Análise epidemiológica da meningite meningocócica no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39408Palavras-chave:
Epidemiologia; Meningite meningocócica; Neisseria meningitidis; Vigilância em Saúde Pública.Resumo
Introdução: A Doença Meningocócica é caracterizada pela infecção bacteriana por Neisseria meningitidis e se apresenta sob diversas formas clínicas. A Meningite Meningocócica é a forma de apresentação mais prevalente e resulta da inflamação meníngea ocasionada pela disseminação hematogênica do microorganismo. Objetivo: Atualizar a análise do comportamento epidemiológico da meningite meningocócica no Brasil. Métodos: Estudo descritivo retrospectivo utilizando dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) acerca da Meningite Meningocócica, referente ao período entre 2010 e primeiro semestre de 2022. Resultados: No Brasil, durante o período analisado, foram notificados 7550 casos confirmados de meningite meningocócica. Com relação à faixa etária, destacam-se os indivíduos menores de 4 anos de idade, sendo os maiores coeficientes de incidência da doença observados no primeiro ano de vida. Houve destaque na ocorrência do Sorogrupo C e acerca evolução clínica, grande parte dos indivíduos evoluiu para alta, apesar da significativa taxa de mortalidade. Houve destaque para a região Sudeste, com aproximadamente 59,13% dos casos notificados. Foram registrados 881 casos com evolução para o óbito, cerca de 12,33% dos casos notificados. Conclusão: Houve diminuição no número de casos notificados durante os anos epidemiológicos, em concomitância à admissão da vacina meningocócica C conjugada no programa nacional de imunizações associada à vacina meningocócica ACWY. Em virtude da alta taxa de mortalidade há, simultaneamente, a necessidade do reconhecimento precoce da doença, evidenciando a importância do desenvolvimento de estratégias de voltadas para o controle da doença.
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