A cooperação entre fatores genéticos e epigenéticos na patogênese da Doença de Alzheimer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.38806

Palavras-chave:

Doença de Alzheimer; Genética; Epigenética.

Resumo

O envelhecimento é um resultado inevitável da vida, caracterizado pelo declínio progressivo da função dos tecidos, órgãos e elevação do risco de mortalidade. Juntamente com o acréscimo da população idosa, observado nos últimos anos, verifica-se aumento na prevalência de doenças neurodegenerativas, como a Doença de Alzheimer (DA). O presente estudo consiste em uma revisão integrativa da literatura com o intuito de identificar a influência de fatores genéticos e epigenéticos na patogênese da DA. A busca foi realizada durante os meses de setembro, outubro e novembro de 2022, considerando-se estudos publicados no período compreendido entre 2014 e 2022, nas seguintes bases de dados: BVS, PubMed MEDLINE, SCIELO, Google Scholar e EbscoHost. Atualmente, é muito claro que todas as características de um indivíduo não são determinadas apenas pelo DNA, mas pelo ambiente, estresse, estilo de vida e nutrição que desempenham papel vital na determinação da resposta de um organismo. Nesse sentido, mecanismos epigenéticos envolvem modificações estruturais e bioquímicas na cromatina, sem alterações na sequência de DNA, que desconfiguram o padrão de expressão de genes, afetando vários processos fisiológicos e patológicos. Logo, esse desequilíbrio na homeostase dos mecanismos epigenéticos são a base da expressão anormal de genes relacionados à plasticidade sináptica e à memória, áreas notadamente alteradas nas manifestações iniciais da DA. Dada a natureza reversível dos mecanismos epigenéticos, essas vias fornecem caminhos promissores para a terapêutica contra o declínio cognitivo e o melhor prognósticos para a doença.

Referências

Barage, S. H., & Sonawane, K. D. (2015). Hipótese da cascata amiloide: Patogênese e estratégias terapêuticas na doença de Alzheimer. Neuropeptídeos. 52(1), 1-18.

Berson, A., Nativio, R., Berger, S. L., & Bonini, N. M. (2018). Epigenetic Regulation in Neurodegenerative Diseases. Trends In Neurosciences. Elsevier B.V. 41(9), 587-598.

Cheignon, C., Tomas M., Bonnefont-Rousselot, D., Faller, P., Hureau C., & Collin, F. (2017) Oxidative stress and the amyloid beta peptide in Alzheimer's disease. Redox Biol. 14(1), 450-464.

Cochran, J. N., Hall A. M., & Roberson, E. D. (2014). The dendritic hypothesis for Alzheimer's disease pathophysiology. Brain Res Bull. 103(1), 18-28.

Fenoglio, C., Scarpini, E., Serpente, M., & Galimberi, D. (2018). Role of Genetics and Epigenetics in the Pathogenesis of Alzheimer’s Disease and Frontotemporal Dementia. Journal Of Alzheimer'S Disease. 62(3), 913-932.

Ferreira-Vieira, T. H., Guimaraes, I. M., Silva, F. R., & Ribeiro, R. M (2016). Alzheimer's disease: Targeting the Cholinergic System. Curr Neuropharmacol. 14(1), 101-115.

Gao, X., Qiang, C., Hua, Y., Jie, T., & Zheng, T. (2022). Epigenetics in Alzheimer’s Disease. Frontiers In Aging. Neuroscience. 23(14), 91-106.

Hampel, H., Mesulam, M. M., Cuello, A. C., Farlow, M. M., Giacobini, E., Grossberg, G. T., & Vergallo, A. (2018). The cholinergic system in the pathophysiology and treatment of Alzheimer's disease. Brain. 141(7), 1917-1933.

Heppner, F. L., Ransohoff, R. M., & Becher, B. (2015). Immune attack: the role of inflammation in Alzheimer disease. Nature Reviews Neuroscience. 16(6), 358-372.

Huang, F., Weng, M., Liu, R. Wang, J. Z., Schadt, E., Haroutunian, V., Katsel, P., & Wang, X. (2019). CDT2-controlled cell cycle reentry regulates the pathogenesis of Alzheimer's disease. Alzheimers Dement. 15(2), 217-231.

Ittner, A., & Itner, L. M. (2018). Dendritic Tau in Alzheimer's Disease. Neuron. 99(1), 13-27.

Khan, S., Barve, K. H., & Kumar M. S. (2020). Recent Advancements in Pathogenesis, Diagnostics and Treatment of Alzheimer's Disease. Curr Neuropharmacol. 18(11), 1106-1125.

Kanatsu, K., & Tomita, T. (2017). Molecular mechanisms of the genetic risk factors in pathogenesis of Alzheimer disease. Front Biosci (Landmark Ed). 22(1), 180-192.

Kinney, J. W., Shane, M. B., Murtishaw, A. S., Leisgang, A. M, & Cordeiro, B. T. (2018) Inflammation as a central mechanism in Alzheimer's disease. Alzheimers Dement. 6(4), 575-590.

Kwakowsky, A., Calvo-Flores, G. B., Govindpani, K., Waldvogel, H. J., & Faull, R. L. (2018). Gamma-aminobutyric acid A receptors in Alzheimer's disease: highly localized remodeling of a complex and diverse signaling pathway. Neural Regen Res. 13(8), 1362-1363.

Liu, X., Jiao, B., & Shen, L. (2018). The Epigenetics of Alzheimer’s Disease: factors and therapeutic implications. Frontiers In Genetics. 9(1), 12-25.

Page, M. J. et al. (2021). The 2020 statement: an updated guideline for reporting systematic reviews . Research Methods and Reporting.

Perkovic, M. N., Paska, A.V., Konjevod, M., Kouter, K., & Pivac, N. (2021). Epigenetics of Alzheimer’s Disease. Biomolecules. 11(2), 195-200.

Rajasekhar, K., & Govindaraju, T. (2018). Perspectiva atual, desafios e perspectivas futuras de intervenções diagnósticas e terapêuticas na doença de Alzheimer. RSC adv. 8(2), 378–380.

Roubroeks, J. A. Y., Smith, R. G., & Lunnon, K. (2017). Epigenetics and DNA methylomic profiling in Alzheimer's disease and other neurodegenerative diseases. Journal Of Neurochemistry. 143(2), 158-170.

Santos, C. M. C.; Pimenta, C. A. M.; & Nobre, M. R. C. (2007). The PICO strategy for the research question construction and evidence search. Revista Latino-Americana de Enfermagem. 15(3),1-7.

Sharma, V. K. Mehta, V., & Singh, T. G. (2020). Alzheimer’s Disorder: epigenetic connection and associated risk factors. Current Neuropharmacology. 18(8), 740-753.

Sen, P., Shah, P. P., Nativio, R., & Berger, S. L. (2016). Epigenetic Mechanisms of Longevity and Aging. Cell. 166(4), 822-839.

Stoccoro, A., & Coppedè, F. (2018). Role of epigenetics in Alzheimer's disease pathogenesis. Neurodegenerative Disease Management. 8(3), 181-193.

Valero, J., Paris, I., & Sierra, P. (2016). Lifestyle Shapes the Dialogue between Environment, Microglia, and Adult Neurogenesis. ACS Chem Neurosci. 7(4), 442-453.

Vakapoulos, C. (2017). Doença de Alzheimer: A Hipótese Serotonérgica Alternativa do Declínio Cognitivo. Jornal da Doença de Alzheimer. 60(3), 859-866.

Zhang, X. X., Tian, Y., Wang, Z. T., Ma, Y. H., Tan, L., & Yu, J. T. (2021). A Epidemiologia dos Fatores de Risco Modificáveis e Prevenção da Doença de Alzheimer. O Jornal de Prevenção da Doença de Alzheimer. 8(3), 313-321.

Downloads

Publicado

20/01/2023

Como Citar

NUNES, G. H. P. .; LIMA, M. F. L. de .; ORSOLIN, P. C. . A cooperação entre fatores genéticos e epigenéticos na patogênese da Doença de Alzheimer. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 2, p. e5312238806, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i2.38806. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38806. Acesso em: 25 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde