Desenvolvimento de microencapsulados contendo extrato de Hamamelis virginiana L. como agente potencial em formulações dermocosméticas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.40116Palavras-chave:
Alginato; Cosméticos; Encapsulação.Resumo
Em virtude dos inúmeros benefícios relacionados ao extrato da Hamamelis virginiana L., entre eles a função adstringente e anti-inflamatória, a planta tem sido bastante estudada com propósito de ser cada vez mais utilizada em cosméticos. O encapsulamento, igualmente relevante quando se trata de produtos dermatológicos, forma com o extrato a junção perfeita para um bom produto de beleza. Esse processo consiste em revestir determinado composto com bioatividade em uma fina camada de material polimérico, o alginato de sódio, polissacarídeo natural biodegradável. Diante disto, objetivou-se produzir microencapsulados de H. virginiana, utilizando alginato de sódio (encapsulante), avaliando seu perfil de liberação. Os microencapsulados foram preparados por gotejamento e reticulação, posteriormente submetidos à detecção dos compostos fenólicos em solução similar acidez da pele (pH 5,5), a cada 20 min durante 120 minutos. Além do processo de encapsulação, os microencapsulados foram avaliados frente ao tamanho e grau de embebição. Foi possível obter microencapsulados (± 5mm) dopadas com extrato de H. virginiana na proporção (1:4), permitindo a imobilização de compostos fenólicos de forma satisfatória, sem poros, o que comprometeria sua estabilidade. O perfil máximo de liberação dos compostos (71,75 mg. L-1) ocorreu após 40 min, atingindo estabilidade de embebição a partir de 60 min. Os microencapsulados produzidos possuem capacidade potencial de liberação programada para a incorporação de formulações cosméticas com aplicações tônicas e antioxidantes, resultando melhora no aspecto da pele e inibindo assim o processo de envelhecimento. A proposta abre espaço para aprisionamento de diferentes bioativos capazes de se ligarem a outros elementos de interesse biológico.
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