Estudo epidemiológico de pacientes pediátricos com sinais e sintomas de hipertensão intracraniana com monitoramento da complacência cerebral não invasiva
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i10.43481Palavras-chave:
Hipertensão intracraniana; Pressão intracraniana; Pediatria.Resumo
Introdução: A hipertensão intracraniana (HI) é uma condição clínica secundária à perda de mecanismos compensatórios cerebrais. Existem metodologias distintas utilizadas para diagnosticar HI e entre elas está o sensor brain4care (b4c), que permite monitoramento não invasivo do volume intracraniano e das variações de pressão, complacência intracraniana. Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico dos pacientes com suspeita de HI na faixa etária pediátrica. Método: Foi realizado um estudo transversal em um hospital pediátrico de referência no Brasil, com pacientes com sinais e sintomas de HI monitorados com sensor não invasivo B4C. Os pacientes foram submetidos à avaliação neurológica e foram submetidos a exames - avaliação oftalmológica, punção lombar, ressonância magnética (RM) e tomografia computadorizada (TC). Resultado: foram avaliados 58 pacientes, sendo 32 do sexo feminino (55,2%) e 26 do sexo masculino (44,8%); a maioria dos pacientes apresentou sintomas como sonolência (81%), náusea (77,6%), cefaleia (74,1%), vômito (63,8%). Ao exame oftalmoscópico 77,6% (n=58) dos pacientes não apresentaram sinais de papiledema. Na TC e na RM não foram encontradas alterações em 84,5% (n=58) e 69,2% (n=26), respectivamente. A punção lombar apresentou alterações em 57,1% (n=21). Considerando a interpretação que seria feita em pacientes adultos, o monitoramento do sensor b4c (n=58) mostrou prováveis alterações nas posições deitada e sentada, respectivamente, em 46,3% e 38,9%. Conclusão: Verificou-se que o dispositivo b4c pode fornecer um possível complemento de informação clínica no processo de monitorização da complacência cerebral.
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