Desenhos de uma genealogia discursiva da mentira: as relações dos libelos do século XIX na França com as fake news do século XXI no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4331Palavras-chave:
Genealogia; Mentira; Libero; Fake news.Resumo
O artigo objetiva traçar, por meio uma genealogia, a relação entre as mentiras urbanas disseminadas na França no século XIX, por meio de publicações impressas chamadas de libelos, até as mentiras virtuais fabricadas e compartilhadas nas mídias sociais brasileiras, materializadas nas atuais fake news. Para isso, mobilizamos o método genealógico, conforme proposto por Michel Foucault. Metodologicamente falando, trata-se de um estudo descritivo-interpretativo de natureza qualitativa. As conclusões sinalizam que as notícias falsas contemporâneas extrapolam os limites estabelecidos pelos libelos do século XIX, pois a amplitude dos meios de difusão – as tecnologias digitais – são infinitamente superiores aos textos impressos do período oitocentista. Todavia, encontram-se semelhanças entre os textos do século XIX e as fake news, especialmente quando se pensa no caráter político dessas práticas e no fato de se voltarem para a difamação de figuras públicas. Além disso, outra similitude diz respeito às regularidades discursivas a respeito de questões relativas à sexualidade, ainda entrevista como um campo que gera certa comoção social.
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