Conhecimento sobre transplante de órgãos e tecidos entre acadêmicos de Medicina de uma universidade brasileira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i7.42607Palavras-chave:
Transplante; Conhecimento; Obtenção de tecidos e órgãos; Educação médica; Ensino.Resumo
Objetivo: Reconhecer o nível de conhecimento dos estudantes de medicina sobre transplantes de órgãos e tecidos. Metodologia: Foram envolvidos 207 estudantes de medicina da Universidade de Vassouras, estado do Rio de Janeiro, com dados coletados entre 2021 e 2022, através de questionário online e anônimo com 26 perguntas sobre o perfil epidemiológico e de doador de órgãos, o processo e o gerenciamento dos transplantes. Os resultados foram disponibilizados descritivamente, e a relação entre as variáveis avaliada pelo teste qui-quadrado de associação. O estudo recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição sob o parecer de número 4.686.474. Resultados: 86,9% dos estudantes eram doadores convictos, sendo que 70,4% desses já haviam comunicado suas famílias sobre a decisão. 11,2% dos estudantes ainda não haviam tomado uma decisão, enquanto 1,9% decidiram não doar. A amostra apresentou média de acertos global de 46,0% no questionário, com maior taxa em relação à definição de morte encefálica. Foi observada diferença estatística na associação entre o percentual de acertos e o período do curso, mas não entre os acertos e as variáveis sexo e idade. Conclusão: O estudo revelou um nível insatisfatório de conhecimento entre os estudantes de medicina em relação ao transplante de órgãos e tecidos, com menos da metade das perguntas respondidas corretamente, tornando necessárias a ampliação do ensino desse conteúdo e a promoção de palestras, treinamentos e campanhas nas universidades, para que os profissionais estejam habilitados a identificar potenciais doadores de órgãos no ambiente hospitalar. São necessários mais estudos sobre o tema e avaliar se os achados são similares em outras universidades brasileiras.
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