Prevalência dos diagnósticos de enfermagem no pós-operatório imediato de cesariana na unidade de recuperação pós-anestésica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41006Palavras-chave:
Cesárea; Período pós-parto; Diagnóstico de enfermagem.Resumo
Introdução: O processo gestacional se caracteriza por diversas modificações físicas, psicológicas, emocionais e sociais na vida de uma mulher. O enfermeiro tem o papel de identificar os riscos potenciais, traçar os diagnósticos de enfermagem (DE) e planejar a sua assistência, disseminando as boas práticas de saúde em todos os cenários obstétricos. Objetivos: Identificar os diagnósticos de enfermagem em puérperas durante o período de internação na unidade de recuperação pós-anestésica (URPA) submetida à cesariana, Métodos: Trata-se de um estudo observacional, exploratório-descritivo, de abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 47 gestantes que optaram pelo parto cesáreo, com idade ≥ 18 anos e usuárias do SUS. Resultados: Das 47 mulheres avaliadas, a média de idade foi de 30,1 ± 6,2 anos, de raça não branca (74,5%; n=35), casadas (55,3%; n=26), com 12 anos ou mais de estudo (42,6%; n=20), desempenham atividades remuneradas (61%; n=29) e reside em cidades circunvizinhas a Campina Grande (59,6%; n=28). Dos 12 DE elencados, nove foram evidenciados no estudo, sendo quatro deles mais prevalentes, como ansiedade (55,3%; n=26), náusea (38,3%; n=18), hipotermia (27,7%; n=13) e risco para aspiração (14,9%; n=7). Em todos os DE foi realizado assistência de enfermagem para a sua resolução. Conclusão: A ansiedade, náuseas, hipotermia e risco de aspiração foram os diagnósticos mais prevalentes no presente estudo. A assistência de enfermagem na URPA auxilia na redução da ocorrência de complicações pós-parto. No entanto, pode-se inferir que, falhas ocorrem nas etapas anteriores da assistência, havendo a necessidade de maior controle do estado emocional da gestante.
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