Atividade larvicida do cravo-da-índiacomo alternativa ao controle químico em mosquitos vetores na Amazônia em condições de laboratório

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i14.44549

Palavras-chave:

Cravo-da-índia; Syzigium aromaticum; Atividade inseticida; Malária; Dengue.

Resumo

As doenças transmitidas por mosquitos continuam a ser as principais causas de morte em muitos países tropicais. Entre as doenças infecciosas transmitidas por mosquitos, a malária e a dengue permanecem como grande preocupação na saúde pública. O controle químico é o método mais utilizado no controle e prevenção de doenças transmitidas por mosquitos. Porém, há relatos nas literaturas sobre a resistência em populações pelo uso contínuo de inseticidas químicos. Nesse sentido os produtos de origem vegetal, como extratos vegetais, óleos essenciais e derivados de plantas, surgem como uma alternativa promissora. No presente trabalho foram realizados bioensaios para se avaliar a atividade do extrato aquoso e metanólico do cravo-da-índia (Syzigium aromaticum) em condições de laboratório com larvas de Anopheles darlingi e Aedes aegypti. Os bioensaios realizados com An. darlingi, observou-se valores de CL50 igual a 6.41 µg/mL para o extrato metanólico, e CL50 igual a 5,65 µg/mL para o extrato aquoso. Considerando os bioensaios com larvas de A. aegypti (extrato aquoso), o valor de CL50 foi de 78,81 µg/mL e extrato metanólico apresentou valor de CL50 igual à 131,10 µg/mL. Atividade larvicida do extrato metanólico (CL50 131.10 µg/mL) em larvas de Ae. aegypti foi bastante inferior ao obtido com An. darlingi. Comparando-se as duas espécies de mosquito, observou-se maior susceptibilidade de An. darlingi ao extrato aquoso e metanólico. Contudo, ao comparar-se a atividade dos extratos sobre An. darlingi, verificou-se que o extrato aquoso e metanólico se mostraram ativos. Em relação às larvas de A. aegypti, mostraram-se mais susceptíveis ao extrato aquoso.

Referências

Adhikari, K., Khanikor, B., & Sarma, R., (2022). Persistent susceptibility of Aedes aegypti to eugenol. Scientific Reports, 12 (2277). doi.org/10.1038/s41598-022-06302-8

Ali S. I., Gopalakrishnan B., & Venkatesalu, V. (2019). Larvicidal potential of Juglans regia male flower against Anopheles stephensi, Aedes aegypti and Culex quinquefasciatus, Natural Product Research, 33(10),1463-1466. doi.org/10.1080/14786419.2017.1416374.

Borah, R., Kalita, M. C., Goswami, R. C. H., & Talukdar, A. K. (2012). Larvicidal Efficacy of Crude Seed Extracts of Six Important Oil Yielding Plants of North East India against the Mosquitoes Aedes aegypti and Culex quinquefasciatus. Biofertilizers & Biopesticides. India, 3(2). doi.org/10.4172/2155-6202.1000116

Benelli, G. (2015). Research in mosquito control: current challenges for a brighter future. Parasitol Research, 114 (8), 2801-2805. 10.1007/s00436-015-4586-9.

Benelli, G., Rajeswary, M., Vijayan, P., Senthilmurugan, S., Alharby, N. S., & Kadaikunnan, S. (2018). Boswellia ovalifoliolata (Burseraceae) essential oil as an eco-friendly larvicide? Toxicity against six mosquito vectors of public health importance, non-target mosquito fishes, backswimmers, and water bugs. Environ Sci Pollut Res., 25(11), 10264-10271. 10.1007/s11356-017-8820-0.

Brasil. Ministério da Saúde (MS). 2023. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/situacao-epidemiologica-dados-dengue.

Consoli, R. A. G. B., & Lourenço-de-Oliveira, R. (1994). Principais mosquitos de importância sanitária no Brasil. Fiocruz, 228pp.

Carneiro, V. C. S., Lucena, L. B., Figueiró R., & Victório, C. P. (2021). Larvicidal activity of plants from Myrtaceae against Aedes aegypti L. and Simulium pertinax Kollar (Diptera). Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 54. doi.org/10.1590/0037-8682-0092-2020.

Chaieb, K., Hajlaoui, H., Zmantar, T., Kahla-Nakbi, A. B., Rouabhia, K. M., & Bakhrouf, A. (2007). The chemical composition and biological activity of clove essential oil, Eugenia caryophyllata (Syzigium aromaticum I L. Myrtaceae): A short Review. Phytotherapy Research, 21 (6), 501-504. org/10.1002/ptr.2124

Dulmage, H. T., Yousten, A. A., Singer, S., & Lacey, L. A. (1990). Guidelines for productions of Bacillus thuringiensis H -14 and Bacillus sphaericus. UNDP/World Bank/WHO, Steering Committee to Biological Control of Vectors, Geneva. 59pp.

Finney, D. J. (1981). Probit analysis. (3a ed.), Ran Nagar, New Delhi: S. Chand e Company Ltda. 333pp.

Forattini, O. P. (2002). Culicidologia Médica. Identificação, biologia, epidemiologia. V 2. Edusp. 860pp.

Haddad, M. L. (1998.). Utilização do POLO-PC para análise de Probit, 999-1013pp. In: Alves, SB. Controle microbiano de insetos. (2a ed.), Editora FEALQ, Piracicaba, 999-1014pp.

Huang, Y., Lin, M., Jia, M., Hu, J., & Zhu, L. (2019). Chemical composition and larvicidal activity against Aedes mosquitoes of essential oils from Arisaema fargesii. Controle de pragas Sci, 76(2), 534-542. doi:10.1002/ps.5542.

Kamaraj, C., Deepak P., Balasubramani G., Karthi S., Arul D., & Aiswarya D. (2018). Target and non-target toxicity of fern extracts against mosquito vectors and beneficial aquatic organisms. Ecotoxicol Environ Saf, 161: 221-230. 10.1016/j.ecoenv.2018.05.062.

Komalamisra, N., Trongtokit Y., Rongsriyam Y., & Apiwathnasorn C. (2005). Screening for larvicidal activity in some Thai plants against four mosquito vector species. Southeast Asian J Trop Med Public Health, 36(6), 1412–1422.

Mossa, A. T., Mohafrash, S. & Chandrasekaran, N. (2018). Safety of Natural Insecticides: Toxic Effects on Experimental Animals. BioMed Research International, 2018: 1-17. doi.org/10.1155/2018/4308054.

Nascimento, G. J. (2017). Estudo da atividade inseticida e repelente do timol sobre as fases de vida do Aedes aegypti. Universidade Federal da Paraíba, p. 48.

Obeng-Ofori, D., & Reichmuth C. H. (1997). Bioatividade do eugenol, principal componente do óleo essencial de Ocimum suave (Wild.) contra quatro espécies de coleópteros armazenados. Internacional J. Controle de pragas, 43(1), 89–94.

Organização Mundial da Saúde - OMS. (2023). Dengue - A Região das Américas. https://www.who.int/emergencies/disease-outbreak-news/item/2023DON475.

Pavela, R. (2015). Essential oils for the development of eco-friendly mosquito larvicides: a review. Industrial Crops and Products, 76:174-187. doi.org/10.1016/j.indcrop.2015.06.050.

Rodrigues, A. M., Sampaio C. G., Souza J. S. N., Campos, A. R. da Silva A. B. R., de Morais, S. M., & Martins, V. E. P. (2019). Different susceptibilities of Aedes aegypti and Aedes albopictus larvae to plant-derived products. Journal of the Brazilian Society of Tropical Medicine, 52:1-4. doi.org/10.1590/0037-8682-0197-2018.

Scarpassa, V. M., & Tadei, W. P. (1990). Estudo do ciclo biológico de Anopheles nuneztovari Gabaldon, 1940 (Diptera, Culicidae). Acta Amazônica, 20: 95-117.

Tauil, P. L. (2006). Aspectos críticos do controle do dengue no Brasil. Cad. Saúde Pública, 18(3). <http://www.scielo.br/scielo.php.

Thongwat, D., Lamlertthon S., Pimolsri U., & Bunchu N. (2017). Larvicidal activity of endocarp and seed crude extracts of Dracaena loureirin Gagnep against Aedes aegypti (L.) mosquito. Asian Pac J Trop Biomed, 7(3), 222-226. org/10.1016/j.apjtb.2016.12.005.

World Health Organization - WHO. (2005.). Guidelines forlaboratory and field testing of mosquito larvicides. Genebra, 41pp.

World Health Organization – WHO. (2023). Epidemiological Update: Malaria in the Americas in the context of COVID-19 pandemic (accessed 6 November 2023).

Yadav, R., Saini H., Kumar, D., Pasi S., & Agrawal, V. (2019). Bioengineering of Piper longum L. extract mediated silver nanoparticles and their potential biomedical applications. Mater Sci Eng Appl, (104), 109. doi.org/10.1016/j.msec.2019.109984.

Downloads

Publicado

19/12/2023

Como Citar

VALE, E. da S. M. do .; RODRIGUES, I. B. .; ROQUE, R. A.; TADEI, W. P. Atividade larvicida do cravo-da-índiacomo alternativa ao controle químico em mosquitos vetores na Amazônia em condições de laboratório . Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 14, p. e66121444549, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i14.44549. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44549. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde