Perfil epidemiológico dos casos de intoxicação por agrotóxicos no estado de Sergipe, Brasil: uma análise retrospectiva de 2007 a 2021
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41127Palavras-chave:
Pesticida; Envenenamento; Saúde pública.Resumo
Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico dos casos notificados de intoxicações por agrotóxicos no estado de Sergipe no período de 2007 a 2021. Dados secundários foram obtidos do banco de dados nacional do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e do Sistema Nacional de Informações Toxicológicas (SINITOX), por meio do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) e a análise realizada por meio da ferramenta gratuita Google Sheets. No período estudado, foram registrados 960 casos de intoxicação exógena por agrotóxicos no estado. O município de Aracaju apresentou o maior percentual do número de casos. A incidência prevaleceu no sexo feminino, na faixa etária de 20 a 39 anos, na raça parda e naqueles com ensino fundamental incompleto. O agente tóxico mais utilizado foi o raticida, predominou a tentativa de suicídio como circunstância de uso. A maioria dos casos resultou de uma única exposição aguda, confirmada pelo método clínico-epidemiológico, e evoluiu para cura sem sequelas. Esse estudo traçou o perfil epidemiológico do Estado de Sergipe no que tange a intoxicação da população e, para além disso, trouxe dados e informações pouco exploradas que geram impacto direto nas políticas voltadas à redução da morbimortalidade por agrotóxicos.
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