A emergência político-pedagógica da educação intercultural crítica na formação inicial de professores em ciências da natureza no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3941Palavras-chave:
Formação docente; Educação intercultural; Educação.Resumo
Neste artigo objetiva-se discutir acerca da emergência política curricular da educação intercultural crítica no processo de formação de professores em Ciências da Natureza no Brasil alinhados com a educação antirracista. A perspectiva desta proposta de educação intercultural crítica justifica-se ao propor formação docente respaldada em direitos humanos, diversidades, religião, gênero, respeito às diferenças, sexualidade, raciais, comunidades tradicionais e outros. O problema de investigação foi averiguar o espaço na organização curricular da educação intercultural crítica na formação inicial de professores em Ciências da Natureza. O estudo possui uma abordagem qualitativa nos objetivos da pesquisa exploratória e, dentro dos procedimentos da pesquisa-ação. Os resultados evidenciaram a falta de prioridade na formação docente da política curricular da perspectiva da educação intercultural crítica. Verificou-se nos discursos dos professores pesquisados ênfase da biblioteca colonial eurocêntrica, monocultural assegurada na formação inicial na área de Ciências da Natureza. Conclui-se que a emergência da política curricular dentro do paradigma da crítica intercultural, corrobora para a valorização dos saberes científicos das matrizes indígenas e dos negros-africanos.
Referências
Akkari, A & Santiago, MC. (2010). A gestão da diversidade cultural no contexto educacional brasileiro. Revista Educação em Questão, 38(24): 9-33.
Apple, MW. (1999). Política cultura e educação. Maria José do Amaral Ferreira (trads). São Paulo: Cortez.
Apple, MW. (2006). Ideologia e currículo. 3ª ed., Porto Alegre: Artmed.
Bardin, L. (2011). Análise do conteúdo. São Paulo: Edições 70.
Bonilha, T. P. & Soligo, A. F. (2015). O não-lugar do sujeito negro na educação brasileira. Revista Iberoamericana de educação. 68(2): 31-48.
Brasil (1824). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1824.
Brasil (2015). Diretrizes curriculares nacionais para formação de professores. Brasília.
Candau, VM. (2011). Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Revista Currículo Sem Fronteira. 11(2): 240-255.
Candau, VM. (2000). Currículo, universalismo e relativismo: uma discussão com Jean-Claude Forquin. Educação & Sociedade. 21(73). Campinas.
Candau, VM. (2002). Sociedade, educação e cultura. Petrópolis: Editora Vozes.
Candau, V. M. (2005). Sociedade multicultural e educação: tensões e desafios. Cultura (s) e educação: entre o crítico e o pós-crítico. Rio de Janeiro: DP&A, 13-38.
Candau, VM. (2006). Educação Intercultural e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7Letras, p. 121-139.
Candau, V. M. (2008). Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. Petrópolis: Vozes, p. 13-37.
Candau, VM. (2009). Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. Educação intercultural na América Latina: entre concepções e propostas. Rio de Janeiro: 7Letras, p. 154-173.
Candau, VM. (2012). Somos todos iguais?. Rio de Janeiro: Editora Lamparina.
Canen, A & Xavier, GPDM. (2005). Multiculturalismo, pesquisa y formación de profesores: el caso de las directrices curriculares para la formación docente. Ensaio: avaliação e políticas públicas em educação. 13(48): 333-344.
Diop, CA. (2016) O pensamento africano do século XX. São Paulo: Editora Outras Expressões, p. 75-110.
Fleuri, RM. (2003). Intercultura e educação. Revista Brasileira de Educação. 10(23): 16-35.
Fleuri, RM. (2006). Políticas da diferença: para além dos estereótipos na prática educacional. Educação & Sociedade. 27(95): 495-520.
Freire, P. (2017). Pedagogia da autonomia. 53 ed. Rio de Janeiro: Editora Expressão Popular.
Giroux, H. (1997). Os professores como intelectuais – Rumo a uma pedagogia crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Editora Artmed.
Imbernón, F. (2004). Formação docente profissional: formar-se para mudanças e incertezas. 4.ed. São Paulo: Editora Cortez.
McLaren, P. (1997). A vida nas escolas: uma introdução à pedagoga crítica nos fundamentos da educação. Lucia Pellanda Zimer, Félix Nonnenmacher, Flávia P. de Carvalho e Luciana Bertoletti (trads.) 2ª ed., Porto Alegre: Artmed.
McLaren, P. (1999). Contesting capital: Critical pedagogy and globalism - a response to Michael Apple. Current Issues in Comparative Education, 1, nª 2.
Martinéz, ME et al. (2009). Políticas e práticas de educação intercultural. In: Candau, V. M. Educação intercultural na América Latina: entre concepções, tensões e propostas. Rio de Janeiro: 7 Letras, p. 44-73.
Moraes, R & Galiazzi, MC. (2016). Análise textual discursiva. 2ed. Ijuí: Editora: Unijiu.
Pereira, AS et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Acesso em: 15 maio 2020. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.
Rivero, A et al. (2011). The progression of prospective primary teachers’ conceptions of the methodology of teaching. Research in Science Education. 41(5):739-769.
Santiago, MC, Akkari, A & Marques, LP. (2013). Educação intercultural. Rio de Janeiro. Editora: Vozes.
Silva, TT. (2011). Documentos de identidade. 2.ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica.
Tardif, M (2014). Saberes docentes, saberes da profissão. 14 ed. São Paulo: Editora Autêntica.
Thiollent, M. (2011). Metodologia da pesquisa ação. 18 ed. Rio de Janeiro: Editora Cortez.
Trivinõs, A. N. S. (2017). Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. 2 ed. São Paulo: Editora Atlas.
Walsh, C. (2005a). Interculturalidad conocimientos y decolonialidade. Revista Segroy Pensamiento. Bogotá. 2(46): 39-50.
Walsh, C. (2005b). Pensamiento crítico y matriz (de)colonial. Quito: Ediciones Aby Ayla.
Walsh, C. (2010). Interculturalidad critica y educacion intercultural. Congresso intercultural crítica. La Paz. 1(1): 75-96.
Walsh, C. (2012). Interculturalidad crítica y decolonialidad: perspectivas críticas y politics. Revista Visão Global. 15(1): 61-74.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
