Avaliação comparativa do efeito carcinogênico de anticoncepcionais orais combinados de segunda e terceira geração em Drosophila melanogaster
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.43352Palavras-chave:
Anticoncepcionais orais combinados; Drosophila melanogaster; Carcinogênese; Neoplasias.Resumo
Objetivo: O objetivo desse trabalho consistiu em avaliar comparativamente o efeito carcinogênico dos anticoncepcionais combinados com progestágenos levonorgestrel (segunda geração) e desogestrel (terceira geração), por meio do teste para detecção de tumores epiteliais em Drosophila melanogaster. Metodologia: Para tal foram preparadas três concentrações do anticoncepcional combinado com etinilestradiol e levonorgestrel (C1- 0,78/ 3,9mcg/mL; C2- 1,56/ 7,8mcg/mL e C3- 3,12/ 15,6mcg/mL) e três concentrações do anticoncepcional combinado com etinilestradiol e desogestrel (C1- 0,78/ 3,9mcg/mL; C2- 1,56/ 7,8mcg/mL e C3-3,12/ 15,6mcg/mL), sendo todas testadas isoladamente. Para controle negativo foi utilizado Tween 80 (1%) e, para controle positivo, doxorrubicina (0,4 mM). Resultados: O efeito carcinogênico foi observado apenas na maior concentração do anticoncepcional combinado de etinilestradiol com desogestrel (C3). Todas as concentrações dos anticoncepcionais combinados com etinilestradiol e levonorgestrel (C1, C2 e C3) e as menores concentrações de etinilestradiol e desogestrel (C1 e C2) apresentaram frequências tumorais que não diferiram significativamente do controle negativo. Conclusão: Conclui-se que anticoncepcionais orais de terceira geração apresentaram potencial carcinogênico em D. melanogaster, em maiores concentrações.
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