Tendência temporal de mortalidade por câncer de colorretal no Brasil entre os anos de 2000 e 2020

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i6.41575

Palavras-chave:

Neoplasias Colorretais; Mortalidade; Epidemiologia.

Resumo

O conhecimento da epidemiologia do câncer colorretal auxilia no planejamento e implementação de medidas de saúde para controle dessa doença, tão comum na população brasileira. Para tanto, o presente estudo objetivou analisar a tendência temporal das taxas de mortalidade por câncer colorretal no Brasil e em suas regiões geográficas entre os anos de 2000 a 2020. Foram analisados os números de óbitos por neoplasia maligna do cólon (CID-10: C18), da junção retossigmoide (CID-10: C19), do reto (CID-10: C20) e do canal anal (CID-10: C21) disponibilizados no portal oficial do Ministério da Saúde do Brasil para o período, bem como os dados sobre população residente. O padrão temporal e geográfico foi analisado através da taxa de mortalidade padronizada por idade (TMPI) e avaliado em modelo de regressão por pontos de inflexão. Os resultados demonstraram que, independentemente do sexo, a TMPI cresceu em média 1,6% ao ano (AAPC: 1,6; IC95: 0,9-2,3) no Brasil. Também se observou crescimento no Nordeste (AAPC: 4,8; IC95: 4,1-5,5), Norte (AAPC: 4,4; IC95: 3,9-5,0), Centro-Oeste (AAPC: 1,8; IC95: 1,3-2,4) e Sudeste (AAPC: 0,5; IC95: 0,2-0,8). A TMPI da região Sul, independentemente do sexo, permaneceu estável, mas cresceu em média 0,7% ao ano (AAPC: 0,7; IC95 0,3-1,1) na população masculina. A compreensão desses dados pode subsidiar a implementação de medidas de saúde no país para atender às necessidades específicas de cada grupo e região.

Referências

Abancens, M., Bustos, V., Harvey, H., McBryan, J. & Harvey, B. (2020). Sexual Dimorphism in colon cancer. Frontiers in Oncology, 10(607909), 1-27.

Altenburg, F., Biondo-Simões & M., Santiago, A. (2017). Pesquisa de sangue oculto nas fezes e correlação com alterações nas colonoscopias. Revista Brasileira de Coloproctologia, 27(3), 304-309.

Alexander, D. et al. (2007). African-American and Caucasian disparities in colorectal cancer mortality and survival by data source: An epidemiologic review. Cancer Biomark, 3(6), 301-313.

Almeida-Filho, N. & Rouquayrol (2006). M. Introdução à Epidemiologia. (4a ed.), Guanabara Koogan.

Antunes, J. & Cardoso M. (2015). Uso da análise de séries temporais em estudos epidemiológicos. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24(3), 565-576.

Araghi, M. et al. (2019) Global trends in colorectal cancer mortality: projections to the year 2035. International Journal of Cancer, 144(12), 2292-3000.

Arnold, M. et al. (2017). Global patterns and trends in colorectal cancer incidence and mortality. Gut, 66(4), 683-691.

Assis, R. (2011). Rastreamento e Vigilância do Câncer Colorretal: Guidelines Mundiais. Revista GED - Gastroenterologia Endoscopia Digestiva, 30(2), 62-74.

Baidoun, F. et al. (2021). Colorectal Cancer Epidemiology: Recent Trends and Impact on Outcomes. Current Drug Targets, 22(9), 998-1009.

Bishehsari, F., Mahdavinia, M., Vacca, M., Malekzadeh, R. & Mariani-Costantini R. (2014). Epidemiological transition of colorectal cancer in developing countries: Environmental factors, molecular pathways, and opportunities for prevention. World Journal of Gastroenterology, 20(20), 6055-6072.

Brasil, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde - DATASUS. Disponível em https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/. Acesso em 28 novembro de 2022.

Brenner, H., Kloor, M. & Pox, C. (2013). Colorectal cancer. Lancet, 383(9927), 1490-1502.

Cancela, M., et al. (2023) Can the sustainable development goals for cancer be met in Brazil? A population-based study. Frontiers in Oncology, 12(1060608), 1-12.

Dekker, E. (2019). Colorectal cancer. Lancet, 394(10207), 1467-1480.

Lobo, F., Del Giglio, A. & Aguiar, P. (2020). Perfil Epidemiológico do Câncer Colorretal. Clinical Oncology Letters, Ahead of Print, 1-12.

May, F., et al. (2017). Decreasing Black-White Disparities in Colorectal Cancer Incidence and Stage at Presentation in the United States. Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention, 26(5), 762-768.

Melo, I., Leão, A., Ferreira, I., Lima, M. & Souza, T. (2019). Colonoscopia: Prevenção do Câncer Colorretal. Revista Científica Hospital Santa Izabel, 3(4), 218-225.

Oliveira, M., Latorre, M., Tanaka, L., Rossi, B. & Curado, M. (2018). Disparidades na mortalidade por câncer colorretal nos estados brasileiros. Revista Brasileira de Epidemiologia, 21(e180012),

Scandiuzzi, P., Camargo, E. & Elias, F. (2019). Câncer colorretal no Brasil: perspectivas para detecção precoce. Brasília Médica, 56, 8-13.

Siegel, R. et al. Colorectal cancer statistics, 2017. (2017). CA: A Cancer Journal for Clinicians, 67(3), 177-193.

Silva, M. & Silva, V. (2005). Envelhecimento: importante fator de risco para o câncer. Arquivos Médicos do ABC, 30(1), 11-18.

Silva, B., Sousa, C. & Siqueira, S. (2018). Câncer colorretal: promoção, prevenção e rastreamento. Revista Científica FacMais, 13(2), 73-81.

Downloads

Publicado

20/06/2023

Como Citar

SANTOS FILHO, M. A. A.; LIMA, E. dos S.; OLIVEIRA, G. C.; OLIVEIRA, A. M. R. de; FIGUEIREDO, T. de A. D.; PORTO, L. A. Tendência temporal de mortalidade por câncer de colorretal no Brasil entre os anos de 2000 e 2020. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 6, p. e20012641575, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i6.41575. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41575. Acesso em: 23 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde