Fisiopatologia da úlcera marginal após bypass gástrico e o seu tratamento: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.38655Palavras-chave:
Cirurgia Bariátrica; Complicações Pós-Operatórias; Derivação Gástrica; Úlcera péptica.Resumo
Devido à epidemia de obesidade no mundo, o número de cirurgias bariátricas aumentou em uma velocidade exponencial e, associado a este, o aumento na ocorrência de complicações cirúrgicas que acompanham o processo, como a úlcera anastomótica (UA), também chamadas Úlcera Marginal, pós Bypass Gástrico em Y de Roux (BGYR). O objetivo deste estudo é analisar a relação entre o BGYR e a formação de UA bem como discutir seu tratamento. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Foram utilizadas as bases de dados: National Library of Medicine National Institutes of Health (PubMed) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS/MEDLINE). O processo de triagem contou com os seguintes critérios de inclusão: artigos que respondessem à pergunta da pesquisa, na lingua inglesa, portuguesa e espanhola e publicados entre 2017 a 2022. Foram obtidos um total de 12 estudos. Para a discussão, foram divididos quatro eixos temáticos: 1. Fisiopatologia das UA, entendido como um processo de isquemia da mucosa e processo inflamatório associado à liberação de gastrina devido ao estímulo vagal em alguns pacientes. 2. Fatores que influenciam a formação das UA, sendo divididos em cirúrgicos e não cirúrgicos, dentre os não cirúrgicos estão o uso de AINES e a infecção por H. pylori. 3. Quadro clínico e complicações das UA, como a hemorragia, a estenose, a malignidade ou a perfuração. Por fim, o quarto tópico abordou a conduta clínica frente ao quadro de UA, comparando a revisão cirúrgica.
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