Análise epidemiológica dos óbitos maternos no estado do Piauí, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41013Palavras-chave:
Óbito Materno; Epidemiologia; Saúde pública.Resumo
No Piauí, a prevenção da mortalidade materna iniciou-se por ações dos comitês: estadual, regional e inter-hospitalares, porém, as dificuldades relacionadas ao sub-registro de nascidos vivos e o preenchimento inadequado das fichas de notificação e declaração de morte materna comprometem os indicativos da realidade piauiense. Objetivou-se, portanto, analisar o perfil clínico-epidemiológico das gestantes vítimas de óbitos maternos no estado do Piauí. Tratou-se de uma pesquisa epidemiológica, documental, quantitativa de natureza descritiva e retrospectiva. Realizou–se mediante a coleta de dados de domínio público contidos no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM – DATASUS). O estudo envolveu a análise de todos os óbitos maternos notificados no sistema, do estado do Piauí, de 2009 a 2019. Verificou–se 458 óbitos, com uma maior incidência em 2012, predominando em mulheres jovens, entre 20 a 29 anos (43%), pardas (69%), com 4 a 7 anos de escolaridade (27%), e solteiras (35%). O principal local de ocorrência foram os hospitais, na macrorregional Meio Norte (34%), durante o puerpério (55%), cujas causas principais foram as obstétricas diretas (69%), sendo os óbitos investigados através da ficha síntese. Pode-se concluir que a morte materna ainda permanece um grave problema de saúde pública no estado do Piauí, de forma que se apresenta como reflexo de uma realidade precária de assistência em saúde para a população, associada às desigualdades socioeconômicas, em razão da persistência dos óbitos maternos por causas evitáveis, entre os anos de 2009 a 2019, na parcela da sociedade mais jovem e carente de assistência e informação no estado.
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