A Ciência na Representação de Jovens Estudantes de São Luís – MA
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39368Palavras-chave:
Representação social; Negacionismo científico; Alfabetização científica.Resumo
O presente trabalho trata da representação que alguns jovens estudantes ludovicenses fazem sobre a Ciência. Ele se justifica na medida em que, em proporções alarmantes, surgiu no Brasil uma onda de negacionismo científico bem de encontro ao que se supunha: que a Ciência ocupasse um lugar seguro e de destaque na sociedade, com autoridade suficiente para indicar as melhores soluções para os diversos problemas. Se antes ela fora superdimensionada, tomada por absoluta e por dona da verdade, passou a ser deslegitimada e desvalorizada por especulações de grupos e por opiniões pessoais sem quaisquer fundamentos, em completo desserviço ao progresso, abrindo campo para discursos conspiratórios e fundamentalistas e relaxando as exigências de estudo e de aperfeiçoamento, cada vez mais necessários em um mundo regido pela especialização científica e tecnológica. Sem se ater a uma ou outra concepção de Ciência e do fazer científico, buscou-se verificar as concepções deste público, através de diálogos e daplicação de questionário, sobre a ciência, sua utilidade, modus operandi e suas identificações com o fazer científico. Participaram 59 estudantes, entre 15 a 18 anos, de escolas públicas (36,1 %) e privadas (63,9 %). Os resultados indicaram que a maioria (90 %) entende que a ciência é uma atividade social realizada em diversos espaços e instituições, que se caracteriza por possuir conhecimentos articulados, obtidos metodicamente, capazes de entender e prever fenômenos (66,7 %) e que é um conhecimento como outro qualquer, sujeito a erros de interpretações e de medidas, mas que é obtido através de métodos (81,7 %).
Referências
Alves-Mazzotti, A. J. (2000). Representações sociais: desenvolvimentos atuais e aplicações à educação. Linguagens, Espaços e Tempos No Ensinar e Aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 57–73.
Alves, R. A. (1985). Filosofia da Ciência: Introdução ao jogo e suas regras. (7a ed.) Editora Brasiliense.
Auler, D., & Delizoicov, D. (2001). Alfabetização científico-tecnológica para quê? Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), 3, 122-134.
Bakhtin, M., & Volochinov, V. N. (2006). Marxismo e filosofia da linguagem (Vol. 7). Hucitec.
Betto, F. (2001). Novos desafios à educação popular. In Forum (Vol. 29, pp. 97-104).
Chassot, A. (2003). Alfabetização científica: uma possibilidade para a inclusão social. Revista Brasileira de Educação, 89–100.
Chizzotti, A. (2018). Pesquisa em ciências humanas e sociais. Cortez editora.
Cunha, R. B. (2018). O que significa alfabetização ou letramento para os pesquisadores da educação científica e qual o impacto desses conceitos no ensino de ciências. Ciência & Educação (Bauru), 24, 27-41.
de Mélo Marques, E. L., & da Silva, W. M. (2021). A linguística aplicada que se faz em orientações no programa de pós-graduação em linguística e ensino da Univeresidad de Federal de Camoina Grande. Verbum. Cadernos de PÓS-Graduação. 10(03), 325–344.
Demo, P. (2017). Praticar ciência. Saraiva Educação SA.
dos Santos, G. T., & de Barros Dias, J. M. (2015). Teoria das representações sociais: uma abordagem sociopsicológica. PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, 8(1), 173-187.
Dictionary, O. L. (2012). Dictionaries. Retrieved December, 20, 2012.
Freire, P. (2014). Educação como prática da liberdade. Editora Paz e Terra.
Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (Vol. 4). Atlas São Paulo.
Gregolin, M. D. R. V. (1995). A análise do discurso: conceitos e aplicações. ALFA: Revista de Linguística.
Jovchelovitch, S., & Guareschi, P. (1994). Textos em representações sociais. Vozes, Petrópolis (RJ).
Kempa, R. F. (1991). Students’ learning difficulties in science: Causes and possible remedies. Enseñanza de Las Ciencias, 9(2), 119–128.
Lamim-Guedes, V. (2014). Alfabetização científica: muito além do entender como se faz ciência. Revista do EDICC.
Marandino, M., Silveira, R. D., Chelini, M. J., Fernandes, A. B., Rachid, V., Martins, L. C., ... & Florentino, H. A. (2004). A educação não formal e a divulgação científica: o que pensa quem faz. Atas do IV Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências, 37-45.
Moscovici, S. (1978). A representação social da psicanálise. Trad. de Álvaro Cabral. Zahar.
Moscovici, S. (2004). Questions de psychologie sociale. Em Premi Balzan. Laudationes, discorsi, saggi(pp. 137-151). Milano: LibriScheiwiller.
Muraro, L. G., & Castro-Lucas, C. (2021). Os Desafios da estratégia nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação–ENCTI 2016/2022: Federalismo e Política Pública de CT&I no Brasil. Revista de Empreendedorismo, Negócios e Inovação, 6(1), 4–30.
Ribeiro, D. B., Oliveira, E. F. dos A., Denadai, M. C. V. B., & Garcia, M. L. T. (2020). Financiamento à ciência no Brasil: distribuição entre as grandes áreas do conhecimento. Revista Katálysis, 23, 548–561.
Vilela, M. L., & Selles, S. E. (2020). É possível uma Educação em Ciências crítica em tempos de negacionismo científico? Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 37(3), 1722-1747.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Maria Vitória Raposo Rodrigues; Djanira Rubim dos Santos; Cicero Wellington Brito Bezerra
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.