Morte encefálica no paciente adulto: uma revisão integrativa da literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38865Palavras-chave:
Morte encefálica; Eletroencefalograma; Diagnóstico.Resumo
Morte encefálica pode ser definida como o estado irreversível das funções cerebrais, considerando os hemisférios cerebrais como também o tronco encefálico. São exigidos dois exames que possam confirmar a ausência ou a cessação de atividades do tronco cerebral para diagnóstico de ME no Brasil. Foi utilizada a busca por meio de levantamento e análise crítica dos documentos publicados através das plataformas de busca da PubMed, Scielo e Lilacs. Foram utilizados os seguintes descritores: “Morte encefálica”, “diagnóstico”, “adulto” e “eletroencefalograma”, “brain death AND electroencephalogram”, “brain death AND noise AND electroencephalogram”, “electroencephalograms AND brain death” e “brain death AND electroencephalogram AND intensivecareunits”. A abertura do protocolo de ME deve englobar todos os pacientes que se apresentem como não perceptivos, em ausência de reatividade supra espinhal e em apneia persistente de causa conhecida, irreversível e capaz de causar tal fim, seguindo protocolo de observação em ambiente hospitalar. Para início da abertura de protocolo, é necessário que haja uma lesão encefálica de causa conhecida, irreversível e capaz de causar a ME, além de ausência de fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico, tratamento e observação em ambiente hospitalar pelo período mínimo descrito, temperatura corporal superior a 35° C, saturação arterial de oxigênio acima de 94% e pressão arterial sistólica maior ou igual a 100 mmHg. São utilizadas medidas para a avaliação do nível de consciência, como a escala de Glasgow, além de testes para a avaliação de atividade do tronco cerebral e o teste da apneia, que é obrigatório para tal diagnóstico. Dentre os testes gráficos, se fazem de extrema relevância o eletroencefalograma (EEG), a angiografia cerebral, a doppler fluxometria transcraniana de artérias cerebrais e a cintilografia, sendo o EEG considerado um método factível realizado à beira leito, de baixo custo e baixo risco ao paciente quando comparado à cintilografia e arteriografia. Para fins de diagnóstico no protocolo, o médico capacitado, com experiência, se responsabilizará pelo laudo final.
Referências
American College Of Surgions Committee On Trauma (2018). Advanced Trauma Life Suport – ATLS. 10 ed.
André-Obadia, N. et al. (2014). Recommandations françaises sur l'électroencéphalogramme [French guidelines on electroencephalogram]. Neurophysiol Clin. 44(6) 515-612.
Arbune, A. A. et al. (2020). Ictal quantitative surface electromyography correlates with postictal EEG suppression. Neurology. 94(24) e2567-e2576.
Aredes, J. S.; Firmo, J. O. A.; Giacomin, K. C. (2018). A morte que salva vidas: complexidades do cuidado médico ao paciente com suspeita de morte encefálica. Cadernos de Saúde Pública [online]. 34(11) e00061718.
Carneiro, B. V. et al. (2019). Otimização de condições para teste de apneia em paciente hipoxêmico com morte encefálica. Revista Brasileira de Terapia Intensiva [online]. 31(1) 106-110.
Chehuen, J. A. et al. (2019). Atualização dos critérios diagnósticos de morte encefálica: aplicação e capacitação dos médicos. Revista Brasileira de Terapia Intensiva [online]. 31(3) 303-311.
Conselho Federal de Medicina. (2017). Resolução CFM no 2.173, de 23 de novembro de 2017. Define os critérios do diagnóstico de morte encefálica. Diário Oficial da União.
Ding, Z. Y. et al. (2015). A Comparison of Brain Death Criteria between China and the United States. Chin Med J (Engl). 128(21) 2896-2901.
Dreier, J. P. et al. (2018). Terminal spreading depolarization and electrical silence in death of human cerebral cortex. Ann Neurol. 83(2) 295-310.
Escudero, D. et al. (2015). Intensive care practices in brain death diagnosis and organ donation. Anaesthesia. 70(10) 1130-1139.
Fernández-Torres, J. L.; Hernández-Hernández, M. A.; Muñoz-Esteban, C. (2013). Non confirmatory electroencephalography in patients meeting clinical criteria for brain death: scenario and impact on organ donation. Clin Neurophysiol. 124(12) 2362-2367.
Fyntanidou, B. et al. (2012). Bispectral Index Scale variations in patients diagnosed with brain death. Transplant Proc. 44(9) 2702-2705.
Garrett, M. P. et al. (2017). Computed tomography angiography as a confirmatory test for the diagnosis of brain death. J Neurosurg. 128(2) 639-644.
Gobert, F. et al. (2018). Proving cortical death after vascular coma: Evoked potentials, EEG and neuroimaging. Clin Neurophysiol. 129(6) 1105-1116.
Hernández-Hernández, M. Á. Et al. (2019). The observation period after clinical brain death diagnosis according to ancillary tests: differences between supratentorial and infratentorial brain injury. J Neurol. 266(8) 1859-1868.
Ihara, S. et al. (2019). Amplitude-Integrated Electroencephalography and Brain Oxygenation for Postcardiac Arrest Patients with Targeted Temperature Management. Ther Hypothermia Temp Manag. 9(3) 209-215.
Jiang, M. et al. (2019). Predicting the non-survival outcome of large hemispheric infarction patients via quantitative electroencephalography: Superiority to visual electroencephalography and the Glasgow Coma Scale. Neurosci Lett. 706 88-92.
Koenig, M. A.; Kaplan, P. W. (2019). Brain death. Handb Clin Neurol. 161 89-102.
Migdady, I. et al. (2021). The use of apnea test and brain death determination in patients on extracorporeal membrane oxygenation: A systematic review. J Thorac Cardiovasc Surg. 162(3) 867-877.
Morato, E. G. (2009). Morte encefálica: conceitos essenciais, diagnóstico e atualização. Revista Médica de Minas Gerais, 19(3).
Moya Sánchez, J. et al. (2020). Portable gamma-camera for the diagnosis of brain death diagnosis. Med Intensiva (Engl Ed). 44(1) 1-8.
Paixão, J. T. C. et al. (2020). Analysis of brain death declaration process and its impact on organ donation in a reference trauma center. Einstein (São Paulo) [online]. 18 eAO5448.
Park, K. J.; Seyal, M. (2019). Tonic electromyographic activity following bilateral tonic-clonic seizures is associated with periictal respiratory dysfunction and postictal generalized EEG suppression. Epilepsia. 60(2) 268-274.
Perera, K. et al. (2022). EEG Patterns and Outcomes After Hypoxic Brain Injury: A Systematic Review and Meta-analysis. Neurocrit Care. 36(1) 292-301.
Rabinstein, A. A. (2018). Coma and Brain Death. Continuum (Minneap Minn). 24(6) 1708-1731.
Souza, D. R. S. et al. (2019). Morte Encefálica: Conhecimento e Opinião dos Médicos da Unidade de Terapia Intensiva. Revista Brasileira de Educação Médica [online]. 43(3) 115-122.
Tian, J. et al. (2021). The change index of quantitative electroencephalography for evaluating the prognosis of large hemispheric infarction. J Integr Neurosci. 20(2) 341-347.
Welschehold, S. et al. (2013). Computed tomographic angiography as a useful adjunct in the diagnosis of brain death. J Trauma Acute Care Surg. 74(5) 1279-1285.
Willems, L. M. (2021). EEG patterns and their correlations with short- and long-term mortality in patients with hypoxic encephalopathy. Clin Neurophysiol. 132(11) 2851-2860.
Yu Y. D. et al. (2016). Factors Delaying Organ Procurement After Declaration of Brain Death in Korea. Transplant Proc. 48(7) 2403-2406.
Zhu, L. et al. (2019). A Hybrid System for Distinguishing between Brain Death and Coma Using Diverse EEG Features. Sensors (Basel), 19(6).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Francisco Edes da Silva Pinheiro; Liliana Silva; João-Batista Destro-Filho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.