Substituição da monensina e da virginiamicina por óleos essenciais e ácidos graxos de cadeia curta em bovinos de corte confinados com dieta de puro grão: desempenho, consumo de matéria seca e parâmetros ruminais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i10.43502Palavras-chave:
Aditivos naturais; Eficiência energética; Extratos vegetais; Sustentabilidade.Resumo
Objetivou-se com este trabalho avaliar a substituição da monensina e virginiamicina por óleos essenciais e ácidos graxos de cadeia curta sobre o desempenho, consumo de matéria seca e parâmetros ruminais em bovinos de corte alimentados com dietas de puro grão. Foram utilizados 36 bovinos machos inteiros com idade média de 6 ± 2 meses de idade com 257,2 ± 17,2 kg de peso vivo médio inicial divididos em 2 tratamentos sendo eles: dieta com virginiamicina e monensina e dieta com óleos essenciais e ácidos graxos de cadeia curta. Os animais foram adaptados às dietas de puro grão na proporção de 85% de milho grão inteiro e 15% de núcleo proteico mineral durante 14 dias e permaneceram 98 dias em período experimental. Foram realizadas avaliações de desempenho, consumo de matéria seca em % do peso vivo, conversão alimentar, pH das fezes, pH ruminal e quantidade de ácidos graxos voláteis no rúmen. O estudo foi realizado em um delineamento inteiramente casualizado. Foi observado diferença no ganho médio diário (P<0,01) no período experimental. Para as variáveis de consumo de matéria seca em % do peso vivo e conversão alimentar não foram encontradas diferenças significativas (P>0,05). Em relação a quantidade de ácidos graxos voláteis, só foram encontradas diferenças (P<0,01) para a produção de ácido acético. Com exceção do período das 22:00 horas, todos os períodos avaliados (06:00; 14:00 e geral) apresentaram diferença significativa (P<0,01) para pH ruminal. Concluiu-se que a substituição de monensina e virginiamicina por óleos essências e ácidos graxos de cadeia curta em bovinos de corte alimentados com dietas de puro grão mostrou-se efetiva para o desempenho sem prejuízo para os parâmetros ruminais, que pudesse a vir comprometer a saúde animal.
Referências
ABIEC - Brazilian Associantion of Meat Export Industries (2022). Beef Report: Profile of Livestock in Brazil 2022. https://www.abiec.com.br/publicacoes/beef-report-2022.html
Allen, M. S. et al. (2009). Board invited review: the hepatic oxidation theory of the control of feed intake and its application to ruminants. Journal of Animal Science, 87(10), 3317-3334. 10.2527/jas.2009-1779
Beauchemin, K. A. et al. (2001). Effects of barley grain processing on the site and extent of digestion of beef feedlot finishing diets. Journal of Animal Science, 79(7), 1925-1936. 10.2527/2001.7971925x
Benchaar, C. et al. (2008). A review of plant-derived essential oils in ruminant nutrition and production. Animal Feed Science and Technology, 145(1-4), 209-228. 10.1016/j.anifeedsci.2007.04.014
Bergman, E. N. (1990). Energy contributions of volatile fatty acids from the gastrointestinal tract in various species. Physiological Reviews, 70(2), 567-590. 10.1152/physrev.1990.70.2.567
Bouda, J. et al. (1996). Portable equipment for collection and analysis of ruminal fluid and urine, for diagnosis and treatment of ruminal and metabolic diseases. Proceedings of the XIXth World Buiatrics Congress, Edinburgh.
Calsamiglia, S. et al. (2007). Invited review: Essential oils as modifiers of rumen microbial fermentation. Journal of Dairy Science, 90(6), 2580-2595. 10.3168/jds.2006.644
Campos, F. P. et al. (2004). Feed Analysis Methods. Piracicaba, FEALQ.
Cardozo, P. W. (2006). Effects of alfalfa extract, anise, capsicum, and a mixture of cinnamaldehyde and eugenol on ruminal fermentation and protein degradation in beef heifers fed a high-concentrate diet. Journal Animal Science, 84(10), 2801-2808. 10.2527/jas.2005-593
Carvalho, R. A. (2021). Effect os using an additive based on essential oils on the performance of feedlot cattle. Research and Development Bulletin, 393, 1-24.
Carvalho, J. R. R. et al. (2016). Performance, carcass characteristics, and ruminal pH of Nellore and Angus young bulls fed a whole shelled corn diet. Journal of Animal Science, 94(6), 2451-2459. 10.2527/jas.2015-0162
Channon, A. et al. (2004). Genetic variation in starch digestion in feedlot cattle and its association with residual feed intake. Australian Journal of Experimental Agriculture, 44(5), 469-474. 10.1071/EA02065
Coneglian, S. M. et al. (2019). Effects of essentials oils os cashew and castor on intake, digestibility, ruminal fermentation and purine derivatives in beef cattle fed high grain diets. Semina: Ciências Agrárias, 40(5), 2057-2070. 10.5433/1679-0359.2019v40n5p2057
Cruz, O. T. B. et al. (2014). Effect of glycerine and essential oils (Anacardium occidentale and Ricinus communis) on animal performance, feed efficiency and carcass characteristics of crossbred bulls finished in a feedlot system. Italian Journal of Animal Science, 13(4), 790-797. 10.4081/ijas.2014.3492
Cutrim, E. S. M. et al. (2019). Evaluation of antimicrobial and antioxidant activity of essential oils and hydroalcoholic extracts of zingiber officinale (ginger) and rosmarinus officinalis. Virtual Journal of Chemistry, 11(1), 60-68. 10.21577/1984-6835-20190006
Dehority, B. A. (2003). Rumen microbiology. Nottingham: Nottingham University Press.
Ferro, M. F. et al. (2016). Essential oils in cattle diets. Journal of Agro-environmental Science, 14(2), 110-118. 10.5327/rcaa.v14i2.1602
Fugita, C. A. et al (2012). Corn silage with and without enzyme bacteria inoculants on performance, carcass characteristics and meat quality in feedlot finished crossbred bulls. Brazilian Journal of Animal Science, 41(1), 154-163. 10.1590/S1516-35982012000100023
Geraci, J. I. et al. (2012). Plant extracts containing cinnamaldehyde, eugenol and capsicum oleoresin added to feedlot cattle diets: Ruminal environment, short term intake pattern and animal performance. Animal Feed Science and Technology, 176(1-4), 123-130. 10.1016/j.anifeedsci.2012.07.015
Goodrich, R. D. et al. (1984). Influence of monensin on the performance of cattle. Journal of Animal Science, 58(6), 1484-1498. 10.2527/jas1984.5861484x
Guan, H. et al. (2006). Efficacy of ionophores in cattle diets for mitigation of enteric methane. Journal of Animal Science, 84(7), 1896-1906. 10.2527/jas.2005-652
Hart, K. J. et al. (2008). Plant extracts to manipulate rumen fermentation. Animal Feed Science and Technology, 147(1-3), 8-35. 10.1016/j.anifeedsci.2007.09.007
Hristov, A. N. et al. (2001). Fermentation characteristics and ruminal ciliate protozoal populations in cattle fed medium or high-concentrate barley-based diets. Journal of Animal Science, 79(2), 515-524. 10.2527/2001.792515x
Ireland-Perry, R. L. & Stallings, C. C. (1993). Fecal consistency as related to dietary composition in lactating Holstein cows. Journal Dairy Science, 76(4), 1074-1082. 10.3168/jds.S0022-0302(93)77436-6
Leng, R. A. (1970). Glucose synthesis in ruminants. New York, Academic Press.
Maruta, C. A. & Ortolani, E. L. (2002). Susceptibility of Jersey and Gir steers to rumen lactic acidosis: I – Ruminal and fecal variables. Agricultural Science, 32(1), 55-59. 10.1590/S0103-84782002000100010
Mertens, D. R. (1994). Regulation of Forage Intake. Madison.
Nocek, J. E. & Tamminga, S. (1991). Site of digestion of starch in the gastrointestinal tract of dairy cows and its effect on milk yield and composition. Journal of Dairy Science, 74(10), 3598-3629. 10.3168/jds.S0022-0302(91)78552-4
National Research Council - NRC (2016). Nutrient requirements of beef cattle. Washington, National Academy Press.
Ørskov, E. R. (1982). Protein nutrition in ruminants. London, Academic Press.
Ornaghi, M. G. et al. (2017). Essential oils in the diet of young bulls: Effect on animal performance, digestibility, temperament, feeding behaviour and carcass characteristics. Animal Feed Science and Technology, 234, 274-283. doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2017.10.008
Owens, F. N. & Zinn, R. A. (2005). Corn grain for cattle: influence of processing on site and extent of digestion. Tucson, University of Arizona Press.
Owens, F. N. et al. (1998). Acidosis in cattle: a review. Journal of Animal Science, 76(1), 275-286. 10.2527/1998.761275x
Russell, J. B. & Houlihan, A. J. (2003). Ionophore resistance of ruminal bacteria and its potential impact on human health. FEMS Microbiology Reviews, 27(1), 65-74. 10.1016/S0168-6445(03)00019-6
Russell, J. B. & Wilson, D. B. (1996). Why are ruminal cellulolytic bacteria unable to digest cellulose at low pH? Journal of Dairy Science, 79(8), 1503-1509. 10.3168/jds.S0022-0302(96)76510-4
Statistical Analyses System Institute (1999). SAS/STAT user's guide: statistics. Cary.
Turgeon, O. A. et al. (1983). Corn particle size mixtures, roughage level and starch utilization in finishing steer diets. Journal of Animal Science, 57(3), 739-749. 10.2527/jas1983.573739x
Valadares Filho, S. C. et al. (2016). BR-CORTE 3.0. Nutrient Requirements of Zebu and Crossbred Cattle. Visconde do Rio Branco, Suprema Gráfica Ltda.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Leandro Samia Lopes; Fabiano Santos Junqueira; Flávia Ferreira Araújo; Renato Serra Machado; Paulo César Rocha Araújo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.