Estudo da utilização de medicamentos em neonatos da unidade de terapia intensiva em maternidade de referência
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39640Palavras-chave:
Farmacoterapia; Neonatologia; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal; Utilização de medicamentos.Resumo
O complexo uso de medicamentos pode resultar em riscos para o paciente, especialmente os recém-nascidos (RN) em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Em geral, RN hospitalizados em UTIN fazem uso de diversos fármacos e, grande parte classificados como medicamentos de alta vigilância (MAV). O amplo uso de antimicrobianos, também é uma realidade na UTIN. O presente estudo tem como objetivo identificar, quantificar e classificar os medicamentos comumente usados nos neonatos em UTIN, com o propósito de propor ações sobre o uso racional da farmacoterapia. Trata-se de um estudo descritivo com delineamento longitudinal realizado no período de janeiro a agosto de 2020. Os medicamentos utilizados foram classificados de acordo com a metodologia Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). No estudo foram incluídos 208 neonatos, predominantemente do sexo masculino (57,7%) e prematuros (43,3%). O tempo médio de internação foi de 40,6 dias. O motivo principal para a internação foi a prematuridade. Os pacientes utilizaram em média 12,8 medicamentos, prevalecendo a glicose isotônica 5% (87,5%), glicose hipertônica 50% (86,5) e cloreto de sódio 0,9% (85,1%). As principais indicações foram reposição eletrolítica, sepse precoce e sepse tardia. Os grupos ATC predominantes foram: sangue e órgãos hematopoiéticos (B) e anti-infecciosos de uso sistémico (J). Os MAV corresponderam a 28,3%. O uso de medicamentos que atuam no sangue e nos órgãos hematopoiéticos e medicamentos anti-infecciosos de uso sistêmico foi elevado. Ações relacionadas ao controle de utilização desses medicamentos devem ser realizadas a fim de evitar o comprometimento da segurança do paciente e a efetividade do tratamento.
Referências
Araujo, D. S., dos Santos Garcia, A., & da Silva, C. R. L. (2022). Intervenções para reduzir erros com medicamentos potencialmente perigosos em crianças hospitalizadas: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, 11(8), e13011830456-e13011830456. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i8.30456
Becker, G. C., Machado, F. R., & Bueno, D. (2016). Perfil de utilização de medicamentos em pacientes pediátricos em cuidados intensivos. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, 7(2).
Brasil. Ministério da Saúde. (2022). Ministério da Saúde promove evento de conscientização para os cuidados e prevenção da prematuridade. Recuperado: 24 de novembro de 2022. URL: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/novembro/novembro-roxo-ministerio-da-saude-alerta-para-prevencao-da-prematuridade
Cantey, J. B., Wozniak, P. S., & Sánchez, P. J. (2015). Prospective surveillance of antibiotic use in the neonatal intensive care unit: results from the SCOUT study. The Pediatric infectious disease journal, 34(3), 267-272.https://doi: 10.1097/INF.0000000000000542
Carneiro, A. I. C., & Silva, A. H. (2018). Segurança do paciente em unidade de terapia intensiva neonatal: o impacto das recomendações farmacêuticas. Conexão Fametro.
Carvalho, T. S., Cardoso, A. R., Freitas-de-Andrade, K. V., & Santos-Junior, M. C. (2021). Análise de interações medicamentosas potenciais na UTI neonatal de um hospital público da Bahia. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, 12(2), 628-628.https://doi.org/10.30968/rbfhss.2021.122.0628
Castellanos Serrano, R., Oliva Sánchez, A., & Vidal Bello, B. (2017). Medicamentos de alto riesgo en pacientes pediátricos críticos.
Davis, J. M., Connor, E. M., & Wood, A. J. (2012). The need for rigorous evidence on medication use in preterm infants: is it time for a neonatal rule?. Jama, 308(14), 1435-1436. https://doi:10.1001/jama.2012.12883
de Oliveira Carvalho, I., do Prado, I. O., Almada, D. A., Júnior, S. R. X., Martins, T. S., Cantão, M. B. S., & do Nascimento Silva, A. K. (2021). Estudo da utilização de antimicrobianos nos hospitais da cidade de Muriaé-MG Study of the use of antimicrobials in hospitals in the city of Muriaé-MG. Brazilian Journal of Development, 7(12), 113870-113889. https://doi.org/10.34117/bjdv7n12-255
de Oliveira Lima, M. D., do Carmo, A. S., Silva, T. P. R., de Almeida Mateus, L. M., de Oliveira Marcatto, J., Matozinhos, F. P., ... & Pedrosa, T. M. G. (2022). Associação entre peso ao nascer, idade gestacional e diagnósticos secundários na permanência hospitalar de recém-nascidos prematuros. REME-Revista Mineira de Enfermagem, 26, 1-11. https://doi.org/10.35699/2316-9389.2022.38663
/11 – DIA MUNDIAL da Prematuridade: “Separação Zero: Aja agora! Mantenha pais e bebês prematuros juntos”. Ministério da saúde/ biblioteca virtual em saúde. 2022 https://bvsms.saude.gov.br/17-11-dia-mundial-da-prematuridade-separacao-zero-aja-agoramantenha-pais-e-bebes-prematuros-juntos/>
Estrela, C. (2018). Metodologia científica: ciência, ensino, pesquisa. Artes Médicas.
García, L. C., González, P. B., Salas, N. M., Lea, L. R., & Castrillón, E. V. (2022). Utilización de medicamentos off-label y unlicensed en una unidad de cuidados intensivos pediátricos de un hospital de alta complejidad español. Estudio descriptivo. Arch Argent Pediatr, e202102550. http://dx.doi.org/10.5546/aap.2021-02550
Gkentzi, D., & Dimitriou, G. (2019). Antimicrobial stewardship in the neonatal intensive care unit: an update. Current pediatric reviews, 15(1), 47-52. https://doi.org/10.2174/1573396315666190118101953
Gonçalves, A. C. D. S., Reis, A. M. M., Gusmão, A. C. M., & Bouzada, M. C. F. (2015). Drug utilisation profile in the neonatal unit of a university hospital: a prospective observational study in Brazil. International journal of clinical pharmacy, 37(4), 645-655. https://doi.org/10.1007/s11096-015-0109-0
Guilhon-Simplicio, F., Ralph, A. C. L., Carvalho, A. L. D. C., DE Vasconcellos, M. C., & Chagas, S. D. O. (2014). Aspectos farmacoeconômicos e implicações clínicas do uso de antimicrobianos em uma unidade de saúde pediátrica. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, 5(2).
Leão, D. F. L., Moura, C. S. D., & Medeiros, D. S. D. (2014). Avaliação de interações medicamentosas potenciais em prescrições da atenção primária de Vitória da Conquista (BA), Brasil. Ciência & saúde coletiva, 19, 311-318. https://doi.org/10.1590/1413-81232014191.2124
Locatelli, D. L. (2017). Perfil de antimicrobianos utilizados em uma unidade de tratamento intensivo neonatal de um hospital materno infantil.
Loureiro, C. V. (2015). Monitorização da farmacoterapia em recém-nascidos de extremo baixo peso em unidade de terapia intensiva neonatal.
Melo, D. O. D., Ribeiro, E., & Storpirtis, S. (2006). A importância e a história dos estudos de utilização de medicamentos. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 42, 475-485.https://doi.org/10.1590/S1516-93322006000400002
Menezes, R. M. (2021). Stewardship Brasil: avaliação nacional dos programas de gerenciamento do uso de antimicrobianos em unidade de terapia intensiva adulto dos hospitais brasileiros.
Marquez, C., Thompson, R., Feinstein, J. A., & Orth, L. E. (2022). Identifying opportunities for pediatric medication therapy management in children with medical complexity. Journal of the American Pharmacists Association. https://doi.org/10.1016/j.japh.2022.04.005.
Masnoon, N., Shakib, S., Kalisch-Ellett, L., & Caughey, G. E. (2017). What is polypharmacy? A systematic review of definitions. BMC geriatrics, 17(1), 1-10. https://doi.org/10.1186/s12877-017-0621-2
Nunes, B. M., Xavier, T. C., & Martins, R. R. (2017). Problemas relacionados a medicamentos antimicrobianos em unidade de terapia intensiva neonatal. Revista Brasileira de terapia intensiva, 29, 331-336. https://doi.org/10.5935/0103-507X.20170040
Oliveira, C. R. V., Macedo, I. N., Bendicho, M. T., & Xavier, R. M. F. (2021). Utilização de antimicrobianos em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: um estudo transversal retrospectivo. Research, Society and Development, 10(1), e29810111794-e29810111794. https://doi 10.33448/rsd-v10i1.11794.
Santos, A. C. S. (2018). Segurança do paciente relacionada a erros de medicação na atenção primária à saúde.
Vanin, L. K., Zatti, H., Soncini, T., Nunes, R. D., & Siqueira, L. B. S. D. (2019). Maternal and fetal risk factors associated with late preterm infants. Revista Paulista de Pediatria, 38. https://doi.org/10.1590/1984-0462/2020/38/2018136
Ventura, C. M. U., Alves, J. G. B., & Meneses, J. D. A. (2012). Eventos adversos em unidade de terapia intensiva neonatal. Revista Brasileira de Enfermagem, 65, 49-55. https://doi.org/10.1590/S0034-71672012000100007
Vieira, V. C. (2021). Coorte Nascer Prematuro: Restrição do Crescimento Extrauterino e Perfil de utilização de medicamentos em prematuros internados em unidades de terapia intensiva neonatal.
WHO – World Health Organization, 2018. Collaborating Centre for Drug Statistics Methodology, Guidelines for ATC classification and DDD assignment.
Xavier, J. S., Bernardino, F. B. S., & Gaíva, M. A. M. (2020). Seguimento do recém-nascido de risco: revisão integrativa da literatura. Research, Society and Development, 9(11), e579119515-e579119515. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i11.9515
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Jucélia de Souza Santos; Emanoella Flávia de Oliveira Martins ; Gabriela Gomes Lara; Wânia da Silva Carvalho; Adriano Max Moreira Reis; Natália Helena de Resende
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
