Biometria de frutos e sementes de três espécies de Solanum (Solanaceae) da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39619Palavras-chave:
Bagas; Jurubeba; Plantas silvestres.Resumo
Este estudo teve como objetivo descrever e caracterizar a biometria dos frutos e sementes de três espécies de Solanum (Solanaceae) da Amazônia. A biometria pode auxiliar no desenvolvimento de técnicas eficientes para o manejo e compreensão dessas espécies. A caracterização morfométrica das estruturas foi realizada a partir de 100 frutos e 100 sementes, coletados na Região Metropolitana de Belém na Amazônia. E análise da ornamentação da semente por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os frutos são polispérmicos, carnosos, tipo baga, deiscentes, constituídos por um ou dois lóculos com as sementes aderidas à placenta axial, com cinco lóbulos na extremidade, glabros, verdes quando imaturos, roxos e vermelhos em S. americanum e S. stramoniifolium e verdes pulbescentes em S. crinitum, quando maduros. As sementes são obovóides a subdiscoides, pouco a muito comprimidas. A ornamentação da testa é reticulada com paredes retas a sinuosas e presença de projeções filiformes. Internamente, as sementes são albuminosas com um endosperma gelatinoso circundando todo o embrião do tipo axial, linear contínuo circundado a imbricado. O peso de 1.000 sementes foi maior em S. crinitum 2,36 g, seguido de S. stramoniifolium com 1,67 g e S. americanum com 0,4 g.
Referências
Barboza, G. E. & Hunziker, A. T. (2005). Revision of Solanum fiebrigii and Solanum sinuatiexcisum, and their inclusion in sect. Campanulisolanum, in: A Festschrift for William G. D’Arcy: The Legacy of a Taxonomist. Missouri Botanical Garden Press, St. Louis, 420p.
Barroso, G. M., Morim, M. P., Peixoto, A. L. & Ichaso, C. L. F. (1999). Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas, 1st ed. Editora UFV, Viçosa, 443p.
Bastos, T. X., Pacheco, N. A., Nechet, D. & Sá, T. D. A. (2002). Aspectos climáticos de Belém nos últimos cem anos. Belém-PA: Embrapa Amazônia Oriental. 31p.
BFG - The Brazil Flora Group (2021). Brazilian Flora: Leveraging the power of a collaborative scientific network. Taxon, 71(1): 178-198. DOI: https://doi.org/10.1002/tax.12640
Brasil. (2009). Regras para análise de sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil, Brasília, 399p. Available in: <https://www.gov.br/agricultura/ptbr/assuntos/insumos-agropecuarios/arquivos-publicacoes-insumos/2946_regras_analise__sementes.pdf >.
Brito, S. F., Sousa, J. E. S., Silva, J. A. & Bezerra, A. M. E. (2014). Morfometria de frutos e sementes e desenvolvimento pós-seminal de Acnistus arborescens. Amazonian Journal of Agricultural and Environmental Sciences, 57(4): 422-428. DOI: https://doi.org/10.4322/rca.1418
Camargo, J. L. C., Ferraz, I. D. K., Mesquita, M. R., Santos, B. A. & Brum, H. D. (2008). Guia de propágulos e plântulas da Amazônia. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, 168p.
Carvalho, L. D., Machado, R. & Bovini, M. (2000). Seed coat micromorphology of Brazilian species of Schwenckia. In: Solanaceae IV: Advances in Biology and Utilization, Kew, Royal Botanic Gardens. Pp. 22-32.
Castellani, E. D., Aguiar, I. B. & Paula, R. C. (2009). Bases para a padronização do teste de germinação em três espécies de Solanum L. Revista Brasileira de Sementes, 31(2): 77-85. DOI: https://doi.org/10.1590/s0101-31222009000200009
Castellani, E. D., Damião Filho, C. F., Aguiar, I. B. & Paula, R. C. (2008). Morfologia de frutos e sementes de espécies arbóreas do gênero Solanum L. Revista Brasileira de Sementes 30(1): 102–113. DOI: https://doi.org/10.1590/s0101-31222008000100014
Costa, N. P., Mesquita, C. M., Maurina, A. C., França Neto, J. B., Krzyzanowski, F. C. & Henning, A. A. (2003). Qualidade fisiológica, física e sanitária de sementes de soja produzidas no Brasil. Revista Brasileira de Sementes, 25(1): 128–132. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-31222003000100020
Costa, N. V., Martins, D., Rodella, R. A., Rodrigues, A. C. P & Cardoso, L. A. (2010). Efeito do trinexapac-ethyl na anatomia foliar de quatro espécies de grama. Planta Daninha, 28(3): 551–560. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-83582010000300012
Deuber, R. (2003). Ciência das plantas infestantes. Jaboticabal-SP: FUNEP. 452p
Dias-Filho, M. B. (1997). Physiological response of Solanum crinitum Lam. to contrasting light environments. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 32(8):789–796. Available in: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/AI-SEDE/11429/3/PHYSIOLOGICAL-RESPONSE.pdf. Acessed in: Dec, 2022.
Falcão-da-Silva, M., Souza Filho, A. P. S., Gurgel, E. S. C., Bastos, M. N. C.; Santos, J. U. M. (2016). Plantas daninhas na Amazônia. Belém-PA: Museu Paraense Emílio Goeldi,188p.
Ferreira, R. A. & Barretto, S. S. B. (2015). Caracterização morfológica de frutos, sementes, plântulas e mudas de pau-brasil (Caesalpinia echinata Lamarck). Revista Árvore, 39(3): 505-5012. DOI: https://doi.org/10.1590/0100-67622015000300011
Fontes, J. R. A. & Nascimento Filho, F. J. (2013). Acúmulo de nutrientes minerais em plantas daninhas de ocorrência comum em guaranazais. Embrapa Amazônia Ocidental, Circular Técnica 38. Available in: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/100637/1/Circ-Tec-38.pdf
Gama, J. R. F. N., Valente, M. A., Oliveira Júnior, R. C., Cravo, M. S., Carvalho, E. J. M. & Rodrigues, T. E. (2020). Solos do estado do Pará. In: Brasil, E. C., Cravo, M. S. & Viegas, I. J. M. (eds). Recomendações de adubação e calagem para o estado do Pará. 2. ed. Embrapa, Brasília-DF. Pp. 25-46.
Gouvêa, Y. F., Stehmann, J. R. & Knapp, S. (2019). Solanum medusae (Solanaceae), a new wolf-fruit from Brazil, and a key to the extra-Amazonian Brazilian Androceras/Crinitum Clade species. PhytoKeys, 118: 15-32. DOI: https://doi.org/10.3897/phytokeys.118.31598
Groth, D. (1989). Caracterização morfológica das sementes e plântulas de seis espécies invasoras do gênero Solanum L. Acta Botanica Brasilica, 3(1): 25–48. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-33061989000100002
Gurgel, E. S. C., Oliveira, M. S., Souza, M. C., Silva, S. G., Mendonça, M. S., Souza Filho, A. P. S. (2019). Chemical compositions and herbicidal (phytotoxic) activity of essential oils of three Copaifera species (Leguminosae-Caesalpinoideae) from Amazon-Brazil. Industrial Crops and Products, 142: 111850. DOI: https://doi.org/10.1016/j.indcrop.2019.111850
Gusmão, E., Vieira, F. A. & Fonseca Júnior, E. M. (2006). Fruits and endocarps biometry of murici (Byrsonima verbascifolia Rich. ex A. Juss). Cerne, 12(10): 84–91.
Holm, L., Doll, J., Holm, E., Pancho, J. & Herberger, J. (1997). World weeds: natural histories and distributions. John Wiley & Sons: New York. 1129 p.
Indriunas, A., Aoyama, E. M. & Kameyama, C. (2014). Microescultura da testa da semente madura de Herpetacanthus chalarostachyus Indriunas & Kameyama (Acanthaceae). Natureza on line 12(1): 48–50.
Knapp, S. A. (2002). Neotropica. Monograph 84: Solanum section Geminata (Solanaceae). Organization for Flora Neotropica, Bronx, NY 10458.
Kozlowski, L. A., Koehler, H. S. & Pitelli, R. A. (2009). Épocas e extensões do período de convivência das plantas daninhas interferindo na produtividade da cultura do milho (Zea mays). Planta Daninha, 27(3): 481-490. DOI: https://doi.org/10.1590/s0100-83582009000300008
Lacerda, A. L. S., Victoria Filho, R. & Mendonça, C. G. (2005). Levantamento do banco de sementes em dois sistemas de manejo do solo irrigado por pivô central. Planta Daninha, 23(1): 1–7. DOI: https://doi.org/https://doi.org/10.1590/S0100-83582005000100001
Leonhardt, C., Bueno, O. L., Calil, A. C., Busnello, Â. & Rosa, R. (2008). Morfologia e desenvolvimento de plântulas de 29 espécies arbóreas nativas da área da Bacia Hidrográfica do Guaíba, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica 63(1): 5–14. Available in: https://www.researchgate.net/publication/228801722
Lorenzi, H. (2008). Plantas daninhas do Brasil: terrestres, aquáticas, parasitas e tóxicas, 4th ed. Plantarum, Nova Odessa, 640p.
Mentz, L. A. & Oliveira, P. L. (2004). O gênero Solanum na Região Sul do Brasil. Pesquisas, Sér. Botânica, 54: 1-327.
Merotto Junior A, Vidal, R. A., Fleck, N. G. & Almeida, M. (2002). Interferência das plantas daninhas sobre o desenvolvimento inicial de plantas de soja e arroz através da qualidade da luz. Planta daninha, 20(1): 9–16. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-83582002000100002
Mourão, K. S. M., Domingues, L. & Marzinek, J. (2007). Morfologia de plântulas e estádios juvenis de espécies invasoras. Acta Scientiatum Biological Sciences, 29(3): 261-268. DOI: https://doi.org/10.4025/actascibiolsci.v29i3.475
Peel, M. C.; Finlayson, B. L. & McMahon, T. A. (2007). Updated world map of the Köppen-Geiger climate classification. Hydrol. Earth Syst. Sci, 11(5): 1633–1644. DOI: https://doi.org/10.5194/hess-11-1633-2007
Pimenta, A. C., Rego, S. S., Zuffellato-Ribas, K. C., Nogueira, A. C. & Koehler, H. S. (2013). Morphological characterization of fruits, seeds and seedlings of araticum plant (Annona crassiflora Mart - Annonaceae). Journal of Seed Sciense, 35(4): 524-531. DOI: https://doi.org/10.1590/s2317-15372013000400015
Pitelli, R. A. (2015). O termo planta-daninha. Planta Daninha, 33(3). DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-83582015000300025
Potiguara, R. C. V., Silva, R. J. F., Kikuchi, T. Y. S., Lucas, F. C. A., Macedo, E. G. (2013). Estruturas vegetais em microscopia eletrônica de varredura. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 116.
Ramos, M. B. P. & Ferraz, I. D. K. (2008). Estudos morfológicos de frutos, sementes e plântulas de Enterolobium schomburgkii Benth. (Leguminosae-Mimosoideae). Brazilian Journal of Botany, 31(2): 227–235. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-84042008000200005
Rodrigues, J. K., Mendonça, M. S. & Gentil, D. F. O. (2015). Aspectos biométricos, morfoanatômicos e histoquímicos do pirênio de Bactris maraja (Arecaceae). Rodriguésia, 66(1): 75-85. DOI: https://doi.org/10.1590/2175-7860201566105
Salariato, D., Morrone, O. & Zuloaga, F. O. (2008). Patrón de ornamentación del antecio superior en Urochloa y géneros vecinos (Poaceae, Panicoideae, Paniceae): Su valor sistemático. Darwiniana, 46(2): 335–355. DOI: https://doi.org/10.14522/darwiniana.2014.462.283
Santos, H. H. D., Matos, V. P., Albuquerque, A. P. C., Sena, L. H. M. & Ferreira, E. G. B. S. (2014). Morfologia de frutos, sementes e plântulas de Averrhoa bilimbi L. oriundas de dois estágios de maturação. Ciência Rural, 44(11): 1995–2002. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-8478cr20130992
Silva, D. B., Silva, J. A., Junqueira, N. T. V. & Andrade, L. R. M. (2001). Frutas nativas do cerrado. Embrapa Cerrados, Brasília-DF, 179p.
Silva, T. M. S, Carvalho, M. G., Braz-Filho, R., Agra, M. F. (2003). Ocorrência de flavonas, flavonóis e seus glicosídeos em espécies do gênero Solanum (Solanaceae). Química Nova, 26(4): 517–522. DOI: https://doi.org/10.1590/s0100-40422003000400014
Solanaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Available in: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB14716>. Accesed in: Dec, 2022.
Souto, P. C., Sales, F. C. V., Souto, J. S., Santos, R. V. & Sousa, A. A. (2008). Biometria de frutos e número de sementes de Calotropis procera (Ait.) R. Br. no semiárido da Paraíba. Revista Verde, 3(1): 108–113. DOI: https://doi.org/10.18378/rvads.v3i1.67
Trindade, J. R., Rodrigues, C. A., Santos, J. U. M. & Gurgel, E. S. C. (2021). Estudos biométricos em frutos, sementes e germinação de matapasto (Senna reticulata) da Amazônia. Research, Society and Development, 10(17): e245101724807. DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i17.24807
Tunes, C. D., Gonçalves, V. P., Rodrigues, D. B., Almeida, A. S. & Meneses, P. R. (2019). Resistência de tomateiros mutantes para tricomas contra patógenos foliares. MAGISTRA, 30: 104–112.
Viana, R. G., Pereira, K. D., Castilho, A. F., Costa, Y K. S., Marega, C. H., Oliveira, M. F., Teixeira, R. A. C., Ferreira, A. K. I., Braga, R. K. A., Santos, R. T. S., Sousa, T. S. & Nunes, T. W. F. (2018). Competitive capacity of native species from the Carajás National Forest, Brazil. (2018). Journal of Agricultural Science, 10(11): 471-478. DOI: https://doi.org/10.5539/jas.v10n11p471
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Marília Caldas Souza; Vinícius Hugo Ribeiro dos Santos; Jonilson Ribeiro Trindade; Rielly Jivago Lima Nunes; Mozaniel Santana de Oliveira; Rafael Gomes Viana; Maria Auxiliadora Feio Gomes; Ely Simone Cajueiro Gurgel
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
