A formação integral do estudante no ensino médio: análise do novo Ensino Médio na perspectiva da politecnia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38624Palavras-chave:
Educação integral; Ensino médio; Politecnia; Movimento educação para todos.Resumo
Este artigo trata de um estudo sobre as mudanças no ensino médio – que é a última etapa da educação básica no Brasil – e a formação que se pretende integral do jovem, sobretudo aquele oriundo da classe trabalhadora. Para isso, levou-se em conta, como modelo de formação integral, a politecnia, pensada por Karl Marx para a educação do jovem da classe operária e a formação ideal para a transformação social. Desenvolvido a partir de uma problematização sobre as políticas públicas na proposta do novo modelo do ensino médio (Lei nº 13.415/17) para uma formação integral, esse estudo tem por objetivos revelar as características de uma educação integral politécnica; discorrer sobre as concepções de Marx e Engels a respeito da educação integral dos jovens e a formação para o trabalho; e refletir sobre a influência do capital a partir do Movimento de Educação para Todos sobre as políticas públicas educacionais brasileiras desde o início da década de 1990. Como metodologia utilizou-se da abordagem ontológica, (materialismo histórico-dialético), cuja natureza da pesquisa parte da objetividade para a subjetividade, numa consulta bibliográfica entre livros e artigos cujos autores tratam dos temas relacionados à educação politécnica, novo ensino médio, trabalho e educação para a juventude. Os resultados obtidos apontam que o novo ensino médio não poderia atender às necessidades da classe trabalhadora, uma vez que, dominado pelo capital, se constitui como uma educação para as permanências nas condições de dominadores e dominados, dentre outros aspectos.
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