológicos. A hipótese fisiopatológica mais influente para explicar a depressão é a teoria monoaminérgica, na qual há déficits na transmissão de monoaminas. Quando não responde de forma satisfatória aos tratamentos iniciais típicos, estaremos diante de um quadro de depressão resistente ao tratamento, sendo necessária a busca por novas modalidades terapêuticas. Diante do alto índice de tentativa de suicídio e da incapacidade causada pela doença é necessário um medicamento de rápida ação e boa potência para maior efetividade, a literatura especializada tem apontado como medicação a cetamina. Este é um fármaco anestésico aprovado em 1970, porém, a partir de 2000 foi reconhecido por seus efeitos antidepressivos de ação rápida quando administrado via intravenosa na dose de 0,5 mg/kg. Recentemente, foi aprovada a escetamina via intranasal (Spravato®) para o uso na depressão resistente. Diante disso, através de um levantamento bibliográfico de artigos científicos este estudo tem como objetivo caracterizar as especificidades da depressão resistente, além de avaliar os desafios e perspectivas do uso da escetamina intranasal. Verificou-se que é uma opção mais prática, confortável e rápida, porém, o seu uso apresenta efeitos colaterais dissociativos de gravidade leve a moderada na maioria dos casos. Além disso, sua principal desvantagem é o alto custo, dificultando o acesso a população. Portanto, ainda faltam estudos conclusivos sobre o uso da escetamina a longo prazo.

Biografia do Autor

Ana Júlia Carvalho, Centro Universitário de Mineiros - UNIFIMES

Acadêmica de Medicina no Centro Universitário de Mineiros - UNIFIMES

Stéfany Bruna de Brito Pimenta, Centro Universitário de Mineiros - UNIFIMES

Psicóloga e Mestra formada pela Universidade Federal de Goiás

Docente no curso de Medicina do Centro Universitário de Mineiros - UNIFIMES

Especialista em Saúde Pública pela Unip

Espeialista em Psicologia da Saúde pelo Conselho Federal de Psicologia

Psicóloga na atenção básica da saúde pública

Psicóloga clínica

Adélia Rocha Simeoni, Centro Universitário de Mineiros - UNIFIMES

Médica pela Faculdade de Medicina de Petrópolis 

Anestesiologista pelo Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo

Docente no curso de Medicina do Centro Universitário de Mineiros - UNIFIMES

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Publicado

18/12/2022

Como Citar

CARVALHO, A. J.; PIMENTA, S. B. de B. .; SIMEONI, A. R. . Uso da escetamina intranasal no tratamento da depressão resistente: uma revisão de literatura. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e430111638613, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38613. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38613. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde