Hipertensão intracraniana idiopática em crianças e adolescentes no sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i6.42419Palavras-chave:
Pseudotumor; Hipertensão intracraniana idiopática; Papiledema; Pediatria.Resumo
Introdução: A hipertensão intracraniana idiopática (HII) é uma síndrome caracterizada por sinais e sintomas de elevação da pressão intracraniana sem identificação de tumor ou ventriculomegalia. O objetivo deste estudo é avaliar o perfil epidemiológico de crianças com diagnóstico de HII no sul do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, por meio da análise de prontuários e exames complementares. Foram avaliados os prontuários de pacientes diagnosticados com HII no período de janeiro de 2012 a setembro de 2022. Resultados: Foram analisados dados de 33 crianças e a média de idade ao diagnóstico foi de 9 anos, sendo 66,7% do sexo feminino. Em pacientes com menos de 8 anos de idade, o escore Z de peso médio foi -0,32 (DP:1,88). Dos pacientes analisados, 66,7% apresentavam sintomas por até um mês, 93,3% apresentavam HII primária e 86,7% apresentavam cefaleia como primeiro sintoma. Em relação ao tratamento, 90,0% responderam à monoterapia e 13,3% necessitaram de intervenção cirúrgica. Houve maior risco de cirurgia em pacientes que apresentavam maior pressão de abertura do líquido cefalorraquidiano ao diagnóstico (p=0,029). Sequelas visuais na alta hospitalar foram observadas em 47,1% dos pacientes. Conclusão: Os sinais e sintomas clínicos podem ser variáveis em pediatria, necessitando de exames complementares. Maior prevalência de HII foi observada em adolescentes do sexo feminino. Há aumento da incidência ao longo do tempo, o que reforça o cuidado e a atenção com essa condição na pediatria.
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