Políticas para a educação profissional e a influência de organismos internacionais: pontos e contrapontos sobre a educação para trabalhadores no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4061Palavras-chave:
Política Educacional; Banco Mundial; Educação Profissional; Ensino Médio integrado.Resumo
O artigo tem por objetivo ressaltar as políticas adotadas para a oferta da educação profissional no Brasil e a influência exercida pelos organismos internacionais no contexto a partir dos anos 1990. Metodologicamente, a pesquisa se inspira na perspectiva dialética, na abordagem qualitativa e na pesquisa tipo exploratória. Os instrumentos de pesquisa desenvolvidos foram revisão bibliográfica sobre os conceitos apontados pela teorização do campo da educação profissional (Frigotto, 1989; Ferretti, 2018; Germano, 2002; Moura, 2014; Tavares 2005; 2015) e pesquisa documental por meio do estudo de normativas (Decretos Federais 2.208/1997 e 5.154/2004) que regulamentam a educação profissional no Brasil. Dentre os resultados, realçamos que os organismos internacionais atuam como instituições que anunciam os horizontes filosóficos, materiais e técnicos da política educacional configurando políticas de cunho conservador. Ademais, argumentamos que o pensamento hegemônico capitalista impacta na educação profissional por meio de currículos mínimos e reducionistas, comprometidos essencialmente com a aquisição de competências técnicas e unilaterais para a classe trabalhadora, descolados da concepção de ensino médio integrado e da educação transformadora.
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