Análise epidemiológica de óbitos infantis por causas externas em Sergipe nos anos de 2015 a 2020
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41423Palavras-chave:
Acidentes; Crianças; Mortalidade; Análise de dados.Resumo
Objetivos: levantar dados epidemiológicos acerca dos óbitos decorrentes de causas externas em crianças de 0 a 9 anos no estado de Sergipe entre 2015 e 2020 e analisá-los criticamente. Metodologia: Estudo epidemiológico analítico realizado a partir de dados secundários cedidos pelo DATASUS, utilizando como filtro os CIDs acidentes de transporte, quedas, afogamentos e submersões acidentais, exposição à fumaça, fogo e chamas e envenenamento e/ou intoxicação ou exposição a substâncias nocivas, restringindo-se à faixa etária dos 0 aos 9 anos, analisando os óbitos registrados entre 2015 a 2020. Resultados: o estudo evidenciou que ocorreram 85 mortes por causas externas em Sergipe no período compreendido entre 2015 e 2020, com decréscimo durante os quatro primeiros anos e discreta elevação em 2020 se comparado ao ano anterior, podendo estar relacionado à pandemia. A maior prevalência de óbitos nesse período foi por Acidentes de trânsito, seguida respectivamente por afogamentos e submersões, quedas, exposição à fumaça, fogo e chamas, envenenamento e/ou intoxicação. Discussão: Apesar de garantido direito à proteção da criança pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, os casos de óbito por acidentes na infância configuram-se grave problema de saúde pública em Sergipe, dado coincidente com a realidade brasileira e tendência comum a países desenvolvidos, sendo a primeira causa de óbito infantil. Conclusão: Devido sua importância epidemiológica e social é preciso coibir a prevalência desse agravo através de práticas preventivas e incentivar a disseminação dos conhecimentos de primeiros socorros para, quando não for possível preveni-las, agir de forma precoce evitando desfechos desfavoráveis.
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