Atualizações diagnósticas e propedêuticas em morte encefálica: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i10.43580Palavras-chave:
Morte encefálica; Protocolos; Atualização.Resumo
A morte encefálica (ME) é descrita como a irreversível cessação das funções cerebrais corticais e do tronco encefálico, o que implica na impossibilidade de manter a vida sem apoio artificial. Em 2017, o Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou os critérios de diagnóstico da ME, critérios nos quais são alteradas as obrigatoriedades de qualificação profissional, critérios clínicos diagnósticos, intervalo entre as avaliações e exames complementares para a função cerebral. Foi elaborada uma revisão integrativa de literatura a respeito das atualizações nacionais sobre morte encefálica, incluindo a abordagem diagnóstica e propedêutica, realizada nas bases de dados PubMed, Web of Science, Scopus, Cochrane Database of Systematic Reviews (CDSR), EBSCOhost, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO). Foi visto que, na presença de lesão encefálica, a causa deve ser conhecida, e não deve haver fatores tratáveis que possam confundir o diagnóstico de ME. Além disso, o paciente deve receber tratamento e ser observado em ambiente hospitalar por um período mínimo de seis horas, exceto quando a causa for uma encefalopatia hipóxico-isquêmica primária, caso em que a observação deve ser estendida para 24 horas. É obrigatório realizar pelo menos dois exames clínicos que confirmem a ausência de percepção e a falta de função do tronco encefálico, seguidos por um teste de apneia que comprove a ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima dos centros respiratórios, além de um exame complementar para confirmar a ausência de atividade encefálica. Ademais, um dos médicos capacitados deve ser especialista em uma das seguintes áreas: medicina intensiva, medicina intensiva pediátrica, neurologia, neurologia pediátrica, neurocirurgia ou medicina de emergência, ou tenha pelo menos um ano de experiência no tratamento de pacientes em coma, seguindo as diretrizes do CFM. A adequada comunicação e o preenchimento do Termo de Declaração de ME são de responsabilidade da equipe médica que realizou os procedimentos diagnósticos.
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