Insônia e menopausa: Onde estamos e para onde vamos?
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.44523Palavras-chave:
Menopausa; Distúrbios do sono-vigília; Higiene do sono.Resumo
A menopausa, marcada pela diminuição dos folículos ovarianos e alterações nos hormônios sexuais femininos, pode desencadear sintomas como rubor facial e distúrbios do sono. As flutuações hormonais, nomeadamente uma diminuição do estrogênio e da progesterona, estão associadas a despertares nocturnos e à dificuldade em manter um sono ininterrupto. Esta condição tem um impacto negativo na qualidade de vida, levando a condições como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares e depressão. A transição para a menopausa intensifica os distúrbios do sono, especialmente a insônia, que está frequentemente associada a afrontamentos. Apesar da falta de evidências claras sobre a eficácia da terapia hormonal, o seu uso persiste, destacando a necessidade de abordagens personalizadas. Estratégias terapêuticas, como a fusão da terapia hormonal com a higiene do sono e a terapia cognitivo-comportamental, estão emergindo como promissoras. Algumas recomendações incluem ajustes nos hábitos de sono, exercícios regulares e uma dieta balanceada. Concluindo, a menopausa influencia significativamente os distúrbios do sono nas mulheres, afetando diversos aspectos da saúde física e emocional. Estratégias terapêuticas abrangentes, incluindo mudanças comportamentais, terapia hormonal e suporte nutricional, mostram-se promissoras para melhorar a qualidade de vida durante esta transição inevitável no envelhecimento feminino.
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