Aspectos epidemiológicos das internações por glaucoma no Brasil, entre 2012 e 2021
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40481Palavras-chave:
Glaucoma; Hospitalização; Epidemiologia.Resumo
O glaucoma é uma doença neurodegenerativa com alta prevalência no Brasil, caracterizada por causar déficits progressivos no campo visual, sendo a cegueira uma consequência grave de seu diagnóstico tardio. Este estudo objetiva identificar os aspectos epidemiológicos das internações por glaucoma no Brasil, entre os anos de 2012 e 2021. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, cujos dados foram obtidos por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), além de artigos científicos nas bases de dados PUBMED, SCIELO e GOOGLE ACADÊMICOS, referentes ao período de 2018 a 2023. Os dados obtidos pelo DATASUS foram reorganizados em quadros e analisados posteriormente. Visualizou-se que, nos últimos 10 anos, as internações de glaucoma no Brasil foram maiores na região Sudeste (45,72%), sendo a maioria dos atendimentos de caráter eletivo (78,75%). Em todos os anos, o número de internações foi mais prevalente nos homens, com a maior diferença no valor total entre os sexos em 2020 (14%). Em relação à faixa etária, houve predominância de hospitalizações em adultos entre 60-69 anos (29,32%). Além disso, a raça branca foi a de maior número de internações (50,76%). Portanto, os elevados achados no número de internações por glaucoma no Brasil demonstram a necessidade de intensificação das práticas de diagnóstico precoce, bem como intervenções terapêuticas adequadas, visando a preservação da saúde ocular.
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