Incidência de Estenose Traqueal em Pacientes pós SARS-CoV-2
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.39054Palavras-chave:
Estenose traqueal; SARS-CoV-2; Intubação orotraqueal.Resumo
A estenose traqueal é clinicamente definida, como uma diminuição do lúmen da traqueia, que pode ser desencadeada por diversos fatores. Fisiologicamente inicia-se com um processo inflamatório pós lesão da mucosa, hiperemia e edema local. Posteriormente o processo de reparação e cicatrização da via área, tornando-se sintomática quando o estreitamento do lúmen chega >60%. A taxa de estenose traqueal pós-intubação em pacientes não COVID-19 é de 10–22%, sendo uma condição rara com uma incidência estimada de 4,9 casos a cada milhões por ano na população em geral. Ainda não há dados sobre a estenose em pacientes COVID recuperados. Esse estudo buscou observar a incidência de estenose pós COVID no Hospital Universitário do Oeste do Paraná e em conclusão foi encontrado maior incidência de estenose em pacientes do sexo feminino, porém pacientes do sexo masculino apresentaram maiores complicações. A taxa de óbitos foi maior em pacientes intubados comparado a pacientes traqueostomizados e a incidência de estenose traqueal encontrada foi relativamente baixa, quando comparada a dados de estenose não COVID encontrados na literatura.
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